Esta é uma característica que conduz a muitas confusões, já que nem sempre é fácil compreender as diferenças entre potências e tipos de carregamento. Sobretudo para quem não está familiarizado com a linguagem técnica. Em resumo, o que precisa de saber é quais as velocidades de carregamento em cada tipo de carregador, desde a tomada lá de casa até aos postos de carregamento rápidos (ou mesmo ultrarrápidos). Em regra, as marcas indicam quais as potências máximas, em quilowatts (kW), suportadas pelos diferentes tipos de carregamento, informação que permite ter uma ideia da velocidade de carregamento. Ou seja, em média, quantos quilómetros se carregam por hora. Os carregamentos podem ser feitos usando corrente alternada – AC, o tipo de energia elétrica que chega às nossas casas – ou em corrente contínua (DC). As maiores potências de carregamento usam corrente DC, como é o caso dos postos de carregamento rápido (PCR) e ultrarrápidos (PCUR). Os postos de carregamento normal (PCN) usam corrente AC.
Ficha Type 2
A tomada Type 2 destina-se a carregamentos em corrente alternada com potência máxima limitada a 22 kW – a Renault foi a única marca que usou este tipo de tomada para carregamentos referidos como rápidos em alguns modelos. É a tomada que se usa nos postos de carregamento normal, em wallboxes (postos para instalar em casa ou na empresa) e com os cabos de carregamento que se ligam a tomadas normais. O formato Type 2 suporta corrente monofásica (até 7,4 kW) e trifásica (até 22 kW). A velocidade de carregamento usando esta tomada pode variar de menos de 20 km/h a cerca de 100 km/h, depreendendo da potência e do carro.
MAIS COMUM
Pode ser encontrada na grande maioria dos postos espalhados pelo País
Consegue carregar a uma potência máxima de 22 kW
Verifique quais as potências máximas suportadas pelos veículos elétricos em cada um destes casos (AC e DC). Se, por exemplo, planeia instalar e usar, sobretudo, uma wallbox (muito comum em empresas), então deverá valorizar carros com elevada potência de carregamento em AC (11 ou mesmo 22 kW). Se, por outro lado, vai carregar em casa, onde a potência costuma ser baixa, uma potência de carregamento em AC de 7 kW ou até mesmo de 3,6 kW é satisfatória. Se vai fazer viagens longas com regularidade ou planeia carregar muitas vezes em postos rápidos, então deverá valorizar uma elevada potência de carregamento em DC (acima de 100 kW, por exemplo). Neste aspeto, recomendamos que tente obter as curvas de carregamento dos carros em que está interessado, de modo a perceber, ao detalhe, quais as verdadeiras velocidades suportadas. Estas curvas apresentam a potência de carregamento suportada em função da percentagem da bateria (uma vez mais, o site EV Database é uma boa fonte de informação). Carros com potências máximas semelhantes podem acabar por ter velocidades de carregamento diferentes, se um deles suportar potências mais elevadas durante menos tempo do que o outro.
CCS2
A tomada CCS2 destina-se a carregamentos usando corrente contínua, podendo chegar a potências muito elevadas (até 350 kW). É, portanto, uma tomada comum em carregadores rápidos e ultrarrápidos. Trata-se de uma ficha combinada, como indicado pelo nome, Combined Charging System), que inclui a tomada Type 2. De outro modo, carros com CCS2 também incluem Type 2. A velocidade de carregamento nestas tomadas pode ser de várias centenas de km/h.
MAIS RÁPIDA
Recarrega a bateria em poucos minutos e suporta potências até 350 kW.
É a que mais se encontra nos postos das autoestradas
De qualquer modo, há uma regra universal: a potência máxima de carregamento e, como tal, a velocidade de carregamento da bateria reduz-se à medida que a percentagem se aproxima dos 100%. Daí dizer-se que, nos postos rápidos, não se deve carregar acima dos 80% da capacidade da bateria.
Apesar de ter existido alguma confusão inicial com formatos e standards de carregamento, atualmente os padrões já foram estabelecidos. A maioria dos carros elétricos novos comercializados na Europa disponibiliza duas tomadas, a Type 2, muitas vezes conhecida apenas por “Mennekes”, e a CCS2 (Combined Charging System 2).
Chademo
Nos postos de carregamento rápidos disponibilizados na rede pública, é habitual existir ainda uma terceira tomada, o Chademo. Trata-se de um formato de carregamento rápido que está a cair em desuso, mas que é disponibilizado nos postos para garantir suporte a um grande número de carros que utilizam esta ligação, como é o caso do Nissan Leaf.
FINAL DE VIDA
Primeira tomada fabricada para carregamentos rápidos
Formato que está a cair em desuso na Europa e nos EUA
A rede Mobi.E
Em Portugal, a regulamentação obriga a que os postos de carregamento de acesso público estejam ligados a uma rede de acesso universal gerida pela Mobi.E. Esta rede é, muitas vezes, comparada com a rede multibanco, já que todos os postos podem ser usados por qualquer operador dessa mesma rede. O valor a pagar por carregamento resulta de duas grandes parcelas: o custo da operação do posto e o valor da energia (CEME). O valor de operação é definido pelo “dono” do posto e deverá ser exposto nesse mesmo posto, podendo ser cobrado por tempo de utilização ou por consumo de energia. O valor da energia é definido pelo CEME contratualizado pelo utilizador.
O custo de carregar em postos públicos é, regra geral, muito superior ao custo de carregar em casa. Valor que tende a subir quanto maior for a potência do posto. Segundo os últimos dados da Mobi.E, o custo médio de carregamento nos postos públicos equivale a 70% do valor equivalente em gasolina.
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