<#comment comment=” /* Font Definitions */ @font-face {font-family:Arial; panose-1:2 11 6 4 2 2 2 2 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:10887 -2147483648 8 0 511 0;} @font-face {font-family:”MS 明朝”; mso-font-charset:78; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-536870145 1791491579 18 0 131231 0;} @font-face {font-family:”Cambria Math”; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-536870145 1107305727 0 0 415 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:””; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; mso-bidi-font-size:10.0pt; font-family:”Times New Roman”; mso-fareast-font-family:”MS 明朝”; mso-fareast-theme-font:minor-fareast;} p.MsoBodyTextIndent2, li.MsoBodyTextIndent2, div.MsoBodyTextIndent2 {mso-style-unhide:no; mso-style-link:”Body Text Indent 2 Char”; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; text-align:justify; text-justify:inter-ideograph; text-indent:1.0cm; line-height:150%; mso-pagination:none; mso-hyphenate:none; font-size:12.0pt; mso-bidi-font-size:10.0pt; font-family:”Times New Roman”; mso-fareast-font-family:”Times New Roman”; mso-no-proof:yes;} span.BodyTextIndent2Char {mso-style-name:”Body Text Indent 2 Char”; mso-style-unhide:no; mso-style-locked:yes; mso-style-link:”Body Text Indent 2″; mso-ansi-font-size:12.0pt; font-family:”Times New Roman”; mso-fareast-font-family:”Times New Roman”; mso-fareast-language:EN-US; mso-no-proof:yes;} .MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-size:10.0pt; mso-ansi-font-size:10.0pt; mso-bidi-font-size:10.0pt; mso-fareast-font-family:”MS 明朝”; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-fareast-language:JA;} @page WordSection1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:72.0pt 90.0pt 72.0pt 90.0pt; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.WordSection1 {page:WordSection1;} “>A resposta é que o trabalho deve ser bom, qualquer que seja o registo escolhido. Rui Lacas tem sido o autor português que melhor traça caminhos entre géneros, tornando a distinção entre eles menos relevantes; com incursões que vão desde livros mais intimistas, como Hän Solo (Polvo), a obras com vontade de se estenderem para outros públicos, como Asteroid Fighters (segundo volume, ASA). É sobretudo no mercado francófono que se encontram paralelos, podendo citar-se nomes como Sfar, Trondheim, Larcenet ou Blain. Tal como sucede com estes autores o registo ou o género são relevantes até certo ponto, e não vale a pena discutir diferentes tipos de obras em separado fingindo que umas não têm nada a ver com as outras. O resultado é sempre Lacas.
Hän Solo mostra as deambulações hesitantes (a todos os níveis) do jovem holandês Hän em busca de rumo, primeiro numa Lisboa descoberta através do Programa Erasmus, depois em Madrid. Utilizando com brilhantismo os dois tons (branco e não-preto) e mantendo obscuro o passado de Hän, Lacas dá o tom apropriado de melancolia e esperança; sobretudo em termos de gerir o silêncio em torno do protagonista, mau grado o ruído urbano que o rodeia e em que se tenta, sem sucesso, imergir. Hän parece sempre à borda da água, hesitando entrar. Um problema que não aflige de todo as personagens de Asteroid Fighters, uma movimentada, divertida e graficamente conseguida série de aventuras que mistura com evidente gozo códigos e referências que vão dos grupos de super-heróis aos filmes-catástrofe, passando por épicos espaciais ou 007 e seus vários descendentes (e paródias). Mas são claros os sinais do Lacas de Obrigada, Patrão e A Filha do Caranguejo (ou Hän Solo), por exemplo na gestão da vertente pessoal das personagens, que lhes dá uma profundidade diferente da habitual em obras deste género.
Não que não existam reparos a fazer. Nomeadamente que neste segundo volume Asteroid Fighters sofre um pouco do equivalente musical ao “síndroma do segundo disco”. Se a estreia surpreendeu pelo entusiasmo e dinamismo, sente-se aqui alguma falta de enquadramentos e clareza. Não há mal nenhum nas múltiplas citações que a série inclui, sendo que as personagens são inspiradas em amigos do autor (e autores de BD, de resto detalhados no final), mas é preciso chegar melhor a um leitor externo, sobretudo com a edição espalhada de volumes que fazem um todo. Ou seja, definir alguns pontos de entrada, independentes da leitura anterior, como sucede nos mais eficazes argumentos de Van Hamme, Jodorowsky, Bendis ou Claremont, mesmo quando em piloto automático. Curiosamente Hän Solo é quase o oposto, no sentido em que (e ao contrário de trabalhos com um ritmo semelhante, como A Ermida) há informação crucial fornecida diretamente ao leitor, quando talvez pudesse ser mais sugerida ou apresentada mais devagar (a bipolaridade do protagonista, o abandono pela namorada). Ou seja, na obra de grande público sugere-se, na obra intimista expõe-se. Costuma ser ao contrário. Na verdade é apenas mais um exemplo de como Lacas surpreende, furando espectativas. E porque motivo é um dos autores nacionais cuja carreira (nacional e internacional) vale a pena seguir.
Asteroid Fighters 2: Os Oráculos. Argumento e desenhos de Rui Lacas. ASA, 80 pp., 15,90 Euros.
Hän Solo. Argumento e desenhos de Rui Lacas. Polvo, 64 pp., 12 Euros.