Um novo estudo levado a cabo pela fundação Molly Rose sugere que algumas das maiores plataformas de redes sociais – como o Instagram, Facebook, X e Snapchat – não estão a conseguir detetar e remover conteúdos perigosos sobre suicídio e automutilação.

A instituição, criada em 2017 por Ian Russell, descobriu que, de mais de 12 milhões de decisões de moderação de conteúdos tomadas por seis das maiores plataformas, mais de 95% foram detetadas e removidas por apenas dois sítios – Pinterest e Tik Tok. As outras quatro plataformas que constam do relatório são o Facebook, o Instagram, o Snapchat e o X, antigo Twitter.

Segundo a fundação, a ação destas quatro plataformas na deteção e eliminação deste tipo de conteúdos mostrou-se “inconsistente, desigual e inadequada para o objetivo”. Os dados da investigação revelaram que as redes sociais Instagram e o Facebook – ambos parte da empresa Meta – foram responsáveis pela sinalização de apenas 1% de todos os conteúdos de suicídio e automutilação detetados pelos principais sítios estudados. Já o X – anterior Twitter – de Elon Musk, foi responsável por apenas uma em cada 700 decisões de conteúdo, o correspondente a 0,14%, e o Snapchat por 0,04%.

Já as aplicações Pinterest e Tik Tok, mostraram um melhor desempenho. A plataforma de partilha de fotografia foi responsável por 74% – o que equivale a cerca de nove milhões – das decisões de moderação, e a app de vídeo por 24% – cerca de 2,9 milhões.

“A moderação de conteúdos é uma parte extremamente importante da proteção dos utilizadores contra experiências prejudiciais ou inadequadas para a idade. É fundamental que os reguladores compreendam que a moderação não é apenas um meio de detetar conteúdos nocivos, mas que, quando é implementada eficazmente, também pode atenuar e impedir ativamente a publicação de material nocivo”, pode ler-se no relatório.

O estudo baseou-se nas decisões de moderação de conteúdos tomadas na União Europeia e que devem ser tornadas públicas. No relatório, a fundação mostrou que a maioria das redes sociais não detetam regularmente conteúdos nocivos nas partes de maior risco dos seus serviços. Por exemplo, apenas uma em cada 50 mensagens de suicídio e automutilação detetadas pelo Instagram integravam vídeos, apesar de a funcionalidade de vídeo curto – conhecida como Reels – representar metade de todo o tempo passado na aplicação.

O estudo acusou também os sites de não conseguirem implementar eficazmente as suas próprias regras de utilização, ao notar que, embora o TikTok tenha detetado milhões de publicações sobre suicídio e automutilação, acabou por suspender, apenas, duas contas.

A instituição notou ainda o efeito perigoso que as redes sociais podem ter na saúde mental dos utilizadores, especialmente os mais novos . “Os pais de todo o país ficarão chocados com o facto de empresas como o Instagram e o Facebook prometerem palavras calorosas, mas continuarem a expor as crianças a danos inerentemente evitáveis”, defendeu Russell.

A Fundação Molly Rose foi criada em memória da filha de Russell que pôs termo à vida aos 14 anos, em novembro de 2017. “Quase sete anos após a morte de Molly, é chocante ver que a maioria das grandes empresas de tecnologia continuam de braços cruzados e opta pela inação em vez de salvar vidas jovens”, referiu o presidente da empresa.

Em resposta à ao estudo, a Meta defendeu que o relatório não reflete todos os esforços realizados para garantir a utilização segura das plataformas. “Os conteúdos que incentivam o suicídio e a automutilação violam as nossas regras. Não acreditamos que as estatísticas deste relatório reflitam os nossos esforços. Só no ano passado, removemos 50,6 milhões de conteúdos deste tipo no Facebook e no Instagram em todo o mundo, e 99% foram removidos antes de nos serem comunicados “, referiu um porta-voz do Meta.

Já a plataforma TikTok e X ainda não se pronunciaram sobre o assunto.

Ludovica Rocchi Brandão chegou a Lisboa há dez anos, instalando-se em Campo de Ourique no que começou por ser mercearia italiana. Mas a Fiammetta amadureceu e tornou-se um “restaurante de bairro”, criando raízes com a vizinhança, alimentadas pela deliciosa comida italiana servida a preceito e pela hospitalidade da anfitriã.

