Hoje assinala-se o Dia Mundial da Doença de Parkinson, uma doença neurodegenerativa de evolução progressiva e crónica que afeta os movimentos, que se manifesta sobretudo a partir dos 60 anos e que afeta cerca de 20 mil portugueses, com 1800 novos casos ao ano. É uma doença do cérebro, causada pela falta ou diminuição da dopamina, um importante neurotransmissor que leva mensagens do cérebro para diversos órgãos e partes do corpo. E são várias as razões que devem convocar a reflexão sobre a Doença de Parkinson hoje e todos os dias:

(i) É a segunda doença neurocognitiva mais comum a nível global (apenas ultrapassada pela Doença de Alzheimer) e que cresce mais rapidamente, impulsionada pelo aumento da esperança média de vida e pelo envelhecimento da população: segundo a Parkinson’s Europe, até 2050 os casos vão duplicar a cada ano;

(ii) A Doença de Parkinson provoca um aumento de 18% nas mortes prematuras e nas incapacidades físicas e psicológicas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde;

(iii) Esta doença foi descoberta em 1817 por James Parkinson, médico inglês (nascido em 11 de abril de 1755) que descreveu os sintomas n’ “Um Ensaio sobre a Paralisia Agitante”. Mas passados 208 anos, e apesar dos avanços científicos e clínicos, a Doença de Parkinson ainda não tem causa definitiva, nem cura.

A inexistência de cura não implica uma sentença, e menos ainda inação do doente e da medicina. Sabemos que é uma doença multifatorial, que envolve fatores individuais, genéticos e ambientais, e que muito pode ser feito, considerando o ciclo da doença. A prevenção tem um papel de extrema importância, a reação atempada é essencial e a reabilitação importa maior qualidade de vida.

Prevenir a Doença de Parkinson passa pela promoção de um envelhecimento cerebral saudável desde cedo. Porque ainda que a prevalência seja claramente superior a partir dos 60 anos, cerca de 10% dos casos surgem antes dos 50 anos e 5% antes dos 40. Cuidado com a alimentação, atividade física constante, higiene do sono e ginasticar o cérebro, são peças-chave para a prevenção de uma doença ainda sem diagnóstico precoce – apesar de avanços consideráveis na busca de soluções que permitam diagnosticar a doença antes de provocar danos significativos no sistema nervoso.

Atualmente, o Parkinson é diagnosticado perante sintomas clínicos, ou seja, já existindo danos neurológicos significativos ou graves. Face a sintomas como tremores, lentidão dos movimentos, rigidez muscular, dificuldades em caminhar, problemas do sono, perda de olfato, devemos consultar de imediato um neurologista. A reação rápida permite evitar a progressão da doença, e faz toda a diferença. Os tratamentos atuais são eficazes, e permitem melhorias nas várias dimensões da vida do paciente afetadas pelo Parkinson.

Mas é preciso ir mais além da medicação que, sendo muito importante, não chega. Acredito realmente na reabilitação, através de programas individualizados que respondam às circunstâncias de cada pessoa. Que incluam terapia da fala e ocupacional, atividade física, acompanhamento nutricional e atividades complementares de bem-estar (como ioga, meditação, etc.). Acredito, também, que só uma abordagem integrada cérebro-mente é realmente eficaz na melhoria da qualidade de vida de quem tem Parkinson. A sua saúde mental é seriamente afetada, existindo uma relação direta entre esta doença e a depressão e as perturbações de ansiedade. Sem esquecer a saúde mental dos cuidadores, porque o “contágio emocional” é uma realidade.

O cérebro, como centro do nosso sistema nervoso, tem um papel vital nas funções neurológicas, na regulação das emoções e comportamentos, na nossa saúde integral. É por isso que dedico os meus dias à criação de um Hospital do Cérebro, para que lifespan e healthspan sejam, um dia, sinónimos.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Palavras-chave:

Há memórias dolorosas de recordar. Momentos tão humilhantes que tentamos esquecê-los. Coisas que fizemos e de que nos arrependemos. Passamos à frente e continuamos. Não existe uma vida sem erro. Muitas das coisas de que nos podemos envergonhar são pequenos tropeções sem significado num caminho maior. Mas o que é que acontece quando esses pequenos nadas se tornam eternos? O que é que acontece quando não se pode esquecer? Quando uma falha nos persegue? Quando o que devia ser íntimo acaba exposto?

Estes pensamentos vieram-me à cabeça depois de ouvir uma amiga contar ter descoberto que o filho adolescente troca fotos de pénis com os amigos num grupo de WhatsApp do desporto que pratica. A revelação pareceu-me inusitada, até ela me explicar que esta é a versão 2.0 das milenares práticas de balneário. Os miúdos trocam as imagens para as medir e comparar, numa daquelas expressões de testosterona primitiva difíceis de compreender. “Mas eles não percebem que podem acabar expostos?”, interroguei. Não. Nenhum deles entende como, mesmo sem associar os rostos aos corpos, uma simples captura de ecrã das mensagens pode fazer circular sem controlo aquelas imagens, denunciando-os.

Quando eu era adolescente, mostrar o meu corpo era uma decisão íntima e voluntária. A revelação dava-se entre duas pessoas frente a frente, sem nenhum dispositivo pelo meio, sem a possibilidade de o que foi privado passar, de repente e sem controlo, a ser público. Claro que existiam os rapazes que se penduravam na janela dos balneários da C+S para tentar ver-nos a trocar de roupa quando a Educação Física calhava ao último tempo da tarde. Claro que um namorado podia, sem que nos apercebêssemos, fotografar ou filmar o que não queríamos. Um dos grandes escândalos desse tempo foi precisamente a divulgação de vídeos sexuais da Pamela Andersson, que nós víamos às escondidas. Mas tudo isso era raro. Um percalço.

