UM IMPROVÁVEL HOMEM DE LETRAS
Autobiografar-se é confessar-se. Aqui deixo a minha confissão como testemunho de mim. Eu, investigador, me confesso. Quero desde já deixar um aviso a quem sabe mais destas coisas do que eu: esta é uma versão da minha vida. É a versão que neste momento posso escrever sobre o intenso calcorrear por montes e vales da minha aldeia, metáfora da aldeia global onde agora me movo. Daqui a alguns anos, mudando a pele, talvez venha a ter outra versão. Vem a propósito recordar aquele diálogo exemplar, recordado nas aulas do meu genial Professor António Nóvoa, entre o físico nuclear Leo Szilard, à beira da reforma, e o amigo cientista Hans Bethe: “Decidi começar a escrever o diário da minha vida para que Deus a conheça”. Retorquiu Bethe: “Ora essa: se Deus é omnisciente, não precisa saber o que já sabe da tua vida”. Condiscordou Leo: “Sim, Deus conhece tudo, mas não a minha versão!”.
Vou contar a vida de um trânsfuga, na concepção de Bourdieu de uma sociedade afinal mais fechada em classes, subclasses e níveis quase intransponíveis, que faz da democracia fundada na igualdade da revolução francesa uma utopia quase impossível. Apesar de tudo, sou um filho da democracia nascido na ditadura. Não esperem de mim aquela conversa que sempre começa assim: “Não me envergonho das minhas raízes…”. As origens assumem-se ou não se assumem. Quem não as assume nega-se.
Escrever na minha idade uma autobiografia é uma dor que noutra idade seria um bálsamo. Aos oitenta anos seria um prazer. Agora é muito doloroso. Vou abrir de janelas de par em par as paisagens da memória adormecidas. Feridas vão abrir-se, sonhos recalcados vão regressar, desejos adormecidos vão despertar. Talvez a escrita sare o que o tempo teima em não curar.
Era meia-noite quando nasci. Apontava o relógio de bolso Omega do meu avô materno, comprado no Canadá. Depois de uma vida agastada de emigrante pelo Curaçao e pelas terras largas do Norte da América, o meu avô esperava ansioso na sua velhice robusta, recostado na cómoda do quarto de dormir, o neto alfa de uma nova ninhada da sua filha única, Maria, a mais acarinhada dos seus filhos por ser fêmea. Ele iria assumir também as funções do meu pai, ausente algures na América Latina nas bordas da selva amazónica entre a Venezuela e a Colômbia a ganhar o pão para os seus. A minha formosa mãe, com quem meu pai casou aos 24 anos, poucas semanas antes de emigrar, esperou como uma monja dez anos pelo regresso do marido. Fui gerado no mês dessa visita fugaz. Só sete anos depois meu pai regressaria. Nasceu meu irmão. Minha mãe viveu para os filhos, sempre à espera do amado de juventude, que só voltaria definitivamente com quase 60 anos e a pele de um outro mundo que já não condizia com o seu.
Era noite de Entrudo. Um poderoso temporal naquele fevereiro de 1969 fazia transbordar córregos e ribeiras ao som de trovões e relâmpagos nas entranhas montanhosas da Ribeira Grande. A estrada mais próxima da casa de restolho ficava a uma hora de caminho. Meu avô tinha preparado uma rede e contratado dois homens para transportar minha mãe de urgência para o posto médico mais próximo, caso a parteira não desse conta do recado. Acabei por nascer a ferros com o cordão umbilical à volta do pescoço. Daí o meu primeiro nome, José, ao qual foi aliado Eduardo, para tornar mais presente o meu pai, sujeito aos infortúnios da emigração em continentes distantes. Nasci de um casamento arriscado entre primos que unia duas castas de Francos, uma da montanha e outra do vale da mesma aldeia.
