O “berbicacho” AstraZeneca, nas palavras de António Costa, continua a dar dores de cabeça aos responsáveis da saúde. A Agência Europeia do Medicamento (EMA) anunciou esta quarta-feira que encontrou uma possível ligação entre a vacina da AstraZeneca e casos muito raros de coágulos no sangue. Mas a EMA reforçou que os benefícios da vacina continuam a superar os riscos e que não existe atualmente prova que justifique limitar a administração da vacina a grupos etários específicos.
Este alerta foi fator de desconfiança e de insegurança junto das populações, mas os números mostram que não existe fundamento científico para estes receios. “Mesmo que se comprovasse que todos os casos de eventos tromboembólicos reportados estão relacionados com a vacina, não a tomar tem um risco 1000 vezes superior”, como expplicou há dias o coordenador da vacinação portuguesa. “Todos os medicamentos têm efeitos secundários, alguns potencialmente fatais, mesmo muitos dos que são de venda livre”, sublinha Mafalda Anjos, diretora da VISÃO. Estes fenómenos são relatados com uma frequência de um em 100 mil, considerada “muito rara”.
Bastante notório foi, mais uma vez, o estado da desunião europeia, com os estados-membros a partilharam diferentes interpretações sobre as conclusões do relatório. António Costa bem apelou a uma “resposta coordenada”, mas cada país começou, individualmente, a anunciar novas restrições por idades.
Outro tema em análise nesta edição do Olho Vivo foi o balanço dos 10 anos do pedido de ajuda à Troika. O pedido de assistência financeira condicionou, para o bem e para o mal, a evolução do País até aos dias de hoje.
A situação em Moçambique foi outro tema em análise. Grupos armados atacaram, no dia 24 de março, a vila de Palma, que está a cerca de seis quilómetros dos multimilionários projectos de gás natural, provocando dezenas de mortos e obrigando à fuga de milhares de residentes. “Apesar da situação grave, os ataques terroristas têm sido desconsiderados por Filipe Nyusi ao longo dos últimos três anos, e só ontem é que reconheceu publicamente existência de um problema”, sublinhou Filipe Fialho, editor de internacional da VISÃO.
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