Há cerca de um mês que se cochichava pelos corredores do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), em Genebra, que o anúncio estava para breve.
Ao fim de 50 anos de busca, seriam finalmente apresentadas as provas da existência do bosão de Higgs, uma partícula elementar, prevista pelos teóricos, mas até hoje indetetável. Os físicos de partículas saíram da obscuridade dos seus aceleradores e dos seus modelos matemáticos e a notícia tornou-se «viral». De repente, as palavras «fotões» e «bosões» caíram nas bocas do mundo. Pequeno guia para não se perder nas conversas:
Para que serve o bosão de Higgs?
O mundo que conhecemos é feito de partículas, as «peças» que formam as estrelas ou as nossas células. O mundo visível pode ser descrito pelo chamado Modelo Padrão, teoria que tem sido muito eficaz na descrição de quase todos os fenómenos físicos. Nesta teoria, está prevista a existência do campo de Higgs (descrito por Peter Higgs) uma espécie de rede espalhada por todo o Universo. É a relação entre as partículas e o campo de Higgs que faz com que estas tenham massa, sendo que cada partícula sente o campo de maneira diferente. O bosão de Higgs estabelece a relação entre cada partícula e o campo de Higgs. Daí dizer-se que é responsável por dar a massa à matéria.