Pela primeira vez, em desespero de causa, e de material, Putin mandou usar os hipersónicos «Kinzhal», só 6 (os que tinha guardados no cofre), para confirmar que os «Patriot» ainda não estão operacionais na Ucrânia. À falta de outras opções, o presidente russo mandou disparar tudo o que tinha: 81 mísseis e drones, sendo que 34 foram abatidos.
A conclusão era óbvia, mas faltava testar: os atuais sistemas de antimísseis ucranianos não resultam contra os hipersónicos «Kinzhal», nem contra os «Iskander», ambos balísticos. Já se sabia. Por agora os russos ainda podem lançar os poucos que restam no arsenal, porque essa abertura nos céus da Ucrânia vai fechar-se com os «Patriot».
Soldados ucranianos – 100 para cada bateria – ainda estão a ser treinados nos EUA, e em alguns países europeus da NATO, e três meses é o tempo mínimo esperado para as equipas estarem habilitadas a usar a ultramoderna versão PAC-3, que tem capacidade para abater os hipersónicos e balísticos.
Putin, que nos ataques anteriores estava a perder a maioria dos seus mísseis, com taxas de sucesso dos sistemas de defesa ucranianos em redor dos 80%, sabia que desta vez teria de usar os seus mais modernos mísseis, misturados com o ferro-velho, para mostrar músculo e força.
Ele adivinha que em breve vai apanhar com os «Leopard», os «Abrams», os «Bradley», os «Patriot», as munições guiadas de artilharia, e até com os «F-16», que também chegarão, um dia. À distância, escondido, Putin ainda mexe, mas no terreno, em Bakhmut, está a enterrar o seu exército de mercenários e forças especiais. Sem dó nem misericórdia.
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