Temos um ditado aqui na redação: ano novo, máquinas novas. Se é no smartphone que grande parte da nossa vida se desenrola, continua a ser no computador que muitos fazem a maior parte do dia de trabalho (e algum entretenimento). Aqui colocamos à prova sete portáteis para sete perfis de utilizadores diferentes. Qual será o modelo mais indicado para si?
No final, encontra o nosso ‘donut da verdade’, em formato interativo, para que possa perceber de forma mais simples quais os pontos fortes e fracos de cada um destes portáteis em termos de ecrã, teclado, autonomia, conetividade, construção e portabilidade, além das análises ao desempenho, características e relação qualidade/preço.

Getac S510: Panzer de trabalho
Começamos em grande – literalmente. O Getac S510 pertence à categoria dos chamados portáteis ‘rugged’, isto é, que têm características e proteções adicionais tendo a durabilidade em mente. Basta olhar para as imagens para perceber que este não é um portátil… delicado.

Poderá estar a perguntar ‘quem usa um portátil destes?’. As possibilidades de resposta são muitas, em boa verdade: bombeiros, forças de segurança, mecânicos, geólogos, topógrafos… Se tivesse uma destas profissões, iria querer um portátil que não lhe desse garantias de maior durabilidade? Essa é a primeira grande característica diferenciadora deste Getac, a ‘carapaça’ protetora. A certificação que ostenta (MIL-STD-810H) significa que suporta quedas quase até um metro de altura com proteção total dos componentes, tendo também uma certificação contra poeiras e salpicos de água (IP53) – o que no universo dos portáteis já é, por si só, uma raridade.
Mas não é só a robustez que faz deste Getac um portátil pensado sobretudo para quem tem trabalhos mais ‘duros’ e ao ar livre. Por exemplo, o ecrã atinge um nível de brilho muito elevado (1000 nits), o permite que mesmo sob luz solar direta os conteúdos sejam legíveis. O painel tem ainda um acabamento antirreflexo, o que torna a experiência de utilização no exterior ainda mais otimizada.
Antes de entrarmos na análise do desempenho, há outros aspetos a considerar, mas que teremos de sublinhar de passagem: esta versão tem um módulo GPS integrado, o que permite que determinadas aplicações possam saber a nossa localização com maior precisão; tem um leitor contactless para cartões RFID; tem um leitor físico para cartões (aliás, do ponto de vista da conectividade, é nota máxima para este portátil); temos duas baterias e removíveis; o sistema de armazenamento também é facilmente removível; o ecrã é sensível ao toque e suporta um modo de luvas… É, do ponto de vista de quem trabalha, uma máquina muito bem pensada e executada. E esta é a versão com tudo do bom e do melhor, havendo outras versões, sem alguns destes extras e componentes diferentes, a partir dos 2200 euros.
Debaixo do capô
Não é por ser um portátil ‘pesado’ (fisicamente e do ponto de vista do design) que o desempenho fica comprometido. Bem pelo contrário. Acabamos surpreendidos pelas capacidades deste Getac, a começar pela inclusão das funcionalidades de Inteligência Artificial que compõe o pacote Windows Copilot+ (legendagem em tempo real, cocriador no Paint, tecla Copilot dedicada).
Se olharmos depois para os resultados práticos dos testes de desempenho, sim, este é um dos portáteis mais modestos deste teste de grupo, mas garantimos que para as principais tarefas de produtividade do dia a dia, o desempenho é mais do que suficiente. Já os 64 GB de memória RAM permitem ter várias aplicações abertas em simultâneo sem que o portátil comece a ‘suar’. O sistema de dissipação entra bem em ação (tornando-se até ruidoso) quando a carga de trabalho é muito exigente, mas evitando que o portátil aqueça.
A autonomia é incrível: perto de 24 horas!
