Representantes de 10 companhias aéreas dos EUA assinam uma carta onde pedem o adiamento da expansão da tecnologia 5G para zonas próximas dos aeroportos e que possa trazer interferências na tecnologia a bordo dos aviões. “Os efeitos nas operações de transporte de passageiros e de carga, na nossa força de trabalho e na economia em geral são simplesmente incalculáveis. Para sermos claros, o comércio da nação vai chegar a parar”, alertam os executivos na missiva a que a CNN teve acesso.
As grandes operadoras de telecomunicações, como a Verizon ou a AT&T, comprometeram-se com um adiamento global para janeiro e depois a um adiamento específico nas zonas limítrofes dos aeroportos que termina esta semana. “Num dia como o de ontem, mais de 1100 voos e 100 mil passageiros serão sujeitos a cancelamentos, desvios ou atrasos”, vaticina o setor aéreo. Alaska Airlies, American Airlines, Atlas Air, Delta Air Lines, Hawaiian Airlines, JetBlue Airwarys, Southwest Airlines, United Airlines e as operações aéreas da UPS e da FedEx assinam todas esta carta dirigida à Casa Branca, ao Departamento de Transportes, à Comissão Federal de Comunicações e à FAA.
Os responsáveis pelo transporte aéreo explicam que “quando chegarem perto das pistas, os sinais do 5G podem interferir com equipamento de segurança primário em que os pilotos confiam para a descolagem e aterragem em condições atmosféricas adversas”.
As autoridades responsáveis pelas viagens aéreas dos EUA, a FAA, emitiram um comunicado ontem à tarde reafirmando o compromisso de “continuar a assegurar que as viagens são seguras à medida que as operadoras de telecomunicações lançam o 5G”. A agência já validou a utilização de dois altímetros integrados em alguns aviões da Boeing e da Airbus, considerando a sua utilização segura mesmo em zonas cobertas pelo 5G e revela que está a aliviar algumas das restrições aplicadas ao setor aéreo. Neste momento, as restrições já não se aplicam a 45% dos voos comerciais dos EUA e que 48 das 88 pistas estão liberadas para aterragens em condições fracas de visibilidade.
A FAA reconhece ainda que “mesmo com as novas aprovações, os voos em alguns aeroportos ainda vão ser afetados”.