Para este verão, Ludovica pensou, juntamente com o chefe executivo Thibault Gilardi e o chefe Nicola Schieda, em apresentar uma “carta fresca, com sabores pungentes”, fácil de ser feita numa cozinha pequena, mas que possa agradar aos vários tipos de cliente. Por isso, há pratos coloridos com sabores memoráveis, mas também novas saladas: de funcho com gambas em creme de laranja e mel (€16), de tomate-coração-de-boi, creme de ricotta, limão e bottarga, delicadas ovas de peixe (€15), de burrata, manga, espinafres, avelã e pesto de manjericão (€15).

Nesta degustação feita ao jantar alcançámos o potencial e a versatilidade da ricotta, que pode ser usada sozinha, como recheio, em sobremesas ou salgada. Tem a textura ideal para ser trabalhada de diversas maneiras.

Aos clássicos que nunca saem do menu (spaghetti alla carbonara, por exemplo) juntam-se de novo os gnocchi de ricotta fritos com espinafres, creme de limão, lascas de queijo ricotta salgado (€16) – sem batata, mais leves e crocantes – e o escalope de vitela panado à milanesa (€20).

Os pratos criados para os meses de verão primam pela cor e por combinações inusitadas. O risoto de beterraba com gorgonzola picante reserva DOP (€17), de um cor-de-rosa vibrante, foi um desafio torná-lo fresco, elegante, finalizado com creme de queijo Parmigiano-Reggiano, em vez de manteiga. Cinco estrelas.

Nas pastas, o spaghettone com pesto de pistácio e tártaro de carabineiro (€38) é quase pecado. No final, é impossível resistir a um cannoli, que mais não é do que bolacha frita recheada com creme de chocolate e de pistácio. Tudo para comer em câmara lenta.

Fiammetta > R. Almeida e Sousa, 20A, Lisboa > T. 96 202 6826 > seg-sáb 12h-16h, 19h-22h30, dom 12h-16h

Em maio, a Microsoft anunciou com ‘pompa e circunstância’ a chegada da Recall (ou Lembrança, em português) aos computadores Copilot+PC. Esta funcionalidade, baseada em IA, cria uma espécie de linha do tempo, registando tudo o que é feito no computador e dando aos utilizadores a possibilidade de revisitarem atividades anteriores.

A ideia não foi bem recebida e levantou um coro de críticas por parte de especialistas em segurança, levando a empresa de Redmond a suspendê-la indefinidamente. Agora, a Microsoft anuncia que vai disponibilizar uma nova versão da funcionalidade aos beta testers dos computadores Copilot+PC a partir de outubro.

Anteriormente especialistas de segurança alertaram que a funcionalidade poderia dar a hackers o acesso não só a todo o PC, mas também a todas as atividades realizadas a partir do momento que o utilizador tivesse ativado a Recall. Isto acontecia porque os dados do Recall foram deixados desencriptados, com o perito Kevin Beaumont a apontar que a Microsoft não protegeu informação sensível como as palavras-chave ou dados bancários.

Agora, depois da revisão, a Microsoft adicionou algumas funcionalidades que deviam estar presentes desde o início e cuja ausência não foi explicada. Para começar, a Recall passa a ser opcional, com o utilizador a escolher se quer ou não ativá-la, de seguida passa a só ser acessível com a autenticação Windows Hello, ou seja, com a digitalização da impressão digital ou do rosto, e, por fim, a desencriptação também só está acessível depois de se desbloquear o PC com o Hello, avança o Engadget.

Numa primeira fase, a mais recente versão da Recall vai estar disponível em outubro, através do programa Windows 11 Insider e para os utilizadores que tenham um computador Copilot+ com um chip compatível.

Na gíria transmontana, é uma expressão muito utilizada que não tem propriamente um significado específico, pode querer dizer tudo. “Já tínhamos ouvido a expressão, agora que estamos em Vilares da Vilariça a trabalhar é que vamos percebendo como é que ela é usada”, diz-nos Bruno Machado, 40 anos, diretor e fundador do Instituto Nacional de Artes do Circo (em Vila Nova de Famalicão). Em parceria com a associação Inteligência Local (iLocal), com sede em Alfândega da Fé, propõem-se levar as artes do circo contemporâneo ao interior do País.

