“Tudo isto que fiz… Eu sabia que estava a fazer a coisa certa. Mas não o fiz para salvar o mundo. Fi-lo para salvar a minha filha.” Esta é uma das confissões de Svante Thunberg, pai de Greta Thunberg, numa entrevista que deu à BBC. O sueco deu como exemplo o facto de ter acompanhado a filha na travessia do Atlântico de iate (Greta não viaja de avião devido às emissões de dióxido de carbono dos aparelhos), para ir à Cimeira do Clima da ONU, em Nova Iorque. “Tenho duas filhas e sinceramente elas são a única coisa que me importa. Só quero que sejam felizes.” Foi, aliás, para agradar à filha que Svante se tornou vegano.
No início, no entanto, o ator sueco não apoiou a greve climática de Greta, apelidando-a de “má ideia”. Svante ficou ainda mais preocupado quando a greve levou a filha para baixo dos holofotes mediáticos. Mas assegura que, apesar da popularidade, o percurso lhe fez bem, ajudando-a a ultrapassar uma “depressão” que a acompanhava “há três ou quatro anos”. “Ela tinha deixado de falar, de ir à escola.” E quando a adolescente começou a recusar-se a comer, “foi o derradeiro pesadelo para um pai”. Agora, diz, “ela dança, ri-se imenso, divertimo-nos muito.” Está “muito feliz”, acrescentou.
Svante sempre esteve muito preocupado com as “fake news” e o ódio contra a filha nas redes sociais, “tudo o que as pessoas inventam sobre ela”. Mas Greta não se deixa derrubar, garante. “Ela lida com a crítica muitíssimo bem. Francamente, não sei como consegue, mas ri-se o tempo todo. Acha-as [às críticas] hilariantes.”
Apesar de tudo, Greta continua a ser a mesma filha de sempre. “Podem pensar que ela não é comum agora, porque é especial, famosa, essas coisas todas. Mas para mim é uma criança normal, que pode fazer as mesmas coisas que as outras pessoas.” Svante, contudo, espera que as coisas “se tornem menos intensas” para a sua família, no futuro. E diz que acha que Greta “quer muito regressar à escola”.