Já nos habituámos, infelizmente, a que a Justiça seja lenta. Com tempos de espera e de decisão que escapam a qualquer compreensão racional. E, ainda por cima, com a agravante dos atrasos nas investigações e nos processos judiciais nunca serem devidamente explicados – o que só faz alimentar as mais variadas teorias da conspiração e, com isso, agravar o descrédito sobre uma instituição que devia ser um dos pilares de confiança do regime democrático.
Ninguém no seu perfeito juízo exige que a Justiça seja supersónica e não ponderada. Mas não pode ser continuamente lenta – seja por inércia, por ninguém lhe exigir urgência, seja por, no limite, os seus agentes e protagonistas nunca serem devidamente responsabilizados pelos atrasos, os protelamentos e os mais diversos truques ao alcance de quem sabe manejar leis.