Ideal para : Trabalhadores industriais ou de atividades ao ar livre. Quanto mais duro for o seu trabalho, mais se justifica um portátil deste calibre
Tome Nota
Getac S510 | €4862
getac.com
Benchmarks PCMark 10 Extended: 5809 • Essenciais 8840 • Produtividade 8935 • Criação Conteúdo Digital 5961 • Jogos 6538 • 3DMark: Storage 1347 • Night Raid 15789 • Wild Life Extreme 3966 • Geekbench 6 Single/Multi 2092/8775 • Cinebench 2024 CPU Single/Multi 94/388 • Final Fantasy XV FHD: Standard 4216 • PCMark 10 Autonomia (Produt.) 23h27 min
Características Ecrã 15,6” TFT LCD, 1920×1080 p, 1.000 nits • Proc. Intel Core Ultra 7 165U (12 MB cache, até 4,9 GHz), GPU Nvidia GeForce GTX 1650 (4 GB GDDR6), NPU Intel AI Boost • 64 GB RAM DDR5, 1 TB SSD (PCIE NVMe) • Wi-Fi 6E, BT 5.3 • 2xUSB-A (3.2), 2xUSB-C (Thunderbolt 4, DP), 1xHDMI (2.0), áudio 3,5 mm, MicroSD, smart card, RFID, RJ45, VGA • Webcam 5 MP • Bateria: 2x 6900mAh • 375x277x39 mm • 2,35 kg
Desempenho: 3,5
Características: 4
Qualidade/preço: 2
Global: 3,2
Asus Vivobook Pro 15 OLED: No topo da pirâmide
Se está à procura do melhor portátil deste teste de grupo, esta é a análise que vai querer ler. E é fácil assumirmos já esta posição, pois este Asus é superior em várias medidas aos outros portáteis aqui testados (o que não significa que seja o mais indicado para si…).
Podemos começar pela questão da performance, na qual o Vivobook Pro deixa os outros modelos a larga distância. A combinação de um processador de topo da Intel com uma placa gráfica dedicada (a única ‘moderna’ num portátil deste teste), faz com que os resultados de desempenho sejam muito superiores. O que na prática traduz-se numa elevada fluidez, independentemente das tarefas, e também na possibilidade de já conseguir jogar títulos em Full HD com opções gráficas avançadas.

Ou seja, apesar de não parecer, esta é uma máquina com capacidade para diferentes tipologias de tarefas, desde edição de vídeo, programação, a projetos de áreas multimédia. E é na capacidade multitarefa que mais vai sentir isso, tendo uma elevada capacidade de processamento de informação em simultâneo. É, por isso, um portátil mais destinado aos chamados criativos digitais, que precisam de um computador de alto débito e capacitado para diferentes necessidades (p.ex., renderização de trabalhos).
Outra área, também a pensar nos criativos, que marca uma clara diferença deste Asus para alguns rivais é o ecrã. Equipado com um painel OLED, este é o modelo que nos dá as melhores cores, os melhores contrastes e também a resolução mais elevada, pelo que a experiência de ver vídeos ou fotografias de resolução elevada destaca-se neste portátil. O ecrã não é sensível ao toque, mas garante uma taxa de atualização de 120 Hz para uma utilização visualmente fluida, algo que valorizamos sempre.
Círculo mágico
Em termos de design e construção este não é um portátil tão aprimorado quanto, por exemplo, o Lenovo Yoga Slim ou o Microsoft Surface. Não que seja mal construído, mas tem um aspeto mais industrial, que ganha alguma dinâmica visual pela aposta de dois tons diferentes nas teclas – só não apreciamos a facilidade com que todo o portátil ganha manchas dos nossos dedos (e difíceis de limpar).
E por falar em teclado, as teclas deste Vivobook Pro são muito leves e rápidas, mas a escrita não é tão prazerosa e confortável como nos dois portáteis já referidos. Em contrapartida, este modelo tem um teclado numérico dedicado, o que para alguns utilizadores é um requisito bem-vindo. Uma nota positiva também para o trackpad, que além da resposta vincada, inclui a tecnologia DialPad, uma pequena área circular que funciona como atalho para elementos como a luminosidade do computador ou navegação entre apps em execução, ou para ajuste mais preciso de funções em programas de edição de fotografia e imagem (como a gradação das cores).
Quanto à autonomia, as perto de oito horas conseguidas são boas, acima de tudo pela existência de elementos como o ecrã de resolução superior ou a maior necessidade energética dos componentes internos.
