Começaram a perguntar-nos se tínhamos porta-chaves. Temos revistas, água e café, bolas de Berlim e raivinhas, mas porta-chaves de facto não temos. Depois, começaram a perguntar-nos a que horas é que o “coelho” vinha à Praça da República, em Viana do Castelo. A agenda de Pedro Passos Coelho enviada para as redações dizia 17 e 30 horas. Também chegaram os bombos, as bandeiras, as televisões, “está na hora de mudar” nos megafones. E nós na praça, na Caravana da VISÃO, a falar com os vianenses.
Os bombos começaram a tocar forte, os operacionais do PSD local a circular. Vindo de Arcos de Valdevez, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, estava a chegar a Viana do Castelo para, como agora se diz, uma “arruada”. A caravana “laranja” percorreu 50 metros, passou em frente à pastelaria do Manuel Natário, que está fechado para férias, e seguiu para a Praça da República. Eu, jornalista feita embaixadora da VISÃO, estava à porta e dei as boas-vindas ao candidato a primeiro-ministro, expliquei-lhe o que era isto da Caravana VISÃO, o que andávamos a fazer. Pedro Passos Coelho estendeu a mão para me cumprimentar e só não quis sentar-se ao volante da autocaravana para lhe tirarmos um retrato. “Desejo-vos boa sorte neste vosso trabalho. E também têm feito ações de campanha?”. Respondi que não, que era esta a primeira vez que o fazíamos.
Passos Coelho não sabe, mas a verdade é que – à exceção de um folheto minúsculo de Ilda Figueiredo, candidata do PCP por Viana do Castelo, que no sábado passado encontrámos numa rua de Moledo – esta foi a primeira vez que vimos indícios de campanha eleitoral para as legislativas do próximo domingo. Nem cartazes, nem bandeiras, nem panfletos. Nada. Há seis dias que andamos na estrada a percorrer o Alto Minho e a autocaravana, além de não ter porta-chaves para oferecer, também não tem televisão. Pedro Passos Coelho deu a volta à Praça da República e seguiu para jantar na Quinta de Santoínho, em Darque, aqui perto de Viana do Castelo. Em meia hora, levantou-se o vento e praça ficou vazia. Logo à noite, temos de ver se encontramos um sítio para ver a “outra” caravana na televisão.