O festival Circ’Bô, que acontece neste fim de semana, de 23 a 25, naquela aldeia transmontana, onde vivem 40 a 50 pessoas todo o ano (e apenas quatro crianças), tem vindo a ser preparado há algum tempo. “Temos a aldeia a cozinhar para as pessoas que estão aqui a trabalhar. Tem sido muito bonito e especial também”, afirma Bruno Machado, um apaixonado por Trás-os-Montes e pela sua Natureza.

Criar uma sinergia entre aquilo que é a essência da região e o circo contemporâneo é aquilo a que se propõe o festival. “Não queremos trazer para aqui o que fazemos nas grandes cidades, com grandes palcos e tendas. Queremos ter um menor impacto visual e escolhemos espetáculos que não precisam de grande técnica de luz e som.”

Foto: Elisabete Teixeira

Para evitar as horas de calor (e faz calor por aqui), a programação concentra-se ao final da tarde e à noite. Durante o dia, é aproveitar as sombras e a pequena barragem de Vilares da Vilariça. É precisamente aí que será apresentado o espetáculo de funambulismo, com a artista brasileira Juliana Moura a caminhar numa corda sobre o manto de água. Eureza, de Cláudia Nóvoa, interpretado por Pedro Matias, terá como cenário um pomar, e Hunter, de Paulo Jorge Félix, junta dois artistas de trampolim no topo da montanha do vale da Vilariça.

Ao longo dos três dias, haverá muito para ver e fazer nas ruas da aldeia: além de circo ao luar e mastro chinês, por exemplo, estão programados concertos de música eletrónica, ateliers, um mercado de artesanato regional e atividades ligadas à Natureza para as famílias. Para quem quiser passar o fim de semana, foi criado um parque de campismo e autocaravanismo. Vamos até Vilares da Vilariça? !

Circ’Bô – Festival de Artes do Circo nas Serras Transmontanas > Vilares da Vilariça, Alfândega da Fé > 23-25 ago, sex-dom > €32,80 (dia), €84 (passe) > programação aqui

Os investigadores da ESET revelam que, ao longo dos últimos nove meses, foram detetadas campanhas de phishing que recorrem a novas formas para contornar as proteções integradas pela Apple e Google nos seus sistemas operativos e lojas de aplicações.

Os sistemas operativos e lojas de aplicações das duas gigantes tecnológicas contam com medidas de segurança concebidas para proteger os utilizadores e evitar casos de roubos de dados ou credenciais, No caso do iOS da Apple, a abordagem passa por bloquear a instalação de apps que não cumpram os requisitos da sua App Store, numa abordagem conhecida como ‘Walled Garden’ (jardim rodeado por muralhas, numa tradução livre para português). Por predefinição, o Android apenas permite apps da Play Store, mas é possível contornar isso através de sideloading, mesmo que a Google não recomende essa prática.

De acordo com a empresa de cibersegurança, o objetivo das campanhas de phishing passa por enganar os utilizadores e levá-los a instalar aplicações bancárias maliciosas que se fazem passar pelas versões oficiais. Ao serem instaladas pelas vítimas, as apps roubam as credenciais das contas e enviam essa informação para os hackers em tempo real através do Telegram.

Jakub Osmani, analista da ESET, explica que esta técnica se destaca de outras, porque permite a instalação de uma app de phishing a partir de um website de terceiros sem que o utilizador dê permissão para tal. “Para os utilizadores do iOS, esta ação pode quebrar quaisquer ideias de um ‘Walled Garden’ relativamente à segurança. No Android, isto pode resultar numa instalação silenciosa de um tipo especial de APK, que, numa análise mais aprofundada, até pode parecer ter sido feita a partir da Google Play”, realça.

A técnica tira partido de um tipo especial de aplicação, as Progressive Web Apps (PWAs), assim como de WebAPKs. O ataque começa com uma mensagem, chamada automática ou anúncio malicioso numa rede social onde o utilizador é levado a clicar num link, que o leva a uma página que se assemelha à App Store ou Google Play e onde é ‘convidado’ a descarregar a app com aparência oficial, avança o website ArsTechnica.

Até à data, a ESET registou casos de utilização desta técnica contra clientes de bancos na República Checa, assim como na Hungria e na Geórgia. Os investigadores alertam que a tática poderá ser replicada em mais campanhas de phishing com recurso a aplicações bancárias falsas.

