Com o número de jovens mulheres a optar pela cirurgia plástica para mudar a aparência das suas vaginas a aumentar drasticamente nos últimos anos, um grupo de investigadores quis avaliar as variações da genitália feminina para perceber o que é uma vulva “normal”. A conclusão? Não há vulvas “normais”.
Levado a cabo por investigadores do Hospital do Cantão de Lucerna, na Suíça, o estudo contou com a participação de 657 mulheres caucasianas, com idades compreendidas entre os 15 e os 84 anos.
Ao longo de dois anos, foram tiradas várias medidas: do clitóris, do comprimento dos grandes lábios, do comprimento e largura dos pequenos lábios e da distância entre a base do clitóris e a abertura da uretra.
Os investigadores concluem, por isso, que embora seja possível criar um modelo que espelhe a “aparência de uma vulva caucasiana normal”, os seus resultados mostram… que isso simplesmente não existe.
Um estudo da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética (ISAPS) feito em 2017 concluiu que, entre 2015 e 2016, as labioplastias aumentaram 45%. Entre os clientes destas cirurgias encontravam-se meninas com nove anos, que se mostravam descontentes com a aparência da sua vulva. Mais de 200 raparigas que fizeram esta operação tinham menos de 18 anos e mais de 150 tinham menos de 15, revelou o estudo que teve por base respostas de 35 mil cirurgiões plásticos de 106 países.
Por essa razão, a Sociedade Britânica de Pediatria e Ginecologia para Adolescentes (BritSPAG) lançou este ano um novo guia de saúde, com o título “Afinal o que é uma vulva?” O objetivo é dissuadir adolescentes e jovens mulheres de se submeterem a cirurgias genitais, educá-las para os riscos das labioplastias e sobretudo mostrar-lhes que há várias formas e tamanhos de vulvas na anatomia feminina.