Eu e o meu prodigioso irmão, que ternamente apelidavam de Flor, abreviando Florentino, hoje um músico de exceção, acabámos por ser, naquela remota terra aninhada nas gargantas escarpadas dos fundos de Machico, primeira terra descoberta da Ilha da Madeira, os rebentos de uma síntese quinto-imperial de muitas heranças genéticas. Corre nas nossas veias sangue de plebeus e fazendeiros, de comerciantes e escravos árabes e negros, de católicos, protestantes e judeus, de alfaiates e agricultores, mas também de nobres (houve um tetravô juiz de paz que andava a cavalo, coisa impressionante naquela pobre terra), de músicos e professores.
O meu avô paterno, herdeiro de fazendas dispersas ao longo da ribeira que serpenteava o longo vale da terra de Camões Pequeno – o poeta amigo de Bocage, Francisco Álvares da Nóbrega, perseguido pela Inquisição -, era professor primário e sonhava ter um filho ou um neto que em terra deserta de letrados gostasse de livros. Tinha uma mercearia junto à grande ribeira que a enchente de 1956 lambeu com boa parte das suas terras, arrastadas e dissolvidas no mar. Era assim naquela bucólica e inconstante terra. De fazendeiro com algumas prebendas passou a dependente da Santa Casa da Misericórdia, votando boa parte da larga prole de filhos à emigração.
Naquela perdida aldeia entre falésias e caramanchões cresci, como hoje numa dessas aldeias naturalistas e ecoesforçadas, descalço, calcorreando falésias e azinhagas, saltando nas pedras grandes e pequenas da ribeira com uma agilidade que espantimobilizava os superprotegidos meninos ricos da cidade, nossos familiares, que nos vinham visitar ao fim-de-semana, comendo repetidas da dietas de batata doce, carne da salgadeira e peixe daquele mar infinito da Madeira, banhando-me nos poços feitos de torrões de lama e erva riza com o meu pequeno exército de primos e primas, colhendo nêsperas, peras, goiabas diretamente das árvores que subia e descia como se caminhasse pelos corredores aveludados de um porcelanoso palácio. Saboreava as maravilhas da natureza e afrontava os perigos das montanhas escarpadas como um trapezista sem rede, metáfora do que viria a ser a minha vida sob o signo do trabalho e desprovido do precioso capital social que facilita os voos altos a quem nasceu com rasgo.
Meu avô materno iniciou-me nas lides da agricultura e da pecuária pelos andares da sua montanha, onde se dispunham, como a geometria irregular dos camarins do São Carlos, os seus socalcos bem cultivados. O primeiro brinquedo que tive foi precisamente uma enxada à minha medida. Que grande alegria ter recebido uma enxada e um pedaço de terra para brinctrabalhar! Aos seis anos, precisamente em 1975, entrei na escola primária improvisada no andar de cima da adega de uma casa rústica erguida em cima de um cabeço que sobressaía de uma barriga montanhosa, de onde contemplava a casa dos meus avós, que com minha mãe me educaram com todo o carinho que podiam.
O pequeno terreiro foi adaptado a campo da bola, bolsa enfronhada de panos que jogávamos regaladamente naquele esquecido cabo do mundo.
Fadado à nascença para uma vida sem horizontes que não o exíguo trabalho numa agricultura de subsistência ou na emigração, o estudo poderia ser uma porta muito estreita para uma saída daquela caverna florida onde nasci encerrado.