Esses foram os primórdios da internet. Entretanto, passaram-se décadas em que nos habituámos a uma exposição sem limites. Os que agora são adolescentes foram mostrados ao mundo na primeira ecografia, viram filmada cada uma das suas gracinhas de bebé, publicadas todas as fotos de férias e aniversários. Foram os próprios pais que os ensinaram a perder a fronteira entre o público e o privado.

Há uns tempos, estava com os meus filhos num parque infantil quando vi chegar um homem com um bebé ao colo. Pareceu-me muito familiar. Eu conhecia aquele pai e aquele bebé, mas não os conseguia identificar. O homem olhou para mim sem qualquer sinal de reconhecimento, enquanto eu não conseguia parar de pensar que sabia quem eles eram. Foi quando chegou a mãe. Era alguém que eu sigo no Instagram. E, sem saber dizer porquê, fiquei extraordinariamente embaraçada com a ideia de reconhecer aquelas pessoas que, na verdade, não conheço.

É o mesmo desconforto que sinto quando vejo partilhadas as caras adoráveis dos filhos dos meus amigos. É como olhar para o buraco de uma fechadura. Mas já nem há fechadura. Só portas escancaradas.

Os adolescentes cresceram habituados a ser reconhecidos pelos amigos dos pais que nunca os viram, mas que sabem tudo deles pelas redes sociais. Vivem num sistema de validação social medido em likes e visualizações. Acreditam que terão tanto mais valor quanto mais tiverem e exibirem. E, sabendo que a economia real não lhes dará grandes hipóteses de ganhar dinheiro, encontram oportunidades em exporem-se ainda mais na internet. Sonham ser influencers e youtubers. Querem ser a sua própria mercadoria, mesmo que não saibam bem o que vendem e muito menos a que preço.

Nas últimas semanas, foram notícia duas raparigas que faziam vida de se expor no Onlyfans. A francesa Julie Luxie, de 21 anos, que foi encontrada sem vida em casa, ensanguentada e rodeada por cartuxos de óxido nitroso, a droga da moda entre os adolescentes. E a ucraniana Maria Kovalchuk, de 20 anos, largada numa estrada, inconsciente, gravemente ferida, depois de ter sido convidada para uma festa privada no Dubai. Julie e Maria foram consumidas e descartadas, como produtos. São casos extremos, mas elucidativos da forma como a mercantilização da imagem comporta a desumanização de quem se expõe.

A maior parte dos jovens que agora brinca aos influencers na internet não terá, felizmente, finais tão trágicos. Mas a exposição a que se estão a submeter fá-los exporem-se a outro risco: o de perderem a possibilidade de deixar para trás, bem no fundo do baú da memória, os momentos dolorosamente humilhantes que gostariam de esquecer. Há uma geração que não vai ter como esquecer.

Todos os pequenos pecados, as grandes falhas, os erros impensados. Cada uma dessas coisas pode voltar para os assombrar. A internet não se esquece.

MAIS ARTIGOS DESTE AUTOR

+ “Vendemos personalidade, não vendemos pornografia”

+ Os metecos e os mercadores de sono

+ “Nós somos a maioria, eles são o 1%”

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

“Estará o círculo próximo de Donald Trump a lucrar ilegalmente com estas grandes oscilações do mercado de ações, através de informações privilegiadas?”, questionou o senador democrata Adam Schiff na rede social X, fazendo eco público das suspeitas de “insider trading” que já pairavam nos corredores da política americana, sobre os ziguezagues que têm caracterizado a estratégia de taxas aduaneiras da administração Trump.

O representante do estado da Califórnia e um seu congénere do Arizona, o senador Ruben Gallego, divulgaram esta quinta-feira uma carta enviada por ambos à Casa Branca, na qual dirigem essa mesma pergunta à Chefe de Gabinete do Presidente dos Estados Unidos da América, Susan Wiles, e ao responsável máximo do Gabinete de Ética governamental, Jamieson Greer.

“Escrevemos para solicitar uma investigação urgente sobre se o Presidente Trump, a sua família ou outros membros da administração se envolveram em ‘insider trading’ ou outras transações financeiras ilegais, tendo conhecimento antecipado de informação não pública sobre alterações na política de tarifas”, começam por dizer, constatando, logo de seguida, que “a decisão do Presidente Trump de aliviar a maioria das tarifas, previsivelmente, fez com que os mercados financeiros disparassem depois de terem afundado e passado por estranhas flutuações, desde a Ordem Executiva de dia 2 de abril, a anunciar tarifas globais”.

Sem rodeios, a carta aponta duas publicações de Donald Trump na rede social Truth Social, nesta quarta-feira, 9, como sinais que “levantam graves preocupações legais e éticas”, uma vez que antecederam em escassas horas a travagem a fundo do líder americano na aplicação das taxas aduaneiras. Separadas por quatro minutos, às 9h33 dizia assim a primeira: “Estejam tranquilos! Vai tudo correr bem. Os EUA vão ser maiores e melhores do que nunca antes!”. Depois, às 9h37, Trump acrescentaria: “Este é um ótimo momento para comprar!!!”.

Cerca de três horas e meia mais tarde, o Presidente anunciou, na mesma rede social, uma “pausa” nas tarifas, o que não só travou a queda histórica das Bolsas que durava há vários dias como fez subir vertiginosamente o seu valor, numa estrondosa reviravolta. Quer isto dizer que “as pessoas que compraram quando viram aquela publicação ganharam muito dinheiro”, explicou à agência noticiosa Associated Press Richard Painter, que liderou o Gabinete de Ética da Casa Branca durante a presidência republicana de George W. Bush e é crítico de Trump.

