Edward Snowden escreveu no Twitter que «o governo dos EUA acaba de anunciar um processo judicial sobre as minhas memórias, que foram lançadas mundialmente hoje. Este é o livro que o governo não quer que leiam». Ao contrário do que é habitual em obras escritas por antigos funcionários de agências de espionagem, esta obra não foi enviada para a CIA, nem para a NSA para revisão antes de publicação. Este comportamento levou a que as autoridades acusem Snowden de ter quebrado as suas obrigações e estende a acusação também aos editores.
O processo judicial não pede que o livro não seja publicado, algo que iria contra a Primeira Emenda da Constituição dos EUA. O The Verge realça que muitos dos defensores de Snowden argumentam que este processo levanta questões sobre a constitucionalidade do sistema de revisão pre-publicação.
«O livro não contem segredos governamentais que não tenham sido publicados previamente na imprensa. Se o Sr. Snowden acreditasse que a revisão iria ser feita de boa fé, teria submetido a obra para análise», defende o advogado Ben Wizner, da ACLU.
O diretor da Freedom of the Press, Trevor Timm, considera que se trata de uma forma de distrair as atenções das revelações do ex-espião: «Este processo mal orientado é mais uma razão para todos lerem o livro de Snowden».