A zona do Terminal dos Cruzeiros, projeto-âncora para a revitalização da zona ribeirinha de Lisboa, vai ganhar vida nova a partir desta semana. Para além do edifício principal que recebe e embarca passageiros, o complexo, com a assinatura de Carrilho da Graça, contempla ainda dois edifícios de apoio e é num destes que foi instalado um novo espaço de coworking, o Heden Santa Apolónia.
O espaço de 1000m2 com salas privadas, open space e um auditório para 120 pessoas, abriu em novembro, apenas para eventos privados, e a partir de hoje para empresas e coworkers.
O novo Heden Santa Apolónia é fruto de um investimento global de 300 mil euros, em parte financiado por pequenos investidores através da plataforma da Go Parity – plataforma de crowdlending para projetos de cariz sustentável.
Assim, para tornar este espaço realmente sustentável, o edifício foi incorporado com uma central fotovoltaica para autoconsumo (cerca de 100 painéis solares), capaz de alimentar a grande maioria das suas necessidades energéticas, e ainda uma fachada verde bioclimática que, graças ao seu potencial de arrefecimento passivo, irá reduzir (20% a 30%) a potência necessária para o sistema de climatização, refere a empresa em comunicado. A estas características juntam-se a iluminação LED de baixo consumo e a incorporação de materiais de construção eficientes (madeiras nativas, bambu e cortiça, entre outros).
“Os espaços Heden (o nome Heden resulta da contração de Éden e Hidden para sugerir um espaço de descoberta e promessa, de abundância e produtividade) partilham ainda de outra característica comum: a escolha cuidada da sua localização, central e bem servida de transportes públicos, para permitir chegar a um dos coworks de forma rápida, cómoda e amiga do ambiente”, acrescenta-se ainda no comunicado.
Mulheres com desconto equivalente à discriminação salarial
A preocupação com a sustentabilidade e o ambiente é um dos grandes pilares da marca que, desde a sua génese, em 2017, faz parte da Coopérnico, a primeira cooperativa portuguesa de energias renováveis, uma parceria que permite, aos espaços Heden, contribuírem ativamente para o offset do consumo de energias fósseis na grelha elétrica nacional.
Além da sustentabilidade, os espaços Heden oferecem serviços que promovem o bem-estar dos coworkers disponibilizando Yoga, massagens, meditação e outras terapias a preços acessíveis. Adicionalmente, são promovidos workshops, palestras e cursos ministrados por especialistas em áreas tão diversas como crises humanitárias e ajuda internacional, alimentação saudável ou até iniciação à programação informática. “Queremos ser agentes ativos na dinamização cultural dos bairros e cidades onde estamos instalados e por isso seremos também responsáveis pela organização de alguns eventos. O mais recente exemplo é o Banff Centre Mountain Film Fest, o mais prestigiado festival de cinema de desporto ao ar livre, que foi trazido para Portugal pelo Heden e que foi um sucesso com mais de 500 espetadores no rooftop do Terminal de Cruzeiros de Lisboa”, explicam Laszlo Varga e Manuel Bastos, fundadores deste conceito.
“Mais do que uma rede de espaços de coworking, o Heden é um espaço de encontro, partilha e colaboração entre indivíduos e equipas de múltiplas nacionalidades, géneros, backgrounds, etnias e religiões, capaz de contribuir para o desenvolvimento pessoal e a integração dos seus membros em redes de colaboração e cooperação”, acrescentam os responsáveis.
E também é um espaço que se quer igualitário, dizem os fundadores, e por isso fazem “questão de discriminar positivamente”. Assim, e num esforço para acelerar o processo de equalização remuneratória entre géneros, o Heden promove uma discriminação positiva em todos os seus espaços de coworking, oferecendo aos membros do sexo feminino com passes mensais um desconto equivalente à diferença salarial média em Portugal entre homens e mulheres (17,5%).
Os preços do novo espaço Heden Santa Apolónia vão variar entre os 20 euros e os 2.500 euros.
A marca Heden conta já com dois espaços em Lisboa, o Heden Graça e o Heden Chiado, a que se soma este terceiro que conta já com a Iron Hack, escola de programação internacional, como principal inquilino para 2020.