O criador do padrão que hoje permite as ligações entre biliões de dispositivos vai ser reconhecido com o Prémio Turing de 2022 e receber um milhão de dólares. O Prémio é considerado o Nobel da computação e as escolhas são definidas pela Association for Computing Machinery. A ideia do padrão Ethernet surgiu a Bob Metcalfe em maio de 1973 e aparece espelhada pela primeira vez numa comunicação interna enviada por Metcalfe aos seus patrões no Xerox PARC (Palo Alto Research Center).
A carreira de Metcalfe é bastante profícua: fundou a 3Com, uma empresa que lucrou bastante com a comercialização de Ethernet, escreve artigos de opinião, dá aulas e é investidor. “A minha atitude é querer fazer simulações não para otimizar coisas, mas para as descobrir”, afirmou o inventor, citado pela Cnet.
A invenção de Metcalfe foi instalada no Xerox PARC na altura e permitiu transferências de dados a 2,94 megabits por segundo. Hoje em dia, o padrão permite até 800 gigabits por segundo, 272 mil vezes mais rápido do que então, e estão a ser feitos desenvolvimentos para duplicar para os 1,6 terabits por segundo.
Apesar de a aplicação de portas Ethernet estar a ‘desaparecer’ dos portáteis atuais e nunca ter chegado aos telemóveis, a tecnologia por trás foi adaptada para os padrões Wi-Fi, o que traz mais conveniência e facilidade de utilização.
Na altura do surgimento da Ethernet, havia um potencial rival, o Token Ring da IBM. Metcalfe assume que “o Token Ring foi uma dor durante 20 anos. Finalmente, matámo-lo” e, meio a brincar, afirma que “sou humano. Tenho um ódio por esses sacanas. Já passaram 50 anos. Seria de esperar que os pudesse ter perdoado, mas as pessoas do Token Ring não são convidadas para as minhas festas”.