A minha mãe, possuidora de uma inteligência sagaz, a quem tinham impedido de continuar os estudos depois de fazer a 3ª classe, por ser mulher, instigava-me em ladainha contínua que entranhei: “Se te queres libertar deste buraco onde nasceste, agarra-te aos estudos, e avança por mim nos caminhos que me impediram de singrar…”. Sentia que tinha ali uma nova enxada que aprendi a amar: as Letras! Também procurava cumprir o sonho do meu avô paterno, que tinha sido professor primário e lamentava publicamente não ter um filho ou um neto dedicado aos livros. Logo no primeiro ano de escola, a primeira avaliação da nova professora (que nos ensinou as cantigas revolucionários: “Uma gaivota voava”, “Grândola vila Morena”… que ainda hoje as sei de cor) diagnosticou o meu maior defeito virtuoso: “sonhador e distraído”. “O seu filho seria o rei da escola se não fosse tão distraído”. E já romântico: recordo-me de ter apostado com um colega que daria um beijo na boca a uma menina chamada Fernanda por quem tinha uma paixão infantil. Assim fiz… Depois veio o irmão mais velho vingar a afronta. Escondi-me debaixo das mesas da escola. Lá teve de vir o meu avô acalmar a algazarra e recolher-me, protegido, em casa!
Noutra grande cheia que assolou mais uma vez a minha aldeia em 1979, como se de um costume periódico se tratasse, a ribeira transbordou e ameaçou varrer a minha casa, construída há pouco pelo meu pai com o que tinha amealhado na América.
Como tantas famílias, tivemos de fugir de casa naquela manhã de inverno em que já tinham morrido adultos e crianças varridos pelas enxurradas das escarpas, salvando nas mãos os bens que a irreflexão da urgência decretava mais importantes. Ficou até hoje na memória dos vizinhos o meu gesto absolutamente invulgar: fui a única criança que agarrou apressadamente os livros da escola como a coisa mais preciosa que havia a salvar no meio daquele temporal, alçando-os para uma casa vizinha sediada meio da montanha, longe da ameaça das águas. Interpretou-se aquilo como um sinal profético: seria o único do meu tempo a seguir estudos, numa terra onde tudo desestimulava o amor à cultura. Reconheço: só com uma força brutal poderia alguém agarrar-se às Letras, qual corda rugosa para sair de tão encantado vale contrafortado por altivas cordilheiras.
Percorri, fazendo sempre durante cinco anos mais de uma hora de caminho a pé (uma para ir e outra para voltar a casa) com a mochila às costas, o ensino oficial público na Preparatória e no Ensino Unificado em Machico, onde ainda com 11 anos fundei com a minha colega Lucinda, sob a égide do admirável professor Tomás, no 1.º ano, um jornal chamado O Caracol que tinha como lema assim escrito nos números que guardo: Devagar se vai ao longe!. Ganhámos até um prémio de poesia no primeiro dia mundial da criança então celebrado. À tarde, no regresso da escola, tinha invariavelmente o penoso trabalho do campo à espera, sempre destinado por minha mãe. À noite adormecia de cansaço em cima dos livros a estudar, agarrado ferreamente à vontade de não desistir, resistindo, animado sempre por minha mãe, à violenta tentação de estender alguns minutos de brincadeira com os da minha idade na estrada de areão entretanto rasgada naquela terra com os dinheiros da “democracia”… Beneficiei, avidamente, do milagre da multiplicação dos bons livros da rede de bibliotecas da Gulbenkian nas tardinhas de verão em que me davam alguma folga.