Ideal para : Profissionais de áreas criativas. Tem a maior capacidade de ‘fogo’ do teste, garantindo ainda um bom ecrã e conectividade
Tome Nota
Asus Vivobook Pro 15 N6506MV | €1899
asus.com/pt
Benchmarks PCMark 10 Extended: 9398 • Essenciais 10363 • Produtividade 9845 • Criação Conteúdo Digital 11850 • Jogos 17435 • 3DMark: Storage 1809 • Night Raid 45462 • Wild Life Extreme 16677 • Geekbench 6 Single/Multi 2563/8319 • Cinebench 2024 CPU Single/Multi 113/948 • Final Fantasy XV FHD: Standard 11359 • PCMark 10 Autonomia (Produt.) 7h40 min
Características Ecrã OLED 15,6”, 2880×1620 p, 120 Hz • Proc. Intel Core Ultra 9 185H (16 núcleos, 22 threads), GPU Nvidia GeForce RTX 4060 (8 GB GDDR6), NPU Intel AI Boost • 24 GB RAM DDR5, 1 TB SSD (PCIE Gen 4) • Wi-Fi 6E, BT 5.3 • 2xUSB-A (3.2), 1xUSB-C (3.2, DP), 1x Thunderbolt 4 (DP, PD), 1xHDMI (2.1), áudio 3,5 mm, leitor cartões SD, RJ45 • Videoconferência: webcam 1080 p, 3x microfones, 4 altifalantes • Bateria: 75 Wh • 359,8×235,3×19,9 mm • 1,80 kg
Desempenho: 4,5
Características: 4,5
Qualidade/preço: 4
Global: 4,3

Lenovo Yoga Slim 7i Aura Edition: O melhor de dois mundos
A Lenovo criou uma nova designação para alguns dos portáteis que vende no mercado. Os Aura Edition significam a conjugação de diferentes ideias: pretendem ser portáteis de bom desempenho, de elevada autonomia e que suportam funcionalidades de IA, mas sem as limitações ainda associadas aos PC Windows com chips ARM.
E há de facto muito para gostar no novo Yoga Slim. A começar pelo ecrã, com um nível de nitidez e brilho muito bons, e com cores de encher o olho. Os contrastes também são muito capazes, mas não estão ao nível do que encontrámos em painéis OLED. Conte ainda com uma taxa de atualização elevada, assim como para o facto de ser sensível ao toque, e tem aqui uma máquina ‘moderna’ e que se posiciona bem face à concorrência. A experiência de visualização muito boa (e que só é beliscada pelo ecrã reflexivo) é acompanhada por um sistema sonoro também muito competente e que dá ‘corpo’ ao áudio que está a ser reproduzido, sejam músicas ou séries.

Entrando já um pouco na área da produtividade, o teclado é excelente, como é apanágio nas máquinas da Lenovo, com as teclas a garantirem uma resposta precisa, rápida e prazerosa. E como está distribuído numa base larga, torna-se muito fácil escrever de forma confortável.
Um portátil engatatão
No que ao desempenho diz respeito, os resultados dos benchmarks colocam este Lenovo como o segundo modelo mais poderoso deste teste de grupo. Isto significa que tudo o que sejam tarefas de produtividade, incluindo edição de imagem, assim como ter várias apps a executar em simultâneo, nada disso foi um problema em termos de desempenho. A memória RAM muito generosa deixa também boas garantias a longo prazo.
Já nos jogos, mesmo não tendo uma gráfica dedicada, a reprodução de alguns títulos é possível, mas apenas nas definições gráficas mais baixas. E consegue garantir isto, ao mesmo tempo que garante praticamente 12 horas de autonomia em tarefas de produtividade. Um valor que estando longe de ser recordista, é ainda assim muito bom, pois dá garantias de poder estar várias horas longe da tomada.
A Lenovo aposta depois em alguns extras para justificar a designação diferente (Aura Edition) e para criar diferenciação. Os Modos Inteligentes permitem ao utilizador escolher, de forma rápida, um perfil de utilização (modo proteção, atenção, bem-estar, entre outros), que consoante a seleção, automatiza algumas funcionalidades. No modo proteção, p.ex., o utilizador recebe um alerta quando alguém estiver atrás de si a olhar para o ecrã ou estabelece uma ligação automática a uma VPN. Já no modo atenção, é iniciado um período de tempo (30 min. p.ex.), no qual o utilizador deixa de receber notificações e o acesso a alguns sites é bloqueado temporariamente.