“É uma ação coordenada para lucrar com o caos”

O raciocínio de Adam Schiff e de Ruben Gallego é simples: se Trump já sabia, na manhã de quarta-feira, que iria ocorrer uma inversão no mercado bolsista dali a umas horas, em virtude da pausa nas tarifas que iria anunciar, com quem partilhou previamente a informação e quem se aproveitou dela para negociar na Bolsa? Se alguém o fez, violou a Lei.

“Trump e os seus doadores bilionários lucraram de ‘insider trading’? Adam Schiff e eu exigimos respostas”, escreveu ontem, no X, o senador Ruben Gallego, com Schiff a partilhar um gráfico suspeito do índice Nasdaq, que mostra como as ações começaram a disparar antes do anúncio público da “pausa” nas tarifas.

Adam Schiff apelida a administração encabeçada por Donald Trump como “a mais corrupta da história americana”, enquanto Chris Murphy, outro senador democrata, do estado do Connecticut, fala num “grande golpe”. Já o deputado Steven Horsford, democrata do Nevada, atira: “Isto não é uma coincidência. É uma ação coordenada para lucrar com o caos. Que mais poderia ser?”.

Segundo um porta-voz da Casa Branca, é apenas Trump a cumprir a sua incumbência de tranquilizar os mercados e os investidores americanos, perante o alarmismo que se gerou na última semana.

Não foi só o acesso aos grandes átrios da Gare Marítima de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos, com os 14 grande painéis criados e pintados in loco por Almada Negreiros, que se abriu ao público nesta primeira semana de abril.

No rés-do-chão da Gare de Alcântara inaugurou-se no passado dia 7 um completo centro de interpretação que contextualiza a história desses dois edifícios, projetados pelo arquiteto Pardal Monteiro, e da pintura dos murais. Ainda este ano deverá abrir um restaurante no primeiro piso.

A vida quotidiana da zona ribeirinha de Lisboa, com varinas, estaleiros e pescadores, entrou para dentro destes edifícios, o que não agradou aos mais conservadores membros do Estado Novo, que prefeririam narrativas míticas e a glorificação do passado português. Foto: Marcos Borga

As duas gares marítimas já estavam em funcionamento quando Almada aí se instalou, subindo a andaimes para concretizar a pintura de oito painéis na de Alcântara (terminados em 1945) e seis na da Rocha do Conde de Óbidos (realizados em 1949). Nenhuma delas foi inaugurada a tempo da Exposição do Mundo Português, em 1940, como era desejo inicial do poderoso ministro Duarte Pacheco, que ficou conhecido pelo impulso dado às obras públicas em Portugal e morreu precocemente num acidente de viação em 1943. O objetivo era dar uma modernidade com espírito nacionalista a esta porta de entrada em Lisboa, que se queria afirmar como “cais da Europa”.

No Centro Interpretativo – Murais de Almada nas Gares Marítimas ficamos a saber, entre material escrito e audiovisual, as histórias e personagens que habitaram estes edifícios ao longo de décadas: refugiados em busca de uma fuga para o outro lado do Atlântico durante a Segunda Guerra, numa primeira fase, emigrantes e, na década de 60, milhares de soldados de todo o País a caminho da Guerra Colonial.

Também há informações sobre o percurso do “artista total” Almada Negreiros e um painel criado pelo ilustrador João Fazenda como homenagem à tradição muralista em várias épocas e geografias.

Um painel criado pelo ilustrador João Fazenda homenageando, no centro interpretativo, a tradição muralista ao longo da História. Foto: Marcos Borga

Almada transportou para estes painéis cenas do quotidiano da vida ribeirinha em Lisboa (varinas, carvoeiras, estaleiros, pescadores, pedintes e saltimbancos…), paisagens lisboetas e evocações de um passado mítico (numa interpretação do poema popular Nau Catrineta e da Lenda da Nazaré e de D. Fuas Roupinho).

Essas opções não agradaram aos representantes do gosto oficial do Estado Novo, que preferiam uma glorificação sem ambiguidades do passado português sem a presença da gente humilde das ruas da capital. A continuidade do trabalho de Almada esteve mesmo em causa e chegou a falar-se da destruição posterior dos painéis da Rocha do Conde de Óbidos. Por sua vez, o próprio artista diria, em 1953, sobre estes seis painéis: “Creio não haver antes cumprido melhor, nem feito obra que fosse mais minha.”

A zona onde se pode ficar a conhecer melhor o percurso de Almada Negreiros (1893-1970). Foto: Marcos Borga

A entrada para o novo Centro Interpretativo faz-se no edifício da Gare Marítima de Alcântara. Aí, os visitantes podem escolher se querem ver só os painéis nas gares (a viagem de uma para outra, de cerca de 800 metros, será feita em veículos inspirados nos que Pardal Monteiro desenhou, na época, para transporte de bagagens) ou de complementarem a visita com a passagem pelo Centro Interpretativo, no rés do chão da Gare Marítima de Alcântara. Essa visita completa é altamente recomendável.

Centro Interpretativo – Murais de Almada nas Gares Marítimas > Doca de Alcântara, Lisboa > seg-dom, 10h-19h > €3 a €5

No regresso da segunda temporada de The Last of Us, Neil Druckmann, o criador do videojogo que está na base de todo o projeto, e Craig Mazin, o seu cúmplice no desenvolvimento da série televisiva, sabem que têm de manter elevado o interesse dos jogadores que conhecem a história, mas também cativar o público que só viu a série. A dupla criativa parece estar tranquila em contar uma versão diferente da Parte II do jogo desenvolvido para a Playstation. Uma verdadeira corda bamba, em que os protagonistas, Pedro Pascal e Bella Ramsey, também se mantêm em equilíbrio.