Os estudos secundários fi-los já no Liceu Jaime Moniz do Funchal, levantando-me sempre à 5 horas da manhã para apanhar o autocarro a que chamávamos “horário” e que serpenteava as montanhas durante mais de duas horas para conseguir chegar à primeira aula na cidade. Regressava à tarde e tinha novamente as bananeiras, os vinhedos e a cana sacarina para tratar. Não havia folgas, nem dia de anos, nem férias grandes, só trabalho! Os dias de escola eram as minhas melhores férias. As outras eram o tempo de intenso trabalho agrícola, ao qual às escondidas roubava horas para ler e estudar. Era uma vida opressiva, sinalizada nesta paisagem “romântica” pelas badaladas do campanário da Igreja que marcava os ritmos dos dias de labor suado de sol a sol, com o tocar da missa matinal, do angelus e das avé-marias… A igreja e as tabernas (estas para os homens) eram os espaços de socialização por excelência. Mesmo assim, ao domingo, único dia de descanso, houve tempo para outras experiências fundamentais. Iniciei-me na Ação Católica, de que minha mãe foi presidente, essa grande escola religiosa e cívica, e assumi responsabilidades na dinamização do grupo de jovens e no Grupo de Teatro da minha terra que fundámos. No fim do ensino secundário, entrei quase por milagre de esforçado estudo com a minha prima Paula, da aldeia vizinha, nas poucas vagas do primeiro e único curso de Humanidades que a Faculdade de Filosofia de Braga abriu no Funchal para formar professores de Português, Latim e Grego. Os eleitos para este curso de 30 alunos (21 belas raparigas e 9 rapazes) foram selecionados entre quase duas centenas de candidatos. Marcou-me então o professor de Literatura Portuguesa, Luís da Silva Pereira, que veio a ser diretor do Jornal do Minho e que me fez apaixonar como ninguém pelos grandes clássicos portugueses, que li furiosamente (Camões, Vieira, Herculano, Camilo, Eça, Pessoa, Torga e Sophia), vincando-nos no espírito o slogan pedagógico que ainda hoje repito aos meus alunos: Leiam-me, Escrevam-me…. Ainda hoje não sou capaz de sair de casa sem um livro debaixo do braço para ler nem que seja numa bicha das Finanças.
Entretanto, para desapontamento de todos decidi não concluir o curso e ingressei no seminário, cumprindo um genuíno ideal missionário, que aos 17 anos tem a força de um vulcão, sublimando todos os outros também poderosos desejos. Vim para o Seminário de Alfragide dos Dehonianos, que tinham um colégio missionário na capital madeirense, a primeira casa desta congregação francesa chegada ao nosso país em 1947.
O seminário (este muito mais arejado do que aquele antigo do Fundão) foi para mim uma manhã emersa, com “e”. Não seria quem sou, nem saberia o que sei hoje, se não passeasse por estes oito anos de formação. Tive professores extraordinários no curso de Teologia da Universidade Católica e exemplos de vida inspiradores entre os formadores do seminário, como, entre muitos outros, o atual D. António Braga, Bispo dos Açores, o P. José Ornelas (grande exegeta e programador de computadores ainda na pré-história da informática), agora superior geral dos Dehonianos, D. Manuel Clemente, atual patriarca de Lisboa, António Matos Ferreira, meu primeiro orientador de tese e atual diretor do CEHR da Universidade Católica. Naqueles anos foi todo um mundo novo que se abriu diante de mim: devorei livros, conheci grandes autores antigos e modernos, disciplinei a minha brutal capacidade de trabalho, tive colegas e amigos que me ajudaram a amadurecer. Foi um tempo rico, libertador, que me abriu horizontes e me afinou o pensamento crítico. Experimentei um império de saber que matou a minha fome da infância.
O meu espírito ardente, inventivo, e a minha irreprimível atração pelo universo feminino lidavam mal com os muros confinantes do seminário, excelente lugar para espíritos mais serenos. Depois de várias paixões sublimadas em nome de um ideal transcendente, acabei por sair. Encantei-me por uma colega, Fátima, hoje minha mulher e mãe exímia das minhas três filhas Rita, Isabel e Laura, e do meu filho Pedro Eduardo. Extra-muros, comecei por ensinar, continuando a experiência de ensino já iniciada no seminário dos Dehonianos em Fânzeres, nos arredores do Porto. Mas o bichinho da investigação não descansou em mim e avancei para mestrados e doutoramento. Tive grandes orientadores na Universidade de Lisboa, quer na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, quer na Faculdade de Letras e também na Universidade Nova, onde iniciei mestrados em Educação Comparada, em História Moderna e em Filosofia. António Nóvoa, António Borges Coelho, Luís Filipe Barreto, Fernando Gil marcaram-me como mestres que me iniciaram nas lides da escrita científica.