Já a aplicação Intel Unison permite ter o smartphone ligado ao computador, facilitando a gestão de fotografias, mensagens e notificações a partir do ‘grande ecrã’. Nenhuma destas apostas é propriamente revolucionária, mas admitimos que podem tornar-se úteis para vários utilizadores.
Ideal para : Utilizadores multitarefa. Ora precisam de fazer um relatório, ora analisam números no Excel, ora querem retocar uma foto
Tome Nota
Lenovo Yoga Slim 7i Aura Edition | €1699,02
lenovo.com/pt
Benchmarks PCMark 10 Extended: 7087 • Essenciais 10123 • Produtividade 9430 • Criação Conteúdo Digital 10025 • Jogos 7126 • 3DMark: Storage 2121 • Night Raid 33662 • Wild Life Extreme 7455 • Geekbench 6 Single/Multi 2670/11230 • Cinebench CPU Single/Multi 120/542 • Final Fantasy XV FHD: Standard 4683 • PCMark 10 Autonomia (Produt.) 11h47 min
Características Ecrã IPS 15,3”, 2880×1800 p, 120 Hz • Proc. Intel Core Ultra 7 258V (8 núcleos, 8 threads), GPU Intel Arc 140V, NPU Intel AI Boost (47 TOPS) • 2x 16 GB RAM LPDDR5X, 1 TB SSD (PCIe 4.0) • Wi-Fi 7, BT 5.4 • 1xUSB-A (3.2), 2xUSB-C (Thunderbolt 4, DP), 1xHDMI (2.1), áudio 3,5 mm • Webcam 1080 p + IR, 4 microfones, 4 altifalantes Dolby Atmos • Bateria: 70 Wh • 343,8×235,4×13,9 mm • 1,53 kg
Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 4
Global: 4
Asus Expertbook B9 OLED: Modo ninja
Os ninjas, esses guerreiros japoneses, continuam a fazer parte do nosso imaginário pela conjugação de discrição, agilidade e versatilidade. Pois estas são palavras que encaixam que nem uma luva no Expertbook B9 e explicamos porquê.
A característica mais evidente é a leveza deste portátil. Fica abaixo da barreira psicológica do quilograma, mas é preciso pegar nele para perceber de facto quão leve um computador pode ser. Isto é conseguido através da aposta numa liga de magnésio-lítio, que permite produzir uma máquina robusta, mas sem o ‘peso’ associado a materiais como o alumínio. Ao toque, admitimos que este material é um pouco áspero, mas parece-nos que o ganho conseguido é em larga medida superior ao facto de não termos um produto tão ‘suave’ como outros.

É, por isso, um dispositivo indicado acima de tudo para aqueles que precisam de trabalhar em qualquer lado e necessitam de ter o computador sempre consigo. A cor escura traz-lhe uma sobriedade que apreciamos, mas existem alguns apontamentos visuais, como as linhas vincadas na base do computador, que lhe dão personalidade. Ágil e discreto, portanto.
Podemos continuar pela base e falar já do teclado: as teclas são muito leves e rápidas na resposta, o que faz com que este teclado seja um pouco barulhento para o que é habitual num portátil; no entanto, escrevemos sempre de forma confortável e veloz, pelo que nesse aspeto a aposta da Asus está bem implementada. Já o trackpad tem uma resposta física um pouco seca, mas tem a vantagem de integrar um teclado numérico digital, uma forma muito prática de incluir mais ‘teclas’ num portátil de dimensão reduzida (e que não percebemos como ainda não serviu de ‘inspiração’ a outras marcas).
Muita competência
Para um portátil cujo nome aponta para o peso da especialização, o desempenho não está, do ponto de vista dos benchmarks, entre os melhores deste teste. O que é preciso ter aqui em consideração acaba por ser o desempenho conseguido no ‘espaço’ disponível, que é reduzido (já tínhamos falado da leveza, mas a espessura reduzida também impressiona).