Esta segunda temporada, uma produção de seis meses gravada sobretudo na Colúmbia Britânica, no Canadá, joga com muitas emoções e sentimentos, desde paixões e afetos a fúrias e ódios viscerais. Além de uma relação LGBT, a história também aborda a saúde mental através da personagem da psicoterapeuta (Catherine O’Hara) de Joel.

Kaitlyn Dever integra o elenco como Abby, soldado do grupo de milícias revolucionárias

Os novos episódios começam cinco anos depois do final da primeira temporada, na passagem de ano para 2029. Joel e Ellie estão distantes um do outro e surge Abby (Kaitlyn Dever), uma opositora, membro dos Fireflies, grupo de milícias revolucionárias que, além de um conflito interno com os outros soldados, vai confrontar-se ainda com um culto religioso, os Seraphites, ou Scars, também eles em disputa com a WLF (Frente de Libertação de Washington, os Wolves), uma organização paramilitar.

Em Jackson, no Wyoming, a comunidade vive protegida pelas vedações e sente-se como se de refugiada se tratasse, enquanto lá fora os infetados pelo fungo cordyceps são dizimados a cada patrulha. O sangue na neve, os guinchos e estalidos emitidos por quem foi mordido e não tem imunidade anunciam perigo por perto. A tempestade com ventos fortes faz despertar os infetados cobertose adormecidos no gelo.

The Last of Us > Max > Estreia 14 abr, seg > sete episódios, um novo a cada semana

Doze anos de Rui Moreira tiveram um impacto grande na política no Porto. A cidade tornou-se um puzzle imprevisível, com muitas peças a mudar de lado e combinações improváveis. Há apoiantes de Rui Moreira que vão para as listas do PS, outros que estão com a AD, enquanto o ainda vice-presidente de Moreira, Filipe Araújo, pondera uma candidatura em nome próprio e se tornou uma espécie de jocker da política portuense, com potencial para fazer estragos à direita, numa altura em que não é certo que a IL se junte à candidatura do social-democrata Pedro Duarte. Enquanto isso, Manuel Pizarro, candidato pelo PS, e Nuno Cardoso, independente que já foi presidente da câmara com o apoio socialista, vão fazendo caminho.

Manuel Pizarro O candidato socialista está no terreno há algum tempo e tem reunido, à porta fechada, com as forças vivas da cidade

É preciso recuar no tempo para perceber a rede intrincada das relações que agora moldam a política da cidade. Em 2013, Luís Filipe Menezes era o candidato do PSD ao Porto. Uma decisão que, numa entrevista ao Expresso, dada em 2019, Menezes considerou “o maior erro político” da sua vida. Nessa altura, Pedro Duarte era o seu diretor de campanha e Filipe Araújo esteve entre os sociais-democratas que bateram com a porta, para apoiar o independente Rui Moreira, que viria a zangar-se com Rui Rio, mas que na altura tinha, pelo menos, o beneplácito de Rio, que queria ver derrotado o seu arquirrival Menezes. A saída que mais estrondo causou na altura foi, porém, a de Francisco Ramos, que liderava o PSD Porto e que passou para as fileiras de Moreira. Doze anos mais tarde, Ramos é um dos apoios de peso de Pedro Duarte nesta corrida à Câmara Municipal do Porto e Filipe Araújo o possível cabeça de lista de um novo movimento independente. Mesmo que não haja movimento de Rui Moreira sem Rui Moreira, a ideia de que o seu vice-presidente pode avançar tem inquietado as hostes sociais-democratas, que veem neste momento uma oportunidade única para voltar a conquistar a Invicta.

Uma pedra no sapato “laranja”

O Porto é um objetivo tão importante para o PSD que o próprio Luís Montenegro esteve, com Hugo Soares, em várias reuniões para perceber até que ponto a candidatura de Pedro Duarte poderia ir buscar apoios aos independentes de Rui Moreira. Uma boa parte desse objetivo foi alcançado com grande sucesso. Mas Filipe Araújo é uma pedra no sapato “laranja”.

A VISÃO sabe que foram vários, nos últimos meses, os contactos e até os convites feitos pelo PSD a Araújo para o trazer para o barco de Pedro Duarte. Mas, até agora, o namoro não deu em nada. “O Filipe Araújo não é condicionável, nem por convites, nem por ameaças, nem por insultos”, diz à VISÃO uma fonte próxima do atual número dois da Câmara Municipal do Porto. A alusão a ameaças e insultos surge na semana em que Filipe Araújo se travou de razões com um deputado municipal social-democrata que, em plena reunião da Assembleia Municipal do Porto, levantou dúvidas sobre contratos de comunicação e marketing feitos pela Porto Vital (uma associação que junta o metro, a universidade e a câmara), questionando se não estariam a servir para promover a campanha de Araújo. As insinuações fizeram estalar o verniz. “Não me deixarei nunca condicionar”, avisou Filipe Araújo, num comunicado enviado às redações, no qual anunciava que iria recorrer aos tribunais para defender a sua honra.