O doutoramento, sobre um dos meus preferidos temas polémicos, o mito dos Jesuítas, realizei-o na inspiradora EHESS de Paris, onde com o sábio diretor Bernard Vincent e Pierre Antoine Fabre cresci na construção de uma história da complexidade, tematicamente muito aberta e transdisciplinar, aliviada de preconceitos e de barreiras para a reflexão crítica. Durante as etapas de formação avançada, quer em Portugal quer no estrangeiro, tive a oportunidade de concretização do meu lema académico, aprender fazendo e fazer aprendendo, com notáveis mestres e competentes colegas, entre os quais gostaria de lembrar ainda um portento de sabedoria e humanidade que muito me inspira, Luís Machado de Abreu, e o saudoso Luís Archer. Passei por vários centros de investigação, desde o antigo CLCPB da Universidade Católica, então liderado pelo filósofo franciscano Costa Freitas, e o Centro Faces de Eva da Universidade Nova, até encontrar o meu poiso atual pela mão amiga e sumamente livre de Annabela Rita, grande pedagoga, pintora e mulher de grande visão a quem muito devo, que me abriu a porta da histórica Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde lidero, como Doutor Ciência e único diretor sem carreira, o CLEPUL, que tem um corpo de investigadores, alguns deles notáveis escritores como Ernesto Rodrigues e Miguel Real, verdadeiramente criativo e dinâmico. Com colegas altamente dinâmicos com quem dá gosto trabalhar fundei instituições científicas como a Internacional Society for Iberian-Slavonic Studies e o Instituto Europeu de Ciências da Cultura P. Manuel Antunes.
Apoiado por mestres com visão que ainda sobrevivem nas Universidades (marcadas nalgumas zonas por feudalismos e um espírito de casta que tolhem as derivas criativas dos mais jovens fora da carreira), tenho-me atrevido a projetos arriscados e improváveis para cumprir um ideário urgente: contribuir para fazer o trabalho de casa que ainda há para fazer na cultura portuguesa e criar trabalho científico para jovens investigadores. Editar de forma sistemática e crítica grandes fontes da literatura, da cultura e da política, a começar pelos clássicos maiores; preparar obras de referência que países como França e Inglaterra já têm há muito tempo de forma superabundante: dicionários, enciclopédias sobre as nossas figuras maiores, períodos históricos, regiões e correntes que marcaram o nosso país. Daí ter publicado fontes inéditas como a primeira História de Portugal de Fernando Oliveira, ter promovido a edição da obra completa do P. Manuel Antunes e atualmente a colossal obra do P. António Vieira em 30 volumes, juntamente como o brilhante professor Calafate, ter assumido a responsabilidade de levar à edição os volumes sobre o Arquivo Secreto do Vaticano, ter coordenado o Dicionário das Ordens, e a dar seguimento àquele que é o meu mais original desafio: O Dicionário dos Antis: A Cultura Portuguesa em negativo, ideia já com réplicas no estrangeiro. Tenho muitos outros projetos para concretizar, se tiver força e recursos, nomeadamente a obra completa pombalina ou um outro mais arriscado e mais global que se intitula A Alma do Mundo. .
Porquê tanta atividade? De algum modo represento uma geração de investigadores a quem foram oferecida muitas oportunidades de formação e muito poucas de carreira, condenando-nos a viver sob um permanente horizonte de incerteza. Terrível para quem justamente almeja uma estabilidade de vida, mas com vantagens em termos de maior liberdade para aguçar o engenho e não se acomodar. Somos a geração sem futuro que mais tem construído futuro científico para o nosso país. Lembro-me continuamente de uma das muitas frases genias de Vieira: “Se servistes a Pátria, e ela vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis, e ela o que costuma”.
Esta é a parte bucólico-romântica da minha vida. A outra parte da história, mais dramática, fica para contar! Talvez o faça aos oitenta anos…