O enigma da nossa disputa eleitoral não é se a AD vai ganhar, ou o PS, ou se o Chega atinge um resultado histórico como partido alternativo de poder. A charada é que nenhum dos futuros chefes de Governo demonstra preocupação com o que se passa nos Estados Unidos, na Ucrânia e no Médio Oriente. Não têm opinião. Nada dizem.
A nossa soberania, estabilidade, economia, união e tranquilidade residem lá fora, e ninguém parece interessado. A guerra na Ucrânia decidirá o nosso futuro na Europa e na NATO, e estamos totalmente dependentes de duas figuras inquietantes: um Presidente americano cada vez mais incapaz de perceber o que faz, tal é o avanço da demência, e um candidato em permanente delírio que quer acabar com a NATO, virar as costas à Europa e ajudar velhos amigos e conhecidos, como Putin e Kim Jong-Un.
A gerontocracia americana aterroriza. E paralisa. Biden entrou na névoa parkinsónica, onde já é difícil distinguir e perceber o que faz, com quem está e em que local. Do outro lado está um Trump cada vez mais perigoso e acossado, capaz de tudo para chegar à Casa Branca. Um segundo mandato de Trump destruirá a Aliança Atlântica, levará a Ucrânia à derrota e dará rédeas livres ao atual Governo israelita.
Como é possível, a menos de quatro semanas das nossas eleições, não existir uma palavra do PS e da AD sobre este mundo inquietante, instável e perigoso? Bem podem prometer tudo e mais alguma coisa, mas a 5 de Novembro ficaremos nas mãos de um velho narcisista autocrático, ou de um velhíssimo Presidente que não sabe onde fica a Casa Branca. Esta perspetiva é aterradora. E Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro estão alheados. Vivem na Lua.
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