Os sinais acumulam-se e só não os vê quem não quer: as inundações, devastadoras e repentinas, já não são apenas desastres que associamos a povoações desfavorecidas do Terceiro Mundo, matam também cada vez mais pessoas nos países desenvolvidos. Até porque se tornaram muito maiores e mais frequentes, conforme avisam, há muitos anos, os cientistas que estudam as consequências do aquecimento global.
A tragédia a que assistimos, nos últimos dias, na Comunidade Valenciana, em Espanha, é o culminar apocalíptico de uma sucessão de outros acontecimentos desastrosos que se têm repetido pelo mundo. As situações dramáticas, que na voragem das notícias e da informação em contínuo continuamos a ver, tantas vezes, como casos isolados, precisam de passar a ser olhadas por um mesmo prisma: o sinal de que as alterações climáticas estão mesmo a ocorrer, de forma perigosa, e que negar essa emergência é abrir caminho à destruição e à morte de inocentes.