Esta é uma workstation ‘made in Portugal’, com características adequadas à edição de imagem (Photoshop, por exemplo), edição de vídeo e aplicações de CAD com projetos de pequena dimensão. Trata-se de uma máquina compacta e de baixo consumo energético graças à utilização de um processador Core i7 de 13ª geração e, sobretudo, de uma placa gráfica Quadro T1000 da Nvidia. Esta é uma gráfica de baixo perfil, que não precisa de alimentação elétrica extra – vai buscar toda a energia de que precisa à placa-mãe, através da ranhura PCI Express x16. Naturalmente, a eficiência energética é importante em máquinas criadas para trabalhar de modo intensivo. A utilização de componentes de workstation não se fica por aqui. Também a placa-mãe da Asus é da linha profissional, o que dá maiores garantias de fiabilidade. Por outro lado, esta motherboard não impressiona em termos de funcionalidades. Por exemplo, a porta de rede de 1 Gbps é limitativa para uma workstation e sentimos falta de portas USB C.
Workstation vs PC
Workstation é um termo aplicado para identificar a computadores criados para uma utilização profissional, normalmente na área da criatividade e de projeto. São máquinas muito comuns em gabinetes de arquitetura, artes gráficas, produção multimédia e engenharia. Como acontece com os PCs a que estamos mais habituados, há uma grande variedade de configurações e preços possíveis para as workstations. Desde modelos de entrada de gama, normalmente configurados para um desempenho satisfatório em aplicações de criatividade e projetos simples, até máquinas de altíssimo desempenho para, por exemplo, criação de efeitos especiais para cinema ou projetos de engenharia na indústria aeroespacial.
O conceito de workstation nasceu há décadas, quando ainda se usava hardware e software, incluindo sistema operativo, muito especializado. Numa época em que os PCs ainda não tinham placas gráficas com processamento 3D nem CPUs (processadores centrais) com capacidade de multitarefas (vários núcleos). Nessa altura, as diferenças entre workstations e PCs eram gigantes e as máquinas especializadas não eram apenas recomendáveis para o tipo de utilização mais exigente já mencionado: eram mesmo necessárias porque esse tipo de software nem podia ser executado nos ditos PCs da altura. Mas com o desenvolvimento da indústria dos computadores pessoais, workstations e PCs tornaram-se mais próximos. Hoje é habitual as workstations usarem a mesma arquitetura dos PCs, centradas em processadores da Intel e AMD, e sistema operativo Windows. Atualmente, muitas produtoras de software profissional otimizarm as aplicações para também tirarem partido das gráficas usadas nos PCs de gaming e não apenas das placas gráficas para workstations. É, por isto que muitos utilizadores nas áreas da criatividade digital e projeto optam por usar PCs bem equipados, com, por exemplo, processadores com muitos núcleos e placas gráficas GeForce e Radeon, em vez de workstations dedicadas. Até porque a relação desempenho/preço é muito mais favorável num PC do que numa workstation.
Fiabilidade e certificação
Mas as workstations dedicadas ainda têm muitas razões para existir e para serem escolhidas por muitos profissionais. A mais importante está relacionada com a estabilidade. Os componentes para workstations são desenvolvidos com foco principal na fiabilidade. Isto significa, normalmente, melhor qualidade de construção e testes mais aprofundados durante o desenvolvimento. Enquanto, por exemplo, uma motherboard para PC de gaming é criada para máximo desempenho e para oferecer funcionalidades ao gosto dos gamers, mesmo que isso afete um pouco a estabilidade, uma motherboard para workstation é criada para trabalhar de forma intensiva durante muitas horas por dia.
Há ainda que considerar as certificações. Algumas aplicações especializadas, sobretudo na área do CAD 3D, exigem componentes certificados para funcionarem nas melhores condições. Certificações que estão relacionadas com os testes já mencionados. Estas certificações funcionam como uma garantia extra em termos dos workflows nas empresas.
Em suma, a escolha de uma verdadeira workstation em detrimento de um PC não significa, necessariamente, mais desempenho e, em regra, é mais penalizadora em termos da relação desempenho/preço. Mas uma estação de trabalho ‘à séria’ traz vantagens importantes para os profissionais, nomeadamente no diz respeito à fiabilidade e estabilidade.
Desempenho q.b
Numa workstation gráfica, é natural que a componente de GPU (processador gráfico) seja muito importante. A Quadro T1000 é, na linha profissional da Nvidia, um modelo de entrada de gama. Ainda assim, as 896 unidades de processamento CUDA são suficientes para ativar a aceleração por hardware em muitas aplicações profissionais na área gráfica, com destaque para os programas de edição de imagem e desenho vetorial da Adobe. Na verdade, neste tipo de aplicações, nem há verdadeira vantagem em optar por uma gráfica mais poderosa, já que muitos dos efeitos processados pelo GPU não ganham muito quando utilizar gráficas de maior performance. A melhor característica desta gráfica acaba por ser o suporte direto para quatro monitores através de quatro portas Mini DisplayPort. Importante para profissionais que valorizam áreas de trabalho gigantes.