Na campanha de Pedro Duarte, desvaloriza-se o impacto que Filipe Araújo possa ter, lembrando que a AD “tem muitos apoios da atual direção do movimento de Moreira”, do qual “o exemplo de Francisco Ramos é simbólico”. Mas há outros sinais menos evidentes, como o de Carlos Almeida, que trabalhava com Moreira na comunicação e na logística e deverá trabalhar com Pedro Duarte. A somar a isso, quem está com Pedro Duarte nota que desta vez há condições únicas para o PSD no Porto, pela primeira vez em muitos anos pacificado e sem guerras internas.

Com Rui Moreira Próximo de Pedro Duarte, o atual autarca do Porto disfarça o apoio explícito,por querer manter um perfil equidistante, mas deu a cara no raide do Governo no Bolhão

A precisar de ganhar notoriedade na cidade, apesar do trabalho que teve sempre no Porto, nomeadamente na Assembleia Municipal, Pedro Duarte resolveu anunciar a candidatura, através de um artigo de opinião publicado no JN, no dia em que o Governo fez um Conselho de Ministros, sem agenda, no Mercado do Bolhão, que motivou queixas à Comissão Nacional de Eleições, pela confusão entre as funções governativas e a campanha que decorre.

O texto era já todo um programa, sem deixar de ter críticas a Moreira. “A segurança, com criminalidade inaceitável; a mobilidade, com trânsito intolerável; e a habitação, com preços incomportáveis, são desafios urgentes que exigem respostas novas e eficazes. A mesma eficácia deve ser pensada para o turismo, que trouxe dinamismo social e vitalidade económica, mas também uma pressão que ameaça a nossa essência e a nossa vida em comunidade”, escreveu Pedro Duarte, que até 18 de maio deve andar mais recatado.

Os sinais de Rui Moreira

A imagem de Rui Moreira sorridente ao lado de Pedro Duarte, na autêntica arruada em que se transformou o final do Conselho de Ministros, marcou o dia, mas até no PSD se avisa que é precipitado esperar que Moreira venha a ser ativo na campanha da AD.

Em funções até ao último dia do seu mandato, Rui Moreira quer publicamente manter-se tão neutro quanto possível. Mas são muitos os sinais de “alinhamento” com Pedro Duarte, com quem tem uma relação de grande proximidade pessoal. De resto, essa proximidade parece reforçada à medida que o nome de Moreira é insistentemente falado para a organização do Mundial de Futebol de 2030.

Em fevereiro, Moreira escreveu mesmo uma carta a Araújo na qual o adverte de algo que decorre da lei. “Se avançares com uma candidatura, ela resultará sempre, e por necessidade e imperativo legal, de um novo movimento de cidadãos, uma vez que eles se extinguem depois de cada eleição”, disse na missiva que foi tornada pública pela Lusa. O sinal era subtil, mas suficientemente claro: Filipe Araújo não poderá arrogar-se de ser o sucessor de Rui Moreira. E isso podem ser boas notícias para Pedro Duarte.

Uma fonte da campanha do social-democrata explica à VISÃO que Pedro Duarte pretende ir buscar os pontos mais fortes dos legados de Rui Rio e Rui Moreira. “O rigor das contas e da gestão dos serviços de Rio e a abertura da cidade e a cultura de Moreira”, resume a mesma fonte, que diz que apesar dessas marcas do passado, o PSD quer encontrar novas respostas para o futuro, com as preocupações com os problemas de droga e pequena criminalidade que alastram nalguns bairros do Porto e a mobilidade como grandes preocupações. E Araújo? “Há pessoas à volta dele que percebem que uma candidatura sua ajuda o PS. Temos esperança de que ele perceba isso, mas hoje terá um resultado muito residual”, comenta a mesma fonte.

Conselho de Ministros, Mercado do Bolhão PSD foi acusado de ter feito uma ação de campanha eleitoral com meios do Estado

Filipe Araújo não parece, porém, inclinado a recuar. “Trabalho todos os dias em prol da minha cidade, mantenho um compromisso sério com o Porto e a cada dia que passa sinto-me mais motivado para continuar este legado de um mandato independente. Os portuenses têm em grande conta estes 12 anos que são demonstrativos da capacidade da gestão independente e não são transitáveis para nenhuma força partidária”, declara à VISÃO.

Na cidade há quem garanta que, mesmo não podendo assumir-se como o delfim de Rui Moreira, Filipe Araújo tem estado a reunir apoios importantes, até junto de quem não estava com Moreira. Além disso, pode ter ainda outro trunfo. “O Filipe parte como o underdog, é o que não tem uma estrutura montada. Mas em 2013 o underdog era Moreira e em 2001 era Rio”, diz um social-democrata, que não desvaloriza o potencial de Araújo.

Pelo meio, há a incógnita IL. Os liberais estavam inclinados a correr em pista própria, mas depois da sua Convenção Nacional houve várias reuniões no Porto para tentar um acordo com Pedro Duarte. O processo ficou em standby com a queda do Governo. “Com as legislativas, tivemos uma reunião com todos os coordenadores dos núcleos do País e houve uma decisão de interromper os anúncios das autárquicas. O nosso foco são as legislativas”, afirma à VISÃO Hugo Beirão Rodrigues, coordenador do núcleo da IL no Porto, que garante estar tudo em aberto no que toca a um entendimento com a AD. O que os liberais querem garantir é que a candidatura tenha hipóteses de ser ganhadora e que tenha algumas das marcas da IL no que toca a “transição digital, desburocratização dos licenciamentos municipais, numa visão para o turismo da cidade, na mobilidade e na segurança”.

