À CNN, António Costa disse o que queria dizer. E o que não queria explicitamente dizer, mas que ficasse «dito». Entendido. Assim disse:
- Que na balbúrdia do dia 7 de Novembro ninguém se portou bem. A PGR, o PR, e até ele próprio.
- Que a Justiça tem de ser sólida ao indiciar
- Que o PR não pode multiplicar a confusão.
- Que à luz do que se sabe hoje teria ponderado seriamente, e com tempo, o que deveria fazer.
- Que está magoado e entristecido.
- Que aguardará impacientemente o que o Supremo tem a dizer. Ou não.
- Que manterá em aberto o seu futuro político, e vai que usá-lo quando chegar o momento.
Poderia um PM em pleno exercício dizer tudo isto? Não, não ficaria bem. Abriria uma crise política e judicial grave. Mas em gestão corrente faz todo o sentido. Tem o direito e até o dever de dizer como viveu e sentiu o 7 de Novembro. Águas passadas. O futuro dirá.
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