A recente decisão de processar empresas que reduziram os seus investimentos publicitários no X (anteriormente Twitter), sob o pretexto de um suposto “monopólio”, é um exemplo gritante da tendência de Musk para ficar cada vez mais isolado da realidade do mundo. As motivações dessas empresas para cortar gastos, em grande parte ligadas a preocupações sobre o discurso de ódio e de desinformação na plataforma, é ignorada por Musk. Em vez disso, o empreendedor opta por uma narrativa conveniente que o retrata como vítima, reforçando a sua imagem de mártir da liberdade de expressão.

Aliás, a postura de Musk em relação à liberdade de expressão é contraditória. O empreendedor apresenta-se como um defensor da liberdade absoluta, mas as suas ações revelam uma tolerância seletiva. Críticas a Musk ou às suas empresas são frequentemente recebidas com desdém ou até mesmo censura, expondo uma mentalidade autoritária preocupante. Exemplo recente é a forma como tem apoiado Trump, ignorando factos como o inacreditável Project 2025, enquanto ataca a candidatura de Kamala Harris com meias verdades ou puras mentiras.

Ainda sobre a suposta luta pela liberdade total, a visão de Musk para o X, a “everything app” inspirada no WeChat chinês, levanta sérias questões sobre as suas verdadeiras intenções. Centralizar uma quantidade tão vasta de dados do utilizador numa única plataforma, por mais promessas de segurança que sejam feitas, é um risco incalculável. O exemplo chinês, onde o governo tem acesso irrestrito a informações pessoais dos cidadãos, é um lembrete do potencial de abuso dessa centralização.

A infantilidade e impulsividade de Musk, evidentes nos seus posts muitas vezes insensíveis e provocativos, como o recente comentário sobre a situação no Reino Unido, também levantam questões sobre a sua capacidade de liderança. Um líder responsável pondera as suas palavras, ciente do impacto que elas podem ter. Musk, ao contrário, parece deleitar-se com a polémica, alimentando a sua persona de “bad boy” bilionário.

A gestão das suas empresas e a sua vida pessoal, cada vez mas rodeado por “yes men” que reforçam as suas convicções e afastam qualquer dissidência, aprofunda ainda mais o isolamento de Musk da realidade. Essa bolha, onde só existe preto e branco, reflete-se nas suas publicações no X, onde ele rapidamente partilha informações, muitas vezes falsas, que confirmam os seus preconceitos, ignorando tudo o resto.

O visionário que nos inspirou com as suas ideias inovadoras está a dar lugar a um autocrata que vê a liberdade de expressão e a democracia como meros obstáculos aos seus objetivos. A história de Musk tem desmaiadas semelhanças com tantos romances distópicos: o poder sem controlo e a ambição desmedida podem corromper até mesmo as mentes mais brilhantes. E como qualquer líder deste tipo, já tem um exército de seguidores que desistiram de pensar pela sua própria cabeça, preferido seguir as ideias do ‘querido líder’.

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Segundo a Agência da ONU para os Refugiados, a situação humanitária no Afeganistão atravessa um momento crítico. O retorno de milhões de refugiados afegãos – provenientes do Irão e Paquistão – aliado à ocorrência de desastres naturais que afetaram a região levaram a um agravamento da fome e da pobreza e ao colapso dos sistemas do país.

“Ao contrário da tendência que marcou as últimas décadas, o conflito já não é o principal fator de deslocação forçada no país, mas sim a pobreza, a fome e as constantes catástrofes naturais. 3,25 milhões de afegãos continuam deslocados dentro do país e mais de 5,5 milhões são refugiados registados ou afegãos em situação de refúgio noutros países da região”, referiu Joana Feliciano, Responsável de Marketing e Comunicação da Portugal com ACNUR.

De acordo com dados da organização, cerca de 2,2 milhões de refugiados afegãos abandonaram o país rumo a destinos como o Irão e o Paquistão. No entanto, as autoridades destes países estimam que este valor seja, na realidade, muito superior, alcançando os 7,7 milhões de afegãos. Ademais, acredita-se que, desde 2021, tenham chegado ao Irão e Paquistão cerca de 1,6 milhões de refugiados.

Apesar destes números, nos últimos meses a realidade dos refugiados afegãos tem-se deteriorado muito levando a que muitos procurassem regressar ao seu país de origem. Fatores como o elevado custo de vida, poucas oportunidades de emprego, reunificação da família e discriminação estão entre os principais motivos que levam os refugiados a retornar ao Afeganistão.