Diríamos que este é um portátil indicado para a maioria das tarefas de produtividade, mas não tem a ‘potência’ necessária para tarefas mais exigentes e muito menos para videojogos. No entanto, os 32 GB de RAM disponíveis ajudam a acomodar várias tarefas em simultâneo, sem que o peso das mesmas se faça sentir de forma significativa no desenrolar das atividades – por exemplo, se gosta de acumular separadores abertos no browser, este é um portátil que aguenta bem com esse ‘vício’.
A este respeito, de sublinhar que a autonomia é muito boa para o perfil de ultraportátil, mas que está longe do nível apresentado por outras máquinas aqui do teste como, p.ex., o Microsoft Surface.
Guardamos para o fim um dos melhores elementos, o ecrã. O painel OLED é de elevadíssima resolução, tem cores muito boas, contrastes excelentes e também atinge níveis de brilho suficientes para a maioria das utilizações.
Ideal para : Utilizadores em movimento. A portabilidade é imbatível, o ecrã é de elevada qualidade e a autonomia sólida
Tome Nota
Asus Expertbook B9 OLED B9403CVAR | €1769
asus.com/pt
Benchmarks PCMark 10 Extended: 4884 • Essenciais 9915 • Produtividade 7452 • Criação Conteúdo Digital 5940 • Jogos 3505 • 3DMark: Storage 1609 • Night Raid 13565 • Wild Life Extreme 2865 • Geekbench 6 Single/Multi 2547/9089 • Cinebench 2024 CPU Single/Multi 100/343 • Final Fantasy XV FHD: Standard 1982 • PCMark 10 Autonomia (Produt.) 8h30 min
Características Ecrã OLED 14”, 2880×1800 p, 90 Hz • Proc. Intel Core i7-1355U (10 núcleos, 12 threads), GPU Intel Iris Xe • 2x 16 GB RAM LPDDR5, 1 TB SSD (PCIe Gen 4) • Wi-Fi 6E, BT 5.2 • 1x USB-A (3.2), 2x USB-C (Thunderbolt 4), 1x HDMI (2.0b), áudio 3,5 mm, adaptador micro HDMI para RJ-45 • Videoconferência: webcam 1080p, 3x microfones, 2 altifalantes • Bateria: 66 Wh • 320x203x15 mm • 0,99 kg
Desempenho: 3,5
Características: 4
Qualidade/preço: 3
Global: 3,5
Microsoft Surface Laptop (7ª ger.): Um mimo de computador
Os computadores da Microsoft entraram numa nova etapa – estão equipados com processadores ARM e suportam localmente tarefas de Inteligência Artificial. Conceito que funciona particularmente bem na tipologia de máquinas que os Surface sempre ambicionaram ser: equipamentos multipropósito, de elevada mobilidade, sem abrir mão da qualidade em áreas como o multimédia ou a produtividade. Dos muitos portáteis que aqui testámos, este foi sem dúvida um dos que mais gostamos, pois tudo nele é um ‘miminho’.
O primeiro destes ‘miminhos’ é a qualidade de construção e, no global, o aspeto. Gostamos muito das linhas simples e do design ‘espalmado’ deste portátil, que quando fechado parece uma placa de metal de perfil industrial. A liga de alumínio reciclado, suave ao toque, torna-o muito agradável na mão. Assim que abrimos a tampa, que tem uma dobradiça com uma fluidez muito própria, somos brindados com mais dois miminhos: um no ecrã, outro no teclado.

Vamos primeiro ao menos esperado, o teclado – que experiência, caros leitores! As teclas têm o tamanho e o feedback certo. Conseguimos um teclar rápido, preciso, com boa resposta física, pelo que se este é um elemento importante para si, saiba que ficará muito bem servido. E vem acompanhado de um trackpad de tamanho generoso e com um ‘clique’ subtil, silencioso, mas que se sente (usa um sistema háptico), pelo que consideramos este ‘pacote’ muito completo.
Já o ecrã é de grande qualidade. Gostamos do nível de recorte excelente que os elementos apresentam, sejam vídeos ou imagens, fruto da elevada resolução num tamanho q.b. para tarefas de produtividade, assim como do muito bom nível de brilho. Já no capítulo das cores, este ecrã privilegia a saturação (por vezes em demasia), o que significa tons menos naturais, mas visualmente mais impactantes. Ainda relacionado com o ecrã, a amplitude do mesmo não é muito grande, mas tem a vantagem de ser sensível ao toque e de não ‘abanar’ demasiado quando o usamos com os dedos.
