Apesar das contínuas ondas de calor extremo, da persistência dos sinais preocupantes do clima e até do retrocesso de muitos países no cumprimento das metas ambientais a que se tinham proposto, ainda é possível ao mundo conseguir limitar o aumento da temperatura média global abaixo dos 2 graus, face ao período pré-industrial, conforme foi preconizado, há oito anos, no Acordo de Paris. Quem o garante é a insuspeita Agência Internacional de Energia (AIE), que monitoriza globalmente tudo o que está a ser feito – e vai sendo prometido que se fará… – em matéria de transição energética.
O problema, no entanto, não é o de sabermos que será possível, mas sim o de termos a certeza do que isso nos custará – a todos os níveis. Mais do que nunca, é urgente que nos questionemos se estamos dispostos a pagar o preço verdadeiro da transição energética – a pergunta que, até agora, nenhum governo teve a coragem de fazer aos seus cidadãos.