Pizarro faz caminho na sombra

Enquanto à direita há muito por definir, Manuel Pizarro faz o seu caminho. “Estamos a fazer tudo com tempo. Pizarro tem estado de manhã à noite no terreno, ainda sem visibilidade”, conta à VISÃO uma fonte do PS Porto, explicando que o socialista (que duas vezes foi derrotado e que até já fez entendimentos com Moreira) tem feito encontros à porta fechada com vários setores da cidade, dos comerciantes às cooperativas, de diretores de escolas a IPSS, em eventos por onde já passaram cerca de 400 pessoas e que servem para tomar o pulso à cidade e granjear apoios. Além disso, há meses que, todos os dias, “almoça e janta com personalidades” do Porto.

Manuel Pizarro já sabe que conta com o apoio de, pelo menos, três notáveis da equipa de Rui Moreira

Apesar de o terreno eleitoral ser particularmente difícil para o PS – a única que vez que um socialista conseguiu suceder a alguém de direita na cidade foi em 1989, com Fernando Gomes –, desta vez, há confiança no partido de Pedro Nuno Santos. Manuel Pizarro foi anunciado em 2024, tem grandes níveis de notoriedade (acima de Pedro Duarte) e foi escolhido depois de vários estudos de opinião encomendados pelo Largo do Rato. E se, no PSD, Pedro Duarte pode suspirar de alívio por ter o partido unido, no PS vive-se um cenário idêntico, pela primeira vez desde há algum tempo, com as estruturas pacificadas e alinhadas.

Para já, Manuel Pizarro sabe que conta com o apoio de, pelo menos, três notáveis da equipa de Rui Moreira. O presidente da Junta do Centro Histórico, Nuno Cruz, vai desta vez pelas listas do PS. Tal como irá também o atual vereador da Educação e Ação Social de Moreira, Fernando Paulo, que os socialistas acreditam ter poder de arraste para ganhar outros apoios. E a presidente de Junta de Massarelos, eleita pelo movimento de Moreira, Sofia Maia, também já declarou apoio a Pizarro, ainda que na freguesia onde está tenha atingido o limite de mandatos. “Veremos se há mais. Estamos com essa expectativa”, diz uma fonte do PS local, que vê a grande oportunidade na divisão à direita. “Havendo divisão, as hipóteses aumentam, mas mesmo sem divisão as hipóteses são boas.”

Os socialistas vão fazer uma campanha assente em três eixos: habitação, mobilidade e segurança, “mas não à Ventura”, assegura-se no PS, onde se explica que “é preciso atacar os problemas da droga, se não isto cai para a extrema-direita”. Na habitação, o PS tem um trunfo: em articulação com o setor da construção local, a equipa de Pizarro está a desenhar um plano de construção de cinco mil fogos de habitação pública para a classe média, em terrenos que são da câmara. “Vamos apresentar tudo com valores e mapas.”

Cardoso ajuda a baralhar

Há, contudo, pelo menos, mais um elemento para baralhar as contas: Nuno Cardoso. Foi presidente da câmara há 24 anos, com o apoio do PS para suceder a Fernando Gomes, mas perdeu em 2013 para Rui Moreira e há quatro anos, como independente, não conseguiu sequer ser eleito. Apesar deste histórico, Cardoso volta à corrida como independente. Tem sede na Alameda do Dragão, no Natal distribuiu calendários com a sua imagem e esta semana, à porta do clássico FCP vs SLB do último fim de semana, lá estava a dar panfletos.

“Fiz uma candidatura fora do tempo. Agora estou a fazer tudo direito”, diz à VISÃO, para explicar a confiança num bom resultado nestas eleições face ao desaire de 2019. Nuno Cardoso evoca a sua experiência e a “revolução” que fez na mobilidade da cidade, com o arranque do metro, como fatores distintivos da sua candidatura. Promete “incentivos à habitação acessível para jovens, famílias e seniores”, o “combate à gentrificação”, mais policiamento e iluminação pública e uma mobilidade com “prioridade às pessoas” e não aos automóveis.

À esquerda, ainda só a CDU apresentou candidato, com o anúncio de Diana Ferreira como cabeça de lista. “Com um histórico de intervenção singular na cidade, a CDU apresenta-se como uma força comprometida em servir as populações e em construir um Porto mais justo e solidário”, lê-se numa nota do partido, que defende a importância de voltar a eleger um vereador.

O Chega, que não tem nenhum eleito na vereação, já anunciou o antigo deputado municipal do PSD Miguel Corte-Real como cabeça de lista à Câmara Municipal do Porto. Tino de Rans também já disse ser candidato e Aníbal Pinto concorre pela Nova Direita.

PS: Entradas, saídas e polémicas

Listas do PS foram atribuladas. Houve quem quisesse sair, quem escolhesse o lugar e quem causasse surpresa por ter sido escolhido

Sérgio Sousa Pinto O deputado, um dos veteranos da bancada, sentiu que, mais do que desejado, era tolerado. E saiu

Uma rapper que entra, um veterano que sai, dois putativos candidatos à sucessão, um dentro, o outro fora. As listas do PS para as legislativas tiveram a sua dose de surpresas. Uma delas é a escolha de Pedro Nuno Santos para o sétimo lugar da lista por Lisboa, Eva Cuzeiro, AKA Rapdiva, uma rapper com carreira em Angola, nascida na Arrentela, que é afrodescendente e, mesmo sendo formada em Ciência Política, não tem propriamente o perfil mais comum dentro das listas partidárias. Com 1,5 milhões de seguidores no Instagram e 36 anos, Eva Cruzeiro pode ser uma forma de chegar aos jovens, que nos últimos anos se têm afastado do PS.