No Paquistão, por exemplo, o governo anunciou, em outubro do ano passado, a intenção de deportar os cidadãos estrangeiros sem documentos que vivessem no país. A medida levou a que mais de 531 mil refugiados do Afeganistão regressassem ao seu país de origem.

Já no Irão, a situação socioeconómica adversa e o aumento dos sentimentos “anti-afegãos” – com o crescimento da retórica xenófoba e de comportamentos discriminatórios – forçaram também o retorno de muitos refugiados.

As catástrofes naturais também estão por detrás das novas deslocações de população. Os terramotos que tiveram lugar no Afeganistão em 2022 e 2023 e as inundações no Paquistão e Irão em 2022 contribuíram para que a população procurasse regressar aos seus territórios de origem. “Só nos últimos 3 meses, várias regiões do Afeganistão viram-se afetadas por cheias repentinas e devastadoras que deixaram um rasto de destruição para trás e várias pessoas foram novamente forçadas a deslocarem-se. A última vaga de cheias ocorreu há precisamente um mês e as necessidades são muitas entre uma população já muito fragilizada”, contextualizou Feliciano.

Está previsto que os movimentos de população se mantenham nos próximos meses e estima-se o regresso de mais de 1,46 milhões de refugiados no Paquistão e do Irão regressem ao Afeganistão em 2024. Números que irão agravar a já existente emergência humanitária no Afeganistão. “Este regresso abrupto de centenas de milhares de afegãos veio agravar substancialmente a crise humanitária no Afeganistão e sobrecarregou ainda mais os sistemas do país e as suas comunidades, que lidavam já com recursos bastante limitados”, explicou Feliciano.

Apesar das agravadas condições humanitárias em que residem, as comunidades afegãs estão a reforçar os seus recursos de forma a acolherem a população retornada do Paquistão e Irão. A situação levou a agência a apelar ao apoio direto das comunidades, tendo em consideração as crises atuais no país. “Sem associar a ajuda humanitária a um apoio sólido a médio e longo prazo por parte da comunidade internacional, as comunidades locais podem ficar sobrecarregadas, o que se traduzirá em mais pobreza, riscos de proteção e novas vagas de deslocações forçadas”, lê-se num comunicado.

Desde janeiro do ano passo que já foi prestada assistência a cerca de 94 mil deslocados através de apoio a “mulheres e raparigas, abrigo, alimentação, água e saneamento básico, artigos de primeira necessidade, assistência em dinheiro, programas baseados na comunidade e apoio psicossocial”, poder ler-se.

Esta crise afeta Portugal?

A crise humanitária no Afeganistão pode eventualmente afetar Portugal de várias formas, mesmo que de forma indireta. Joana Feliciano refere que, em primeiro lugar, “há o potencial aumento da pressão migratória, com mais pessoas refugiadas afegãs a procurarem asilo na Europa, incluindo Portugal. Embora a maioria dos refugiados permaneça nos países vizinhos, a deterioração das condições nesses locais pode forçar mais pessoas a buscar refúgio na Europa ou noutros continentes”.

“Além disso, como membro da União Europeia e da comunidade internacional, Portugal pode ser chamado a contribuir com mais apoio humanitário para ajudar a mitigar a crise. Por fim, a instabilidade contínua no Afeganistão pode impactar a segurança global e consequentemente a União Europeia e por conseguinte Portugal”, conta à VISÃO.

Além disso, Joana Feliciano explica que crises humanitárias desta magnitude “podem ter repercussões significativas na saúde pública e na economia global. A sobrecarga dos sistemas de saúde locais torna difícil acudir todos os que precisam o que pode facilitar a propagação de doenças que, eventualmente, podem chegar a outras regiões. A interrupção das cadeias de abastecimento e o aumento dos preços dos bens essenciais também podem afetar o mercado global, com reflexos em Portugal”.

Assim, a coordenação de uma “resposta unificada e eficaz é crucial para mitigar os impactos desta crise”, alerta.

Como pode ajudar?

