
O futuro do queijo Serra da Estrela está ameaçado
Ninguém quererá, certamente, ir à Serra da Estrela “e deixar de ver ovelhas”, adverte João Madanelo, técnico da Ancose – Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela. Os incêndios de outubro terão, calcula, matado “oito a dez mil” animais desta raça autóctone, cujo leite (coagulado com flor de cardo) é essencial para a produção do queijo Serra da Estrela DOP e não só. “Não é quantificável o património genético que perdemos. Há um sentimento de pertença, é a nossa serra”, lamenta o técnico da Anconse.
Uma das próximas medidas será, pois, a criação de um centro de recria para o repovoamento de ovinos da raça Serra da Estrela nas instalações da própria Ancose, em Oliveira do Hospital. “É um património que nos foi deixado, que temos o direito e o dever de preservar porque ajuda o ecossistema”, defende João Madanelo. A associação, que dá apoio a 3 200 explorações de dez concelhos da região, está, por isso, aberta a donativos financeiros através da conta da Caixa Geral de Depósitos (IBAN PT50 0035 0567 00021581730 42) no sentido de “recriar o que for possível para que, para o ano, tenhamos mais animais.” O objetivo passa por “poder fornecer os animais aos produtores”, numa altura em que já estejam “prontos a entrarem em reprodução”. “Isto não se resolve num mês ou dois, teremos que ter alguma perseverança e muita força interior”, reforça o técnico da Ancose.
Ancose > Quinta da Tapada, Negrelos, Oliveira do Hospital > T. 238 600 720