Correr trinta quilómetros ou caminhar doze poderão ajudar a preservar o lince ibérico no nosso País. No próximo dia 8 de outubro, um sábado, as regiões algarvias de Silves e Monchique vão receber o Trail do Lince e com a venda dos seus bilhetes (€15/30 km, €10/12 km) e da sua mascote (€19,99) todos contribuem para a Liga para a Proteção da Natureza e o World Wide Fund, ativistas na preservação deste felino.
Espécie única (Lyinx pardinus), endémica na Península Ibérica, foi dada como praticamente extinta no final do século XX, é também considerado, pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla original) o felino mais ameaçado do mundo.
Em 2013, pela primeira vez em muitos anos, um lince ibérico voltava a ser visto em território português. Aconteceu em junho, numa zona de caça associativa em Vila Nova de Milfontes. Um dos animais mais difíceis de fotografar, em Portugal, segundo o fotógrafo de natureza Luís Quinta, tinha sido “apanhado” pelas câmaras automáticas de vigilância da natureza, foi identificado como Hongo, um macho nascido em Aznalcázar e que fazia parte da população de linces do Parque Nacional de Doñana, no Sul de Espanha. No final do ano seguinte, o lince fêmea Jacarandá era o primeiro felino a ser libertado em Portugal, juntamente com o seu parceiro imposto, Katmandú, um ano mais novo e vindo de um dos centros de reprodução espanhóis, em Granadilla. Foi uma libertação relativa, chamada «solta branda»: o novo lar do casal é um cercado com dois hectares, dentro de uma herdade de caça nos arredores de Mértola. Jacarandá e Katmandú foram o pináculo da reintrodução do lince em Portugal e o primeiro de cinco casais a libertar nos meses seguintes no Alentejo. A espécie esteve virtualmente extinta no princípio da década de 2000, com menos de cem indivíduos distribuídos por dois núcleos, ambos na Andaluzia. No nosso País, o rasto do animal sumira-se ainda nos anos 90, falhada uma derradeira campanha nacional para salvar o «lince da Malcata», da Liga para a Proteção da Natureza. Entretanto, Katmandu e Jacarandá foram imortalizados em selo pelos CTT.
O projeto LIFE+Iberlince prevê libertar 47 linces-ibéricos durante este ano, em várias zonas da Península. Só em Portugal serão soltos um total de 28 fêmeas e 19 machos. Desde o início do processo de reintrodução, já nasceram 53 filhotes nos centros da Península Ibérica, 13 dos quais em Silves. Em Portugal, há agora 11 animais em liberdade.
CURIOSIDADES
– Um macho médio mede pouco menos de um metro de comprimento e pesa cerca de 17 quilos, enquanto a fêmea raramente chega aos 10 quilos.
– A sua dieta baseia-se quase totalmente no coelho-bravo. Incapaz de se adaptar a outra dieta, a queda populacional da sua fonte de alimento foi o que mais contribuiu para o declínio do felino.
– Se se extinguir, será o primeiro felino a desaparecer da Terra desde o tigre-dentes-de-sabre, há mais de dez mil anos.
Pack ‘Adota um Lince Ibérico e dá o 1.º passo para o trail’
€19,99 inclui mascote e €5 revertem para a Liga para a Proteção da Natureza e World Wide Fund
Bilheteira: traildolince.bol.pt