“A empresa não só permite a identificação daquelas pessoas, como efetivamente monitoriza os seus comportamentos e oferece isso como um serviço comercial. Isso é inaceitável”, afirma em comunicado John Edwards, comissário de informação do Reino Unido. O organismo determinou uma multa de 7,5 milhões de libras (8,8 milhões de euros) e ainda que a Clearview deve parar todos os processos de recolha de informação e imagens dos rostos dos cidadãos britânicos, além de ter de apagar todos os dados que já tem na sua posse.
Este é um desfecho de um processo iniciado em 2020, onde se acreditava já nessa altura que “a base de dados da Clearview AI inclui provavelmente dados de um número substancial de pessoas do Reino Unido e que foram recolhidos sem o conhecimento dessas pessoas com base em informação disponível publicamente, como plataformas de redes sociais”.
Agora, o organismo britânico conclui que a empresa recolheu ilegalmente mais de 20 mil milhões de imagens de rostos para a sua base de dados e que “apesar de já não oferecer os seus serviços a organizações do Reino Unido, a empresa tem clientes noutros países, pelo que continua a usar dados pessoais dos residentes do Reino Unido”.
Twitter, Google, YouTube e Facebook já enviaram, em separado, cartas a ordenar que a Clearview pare com esta recolha de dados nas suas plataformas, alegando que esta prática viola os seus termos de serviço. Depois de uma multa em Itália de 20 milhões de euros e de várias queixas de outros grupos de privacidade, agora é a vez do Reino Unido condenar efetivamente as práticas da Clearview.