Dias depois de ser conhecida a sua candidatura, começou a circular um vídeo que deu a primeira polémica. Num improviso, Eva lançou um “Eu sou africana, ‘tou-me a cagar para a guerra na Ucrânia”. Teve de vir explicar-se. “Sou totalmente contra o imperialismo de Putin e totalmente contra as políticas irracionais de Trump. Estou ao lado do povo ucraniano, tal como estou ao lado do povo palestiniano e de todos os povos que sofrem agressões à paz e ao direito internacional”, escreveu nas redes sociais.

Menos bem explicado ficou o timing da decisão de Sérgio Sousa Pinto de não aceitar o quinto lugar na lista por Lisboa, um posto acima do que ocupou no ano passado. A lista foi conhecida na segunda-feira à noite, mas só na quarta de manhã Sousa Pinto ligou a Pedro Nuno a dizer que, afinal, não aceitava. “[A dada altura] uma pessoa sente que já não se sente confortável, que já não sente que está ali aquele nosso lugar, que está a mais e que, porventura, mais do que desejada, é tolerada. Portanto, há um momento para ficar e um momento para sair, e pareceu-me que este era o momento para sair”, disse na CNN para explicar uma saída que gerou mais comoção à direita do que nas hostes do PS, onde o desalinhamento com o deputado que está no Parlamento desde 1995 já era mais do que evidente.

Eva Cruzeiro A rapper licenciada em Ciência Política entrou,com estrondo, na lista por Lisboa

De fora por escolha própria, mas sem querer bater com a porta, ficou Fernando Medina. Visto como um dos possíveis candidatos à sucessão, foi almoçar com Pedro Nuno quando a polémica com Sousa Pinto estava ao rubro, deixando-se fotografar no Rato, em pose descontraída para sinalizar que não há rutura.

Nas listas e com o lugar que queria ficou outro putativo sucessor, José Luís Carneiro. Chegou a ser falado para Coimbra, mas Pedro Nuno Santos deu-lhe o que desejava: ser cabeça de lista por Braga. M.D.

Palavras-chave:

Já deves ter ouvido dizer que uma imagem vale mais que mil palavras.  Essa imagem pode ser uma fotografia, claro, mas não seria maravilhoso poderes depender apenas de um lápis e de uma folha para criares todas as imagens que te passassem pela cabeça? Se gostavas de aprender a desenhar, a Gulbenkian tem uma oficina criada a pensar em ti.

A primavera chegou à Gulbenkian, o que significa que vais ter à tua disposição novas atividades para passares o tempo, fazeres novos amigos e, claro, aprenderes muitas coisas. Mas coisas divertidas e que farão as horas parecerem minutos – para seriedade, já basta a escola. Aqui, como sempre, vais ter oportunidade de passear ao ar livre, no lindíssimo jardim, e também de admirar incríveis obras de arte na zona de exposições. E depois? Depois é só deixares-te levar pela tua imaginação e vais dar por ti transformado num verdadeiro artista.

Desenho para mentes curiosas

Se ficas maravilhado com o que é possível fazer com um lápis e uma folha de papel, esta oficina é para ti. Entre abril e julho vais ter sete sessões em que o desenho será o tema central. Já no dia 12 de maio, por exemplo, vai poder aprender a fazer um auto-retrato. E quem nunca quis ser capaz de fazer um auto-retrato? Claro que temos fotografias e selfies, mas um retrato desenhado pela própria pessoa é uma coisa muito diferente. Num retrato podes adicionar detalhes da tua personalidade que talvez se perdessem numa foto. Durante esta sessão, chamada “Quem sou eu?”, vais observar diversos auto-retratos e depois serás convidado a refletir sobre a pessoa que tu és, como podes transmitir ideias sobre ti próprio e se há objetos que podem falar sobre ti. Há várias formas de auto-retrato e vais poder explorá-las todas.

Mais para a frente, a 28 de junho, vai poder desenhar “Flores e mais flores” – é esse o nome desta sessão. Para isso, vais observar um fragmento de seda repleto de flores, da autoria de Philippe de Lasalle, na exposição Coleção Gulbenkian: Grandes Obras, que tentarás, depois, reproduzir ao mesmo tempo que descobres que, entre composição, texturas e cor, esta peça tem muito para revelar.

A última sessão decorrerá no dia 26 de julho. Chama-se “A presença das coisas numa paisagem” e começa também na área da exposição, com a observação de duas pinturas, com mais de 200 anos, que o artista francês Hubert Robert fez dos jardins do Palácio de Versalhes. Nesses dois quadros, vais encontrar pessoas, árvores, estátuas e edifícios. De seguida, irás até ao Jardim Gulbenkian aprender como mostrar esses diferentes elementos quando desenhas uma paisagem.

Estes são só alguns exemplos das sessões temáticas da oficina “Desenho para mentes curiosas”, que vão decorrer nos dias 12 de abril, 3 de maio, 24 de maio, 7 de junho, 28 de junho, 12 de julho e 26 de julho, sempre às 10h30 e que têm um custo de 10 euros cada.

A E-goi, plataforma portuguesa de automação de marketing omnicanal e inteligência artificial, lançou o E-goi Apoia, um plano gratuito que coloca tecnologia de ponta ao serviço de ONGs e associações sem fins lucrativos.

Com esta iniciativa, a E-goi pretende democratizar o acesso a ferramentas de comunicação e marketing digital avançadas — muitas vezes inacessíveis por falta de orçamento — para que estas organizações possam ampliar o seu impacto social de forma eficaz e sustentável.

O plano inclui funcionalidades como:

  • envio de email marketing e webpush para até 50 mil contactos
  • automação de campanhas
  • 100 SMS por mês,
  • formulários e landing page
  • ferramentas de inteligência artificial
  • gestão de redes sociais
  • captação de leads via WhatsApp
  • suporte técnico especializado.

