José Carlos de Vasconcelos
25 (A) só há um…
25, como número símbolo do derrube da ditadura e da conquista da liberdade, “só há um”. Como mês e ano em que o povo português tomou em mãos o seu destino são apenas ‒ Abril e 1974
Como defender a democracia?
Os perigos decorrentes da vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, não só para o seu país como para o “mundo”, em múltiplos domínios, têm sido amplamente analisados, não vou repetir. Apenas, a tal propósito, duas notas
"Viva a morte"...
Mesmo vindo de quem vem, custa a acreditar. E, embora para mim, como jurista, seja uma evidência estarmos perante os delitos denunciados numa petição que em poucos dias recolheu mais de 120 mil assinaturas, o pior é o que mostra sobre quem os cometeu
Palavra contra palavra
Como jornalistas criticam políticos, políticos têm todo o direito de criticar jornalistas, desde que isso não implique uma ameaça à sua independência e à sua liberdade. Ponto é terem as críticas fundamento
Mudar para… mudar
Num país com a felicidade de não ter uma série de problemas graves, de raiz, que muitos outros têm, e de reunir uma série de condições favoráveis a uma vida melhor para o seu povo, creio que se impõe mudar certa prática política, procurando para esse efeito consensos que não parecem impossíveis
A “legítima defesa”da democracia
Estamos nisto: sem o mais ínfimo fundamento acusar um Presidente da República de “traição à pátria”, nenhuma consequência, eventual “cunha” para salvar a vida de duas meninas, uma CPI. Quando se começará a debater e tratar a sério da “legítima defesa” da democracia?
Um combate decisivo
Ora, se o cidadão Marcelo pode dizer, com ligeireza, que isto é “a democracia” a funcionar, o Presidente tem o dever, com a responsabilidade e dignidade que o cargo exige, de reagir e agir de outro modo. Porque, sem nenhum fundamento, acusar o Presidente de “traição à Pátria”, e isso não ter consequências, é exatamente o contrário do que Marcelo disse: é a democracia a não funcionar… E é também este tipo de coisas que contribui para deteriorar a situação que vivemos
Alguns "sinais"
Uma das falhas de partida do primeiro-ministro cessante foi ter formado um executivo com vários erros de casting – e, depois, não os reparar
Manifestações e eleições
Os que protestam reclamam do Governo um imediato aumento, igual ao concedido aos agentes da PJ. Ora, é indiscutível que um governo de gestão não o pode fazer, mormente pelos encargos que ficariam para o futuro. E não podendo os ditos polícias ignorar tal impossibilidade, torna-se mais flagrante o objetivo político-eleitoral das suas manifestações
Uma campanha – alegre ou triste?
Torna-se indispensável distinguir programas eleitorais de promessas eleitorais. Porque um programa exige dizer como e com que meios podem atingir-se os objetivos definidos. Propor-se aumentar salários, pensões, reformas, dotações para a Saúde, a Educação, etc., ou seja, aumentar exponencialmente as despesas e ao mesmo tempo diminuir os impostos, isto é, as receitas – não constitui um programa, mas uma simples aldrabice. Como pura aldrabice é dizer que podem pagar-se os milhares de milhões de euros do custo de certas medidas, com as verbas resultantes de um hipotético mais eficaz combate à corrupção
Os jornalistas em Congresso
A progressiva depauperação das redações, com menos gente e recursos, será uma das causas. Mas a ela outras acrescem. Da desvalorização das “notícias”, núcleo central da informação, à profusão “comentarística” com elas se confundindo ou a elas se sobrepondo
Por quem os sinos dobram
Umas das múltiplas consequências dramáticas destas duas guerras é ter mostrado de novo a ineficácia da ONU, a sua impossibilidade de decisiva ação concreta
Ter “juízo” democrático
PS e PSD têm obrigação de dar o exemplo. Não o deu Montenegro ao desenterrar o “gonçalvismo” a propósito de Pedro Nuno Santos, com total desrespeito pela verdade
Uma “bomba” (política), sem relógio...
A atual situação e os seus desenvolvimentos previsíveis favorecem altamente as oposições, sobretudo à direita. E salvam, ou podem “salvar”, sobretudo o presidente do PSD, Luís Montenegro, que estava em situação interna difícil, mormente à luz de não ter nas eleições europeias uma vitória
25 há só um...
Não faltou quem quisesse fazer de Eanes o “candidato do 25 de novembro”. Inclusive na comissão política da sua candidatura. Eu pertenci a essa comissão – como pertenci à da sua recandidatura, em 1980 – e defendi, convicta e veementemente, que Eanes era, devia ser antes, e como tal se afirmar, o “candidato do 25 de Abril”. Isto é que dizia, englobava, significava, tudo. O 25 de Abril, já restaurado, regressado ao seu espírito e aos seus objetivos iniciais/essenciais a 25 de novembr
MP, poder e responsabilidade
Não se trata de dizer, “então é só o PSD, e os outros?”, nem de um crime deixar de ser crime porque os outros também o cometem e ficam impunes: trata-se de não haver crime e por isso esta investigação não fazer sentido nenhum
Fazer Justiça
Se hoje volto ao tema da Justiça é sobretudo para manifestar a minha enorme perplexidade, com laivos de indignação, perante o acórdão da Relação de Évora relativo à sentença condenatória, na comarca de Beja, de sete militares da GNR acusados de sequestrarem, humilharem, agredirem, torturarem (fazendo-os inalar gás pimenta) um grupo de imigrantes asiáticos
Três tristes tópicos
Ora se é uma evidência António Costa já imensas vezes ter sido objeto de insultos racistas, vítima de um racismo explorado por inimigos políticos sem escrúpulos, eles próprios racistas, embora sempre o negando – tal evidência, em meu juízo, não existe nos referidos cartazes