Competência focada
Do ponto de vista do desempenho, poderá perceber pelos resultados dos benchmarks que este não é o computador mais ‘veloz’ deste teste de grupo. Mas podemos dizer que o chip Snapdragon Elite de 12 núcleos dá-nos uma fluidez muito boa naquelas que são as principais tarefas que a maioria das pessoas faz em frente a um computador (desde as aplicações de produtividade, a edição de imagem, a visualização de vídeos, reuniões online…).
Tarefas que fomos fazendo sempre de forma célere, com uma abertura rápida de aplicações, troca entre apps e mesmo tendo várias apps abertas em simultâneo. Nos jogos, já se sabe, estas máquinas ARM não têm pujança (nem compatibilidade…) para essas andanças.
E quando estamos a puxar pela máquina ao máximo, o sistema de dissipação praticamente não se ouve. Como já referimos noutras análises, o grande ganho desta arquitetura está na autonomia – medimos quase 20 horas de utilização, um dos melhores valores deste teste em tarefas de produtividade.
Ideal para : Estudantes universitários. Pela portabilidade e autonomia muito boa. O ecrã e o teclado reforçam o apelo para quem passa horas no PC
Tome Nota
Microsoft Surface Laptop (7ª geração) | €1679
microsoft.com/pt
Benchmarks PCMark 10 Applications: 14001 • Word 8565 • Excel 23871 • PowerPoint 14247 • Edge 13194 • 3DMark: Storage 2066 • Night Raid 26385 • Wild Life Extreme 6201 • Geekbench 6 Single/Multi 2717/12999 • Cinebench 2024 CPU Single/Multi 123/698 • Final Fantasy XV FHD: Standard 2492 • PCMark 10 Autonomia (Produt.) 19h52 min
Características Ecrã PixelSense Flow 13,8”, 2304×1536 p, 120 Hz • Proc. Snapdragon X Elite (12 núcleos), NPU (45 TOPS) • 16 GB RAM LPDDR5X, 512 GB SSD (PCIe Gen 4) • Wi-Fi 7, BT 5.4 • 2x USB-C (USB4, DP 1.4a), 1x USB-A (3.1), áudio 3,5 mm, porta Surface Connect • Webcam 1080 p, 2x microfones, altifalantes Omnisonic com Dolby Atmos • Bateria: 54 Wh • 301x220x17,5 mm • 1,34 kg
Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 4
Global: 4
Lenovo Thinkpad T14s G6: Passado e futuro
A Lenovo juntou, no mesmo portátil, o passado e o futuro. Passado, no sentido de usar um icónico Thinkpad, com direito a trackpoint no centro do teclado (e a um LED vermelho na tampa), que está equipado com um dos processadores Snapdragon Elite X (arquitetura ARM), que já suporta as funcionalidades de Inteligência Artificial do Windows 11. Mas mais do que uma fusão de ‘tempos’, esta é uma máquina para usar já, pois tem muitos argumentos a favor.

A começar pela autonomia incrível, superior a 22 horas de utilização contínua, o que prova mais uma vez a boa eficiência energética dos ARM comparada com a dos chips Intel. Apesar deste brilharete, não sentimos que do ponto de vista do desempenho a marca tenha aberto muito a mão, bem pelo contrário. Conseguimos executar as principais tarefas do dia a dia sempre de forma célere e os 32 GB de RAM permitem-nos acomodar várias tarefas em simultâneo (ou várias máquinas virtuais) sem que isso se traduza em qualquer sensação de lentidão.
A Lenovo joga também muito forte com o ecrã, um painel OLED de elevada qualidade, e que torna a visualização de diferentes tipologias de conteúdos um regalo, pela nitidez elevada, pelas cores e pelos contrastes de elevado nível. O teclado, que apesar de ser um elemento algo subjetivo, é na nossa opinião de grande qualidade, permitindo longos períodos de escrita de forma confortável.Em resumo, mais um portátil completo e que mostra o potencial dos computadores ARM associados ao sistema operativo Windows. O preço, no entanto, é menos competitivo.