Segundo Iúri Ferreira, Project Owner do E-goi Apoia, o objetivo é garantir que, quem já trabalha diariamente para transformar o mundo tenha acesso às ferramentas necessárias para comunicar, mobilizar e crescer

Um exemplo de como a tecnologia pode fazer a diferença é a Oikos – Cooperação e Desenvolvimento, com mais de 30 anos de atuação no setor. A coordenadora de comunicação, Marisa David, conta que utilizam a E-goi há mais de dez anos para enviar mensagens segmentadas por email e SMS, o que tem fortalecido a relação com os diferentes públicos da organização. “É isto que transforma uma base de dados em pessoas”, afirma.

A meta da E-goi é apoiar o máximo de organizações sem fins lucrativos, reforçando o seu compromisso com a transformação social através da tecnologia.

Para mais informações e adesão, aceda: E-goi Apoia

Sobre a E-goi

A E-goi é a tecnologia de automação de marketing omnichannel para marcas B2C com grandes audiências no retalho, e-commerce e serviços, que liga o mundo físico ao online, com maior rapidez e ROI garantido pela importância e proximidade que tem com cada cliente, potenciadas pelas suas soluções de IA.

Palavras-chave:

A aplicação gov.pt, desenvolvida pela Agência para a Modernização Administrativa (AMA), passou a permitir a renovação do Cartão de Cidadão de forma totalmente digital, eliminando a necessidade de deslocações aos balcões de atendimento. A nova funcionalidade foi anunciada esta quarta-feira, dia 10, durante o evento “PRR: a acelerar a inovação digital em Portugal”.

Com mais de 3,5 milhões de downloads desde o lançamento da aplicação, a 26 de dezembro de 2024, a app gov.pt continua a reforçar posição como uma plataforma centralizada de serviços públicos digitais. A renovação do Cartão de Cidadão junta-se agora a outras funcionalidades já disponíveis, como o acesso a faturas eletrónicas e o envio de notificações eletrónicas para cidadãos, empresas e entidades públicas.

Para utilizar a aplicação, o cidadão necessita de ter a chave móvel digital, que pode ser ativada através da própria aplicação. 

Para além disso, a aplicação tem vindo a expandir o número de documentos de identificação digitais que pode alojar, contando atualmente com 22 tipos diferentes. Entre os mais recentes, incluem-se cartões de entidades públicas e privadas, como o Cartão dos Serviços Sociais da GNR, o Cartão do Estudante, o Cartão da Ordem dos Médicos Veterinários, o Cartão da Ordem dos Notários, o Cartão do Feirante, o Seguro Automóvel e o Cartão Saúda.

A AMA destaca a app gov.pt como um dos “pilares da transformação digital da Administração Pública em Portugal”, podemos ler no comunicado de imprensa. Ao centralizar o acesso a serviços e documentos públicos, a aplicação garante uma experiência mais segura, rápida e prática aos cidadãos. Segundo a AMA, estão já em desenvolvimento novas funcionalidades que visam “aumentar a eficiência e tornar os serviços públicos digitais ainda mais acessíveis”.

O Hyundai Inster apresenta um design que a marca descreve como “robusto, mas moderno”. Apesar de ser apresentado como um modelo compacto (segmento A), a distância entre eixos aproxima-se da de modelos do segmento B, o que, de acordo com a Hyundai, proporciona mais espaço e estabilidade. O modelo distingue-se ainda pelas luzes diurnas em LED, grelha dianteira preta e indicadores de mudança de direção com design de padrão de píxeis.

As dimensões do veículo são: 3,825 metros de comprimento, 1,610 m de largura e 1,575 m de altura, com uma distância entre eixos de 2,580 m. A capacidade da bagageira varia entre os 238 e os 351 litros, podendo atingir os 1059 litros com os bancos traseiros rebatidos. Neste aspeto, de destacar a grande modularidade interior graças à utilização bancos traseiros com corrediças e rebatíveis.

Veja todos os detalhes do Inster na fotogaleria

Autonomia, carregamento e tecnologia

A autonomia é um dos principais argumentos do Inster. A versão com bateria de 49 kWh anuncia até 360 quilómetros em ciclo combinado WLTP e até 493 quilómetros em ciclo urbano. A Hyundai refere que estes valores representam “uma nova referência para veículos elétricos compactos”.

O Inster está equipado de série com um carregador de bordo de 11 kW e permite carregamentos rápidos em corrente contínua (DC) com uma potência até 85 kW. Nestes casos, a marca anuncia um tempo de carregamento de 10% a 80% de “cerca de 30 minutos”.

No interior, o Inster integra de série um painel de instrumentos digital de 10,25 polegadas e um ecrã tátil central de 10,25 polegadas, com navegação, suporte para Android Auto e Apple CarPlay e Bluelink. O equipamento de série inclui ainda funcionalidades como “smart key”, plataforma de carregamento sem fios e ar condicionado automático.

O Inster dispõe de um conjunto de Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (ADAS) Hyundai Smart Sense. Destacam-se a Travagem Autónoma de Emergência 1.5 (FCA), o Sistema de Manutenção à Faixa de Rodagem (LKA+LFA) e o Cruise Control Inteligente com Stop and Go (SCC).

Preços e disponibilidade

O Hyundai Inster já está disponível no mercado português para entrega imediata. Os preços começam nos €24.900 para particulares e nos €19.250 (+IVA) para empresas e empresários em nome individual (campanha de lançamento). A versão topo de gama, com bateria de maior capacidade e todos os opcionais, tem um preço anunciado de €29.450.