Os portugueses podem ajudar a enfrentar a crise humanitária no Afeganistão de várias formas concretas e seguras. Uma das formas mais eficazes é “fazer um donativo para reforçar a assistência humanitária através da Portugal com ACNUR”. Por exemplo, com um donativo de 30€, pode-se fornecer alimentação para uma criança durante um mês; com 50€, é possível adquirir botijas de gás para quatro famílias terem refeições quentes; e com 135€, pode-se garantir um refúgio de emergência para uma família. “Estes donativos são essenciais para que o ACNUR continue a prestar assistência vital aos refugiados e às comunidades afegãs que os acolhem”, diz a representante.

Além de donativos, “é crucial promover a consciencialização sobre a emergência humanitária no Afeganistão, por exemplo, ao partilhar informações, organizar eventos de sensibilização e introduzir o tema junto dos representantes políticos”, refere. “A nível local, os portugueses podem também oferecer apoio direto aos refugiados afegãos que já se encontram em Portugal, através de voluntariado para ajudar na sua integração cultural, ensino da língua ou apoio legal através de Organizações locais que existam na sua comunidade”.

Lançada a 14 de abril de 2023, a JUICE (Jupiter Icy Moons Explorer) é a sonda que a Agência Espacial Europeia (ESA) quer usar para explorar Júpiter e as suas luas geladas. Recentemente, a missão fez uma passagem histórica entre a Lua e a Terra, com um voo rasante ao nosso planeta. A sonda segue agora em direção a Vénus e, a partir daí, voltará a passar pela Terra mais duas vezes, em 2026 e 2029, antes de se dirigir em definitivo para Júpiter em 2031.

O objetivo destes voos rasantes é aproveitar o efeito da gravidade, numa medida considerada essencial por permitir mudanças de direção com uma utilização mínima de combustível. “A passagem assistida pela gravidade foi impecável: tudo correu bem, sem qualquer falha e estamos entusiasmados por voltar a ver a JUICE tão perto da Terra”, afirmou Ignacio Tanco, gestor de operações desta missão, citado em comunicado oficial.

Como explica a ESA, a sonda passou a 6840 quilómetros acima do sudeste asiático e do oceano Pacífico. Pelo caminho, a JUICE recolheu uma série de dados científicos através dos seus instrumentos e aproveitou para captar algumas imagens, que pode ver na galeria que se segue.

Veja as imagens captadas pela sonda JUICE

As passagens feitas pela sonda têm também como objetivo abrandar a velocidade: ao passar pela Lua, reduziu a velocidade em 3219 km/h e passar pela Terra abrandou mais 17220 km/h. As manobras permitiram reduzir a necessidade de cerca de 150 quilogramas de combustível e garantiram que a sonda vai ter combustível suficiente para chegar mais perto da lua de Ganimedes do que estava inicialmente previsto.

“Graças à navegação bastante precisa pela equipa Flight Dynamics da ESA, conseguimos usar apenas uma fração mínima do combustível reservado para esta manobra”, realça Ignacio Tanco, acrescentando que será possível ter mais ‘margem de manobra’ para situações imprevistas ou para a eventualidade de prolongar a missão após a chegada a Júpiter.

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É já no dia 17 de outubro que a Disney+ vai lançar em Portugal um novo plano de subscrição com anúncios. De acordo com a empresa norte-americana, o lançamento no nosso país segue o sucesso registado com este plano em vários países europeus, que o receberam em 2023.

O novo plano, Standard com anúncios, terá um valor mensal de 5,99 euros e poderá ser utilizado em simultâneo por dois utilizadores distintos. A qualidade de imagem deste novo plano é de 1080p (Full HD). Os planos já existentes, Standard e Premium, têm um preço de 9,99 euros e 13,99 euros, respetivamente.

Em comunicado, Luís Fernambuco, Vice-Presidente e Diretor-Geral da The Walt Disney Company Portugal (TWDC), afirma que “o lançamento do plano com anúncios no Disney+ em Portugal é uma importante evolução do serviço tanto para os consumidores, que passam a ter mais opções para aceder ao Disney+, como para os anunciantes, nossos parceiros, e para o mercado publicitário no seu todo”. “A partir de 17 de outubro, a TWDC Portugal passará a ter uma oferta publicitária integrada, que adicionará o Disney+ à atividade comercial que desenvolve há anos em Portugal”, detalha o responsável.

A plataforma de streaming tem conteúdos da Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic, assim como da marca de entretenimento STAR, e ainda séries e filmes como do FX, ABC, Disney Television Studios, Searchlight Pictures e 20th Century Television.