Tome Nota
Lenovo Thinkpad T14s G6 | €1879,99
Benchmarks PCMark 10 Applications: 13788 • Word 8394 • Excel 23896 • PowerPoint 13618 • Edge 13296 • 3DMark: Storage 2968 • Night Raid 25897 • Wild Life Extreme 6590 • Geekbench 6 Single/Multi 2397/14546 • Cinebench 2024 CPU Single/Multi 107/768 • Final Fantasy XV FHD: Standard 2544 • PCMark 10 Autonomia (Office) 22h28 min
Características Ecrã OLED 14”, 2880×1800 p, 60 Hz • Proc. Qualcomm Snapdragon X Elite, GPU Adreno, NPU 45 TOPS • 32 GB RAM, 1 TB SSD • Wi-Fi 7, BT 5.3 • 2xUSB-A (3.2), 2xUSB-C (4.0, DP), 1xHDMI (2.1), áudio 3,5 mm, cartões SD • Bateria: 58 Wh • 313,6×219,4×16,9 mm • 1,24 kg
Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 3,5
Global: 3,8
Asus Vivobook 16 F1605VA: Financeiramente apelativo
Já aqui viu, caro leitor, portáteis muito mais apelativos – do ponto de vista estético, dos materiais usados, da performance conseguida – do que este modelo da Asus. Mas este tem o apelo que mais apela aos consumidores, o preço. E este modelo além de acessível, não abre mão da competência.
Por este valor, conseguimos mesmo assim uma construção simpática, ainda que não tão aprimorada. O ecrã, de boa dimensão (16”), tem uma nitidez competente, mas peca na reprodução das cores, pouco vivas e sem grande intensidade. O próprio brilho máximo é satisfatório, mas não impressiona. Isto porque a Asus parece ter preferido guardar os trunfos para as entranhas do computador. O processador Intel Core 7 de 13ª geração dá-nos uma performance muito positiva nas tarefas de produtividade, o que apoiado por 32 GB de memória RAM dá ao utilizador mais ‘arcaboiço’ para aguentar, por exemplo, várias aplicações abertas em simultâneo.

O grande calcanhar de Aquiles deste portátil é a autonomia – com menos de cinco horas de utilização contínua, vai querer ter uma tomada por perto ou gerir o brilho e a performance com mais atenção.
Mas há outros elementos que ajudam a compensar pela positiva: tem um leitor de impressões digitais, tem um bom número de ligações multimédia e o teclado, não sendo de topo, garante uma escrita confortável e com direito a teclado numérico dedicado. Em resumo, uma máquina competente, que não deslumbra, é certo, mas que serve para a esmagadora maioria das tarefas que as pessoas fazem em frente a um computador no dia a dia. E ainda poupa.
Tome Nota
Asus Vivobook 16 F1605VA | €799,99
asus.com/pt
Benchamarks PCMark 10 Extended: 5392 • Essenciais 10695 • Produtividade 7907 • Criação Conteúdo Digital 7165 • Jogos 3770 • 3DMark: Storage 2117 • Night Raid 15954 • Wild Life Extreme 3021 • Geekbench 6 Single/Multi 2569/9557 • Cinebench 2024 Single/Multi 105/644 • Final Fantasy XV FHD: Standard 1934 • PCMark 10 Autonomia (Produt.) 4h57 min
Características Ecrã 16”, 1920×1200 p, 60 Hz • Proc. Intel Core i7-13700H (14 núcleos, 20 threads), GPU Intel Iris Xe Graphics • 32 GB RAM DDR4, 512 GB SSD (PCIE Gen 3) • Wi-Fi 5, BT 5.1 • 1x USB-A (2.0), 2x USB-A (3.2), 1x USB-C (3.2, DP, PD), 1x HDMI (1.4), áudio 3,5 mm • Videoconferência: webcam HD 720 p, 1x microfone, 2 altifalantes SonicMaster • Bateria: 42 Wh • 358,6×249,5×19,9 mm • 1,88 kg
Desempenho: 3,5
Características: 4
Qualidade/preço: 4,5
Global: 4
Resultados por categoria
Aqui encontra os resultados do nosso ‘donut da verdade’, que ajudam a perceber de forma mais simples os pontos fortes e fracos de cada portátil.