A PayPal e a Ipsos deram a conhecer a mais recente “fotografia” do comércio eletrónico em Portugal, tendo por base as respostas de 28 mil consumidores de 32 países. De acordo com o estudo das duas empresas, 70% dos portugueses adultos fizeram pelo menos uma compra mna Internet durante os últimos doze meses. A procura registada no comércio on-line permite concluir que, em 2016, os consumidores nacionais deverão gastar cerca de 2,3 mil milhões de euros em compras efetuadas em sites, lojas de apps, redes sociais ou outras ferramentas de comércio eletrónico. Em 2017, esse valor deverá chegar 2,65 mil milhões de euros; e em 2018, poderá passar mesmo os três mil milhões de euros.
«Quanto maior for o número de consumidores que fazem compras on-line, mais difícil será manter o crescimento (nos anos seguintes). De qualquer modo é muito relevante manter um crescimento de dois dígitos», explicou Miguel Fernandes, responsável pelas Vendas da PayPal Portugal , num encontro com jornalistas realizado esta terça-feira.
De acordo com o inquérito, 40% dos portugueses pretendem recorrer mais vezes ao comércio online. O estudo estima que 45% dos inquiridos pretendem manter, nos próximos anos, o mesmo volume de compras registado em 2016. Entre os motivos que levaram os portugueses a fazer compras na Internet, destaque para a conveniência (75% das respostas) que supera largamente as poupanças (25% das respostas).
Foi na compra de comidas e bebidas (26%) que houve maior crescimento do uso do comércio eletrónico. A venda de produtos de criança figura em segundo lugar da procura, 19% das respostas.
Os responsáveis da PayPal revelaram ainda um traço distintivo: Portugal é o país, dos 32 estudados, com maior percentagem de consumidores a recorrerem ao comércio eletrónico para fazer compras no estrangeiro. O estudo revela que, pelo menos, 87% dos consumidores já usaram a Internet para fazer uma encomenda no estrangeiro. Reino Unido, China e Espanha são os três países que mais vendem para Portugal.
Miguel Fernandes relativiza a potencial concorrência do PayPal com o MbNet ou outros sistemas de cartões de crédito especializados na Internet. O responsável da empresa norte-americana recorda que algumas pessoas que usam esses cartões de crédito usam igualmente os serviços PayPal. O que também terá contribuído para o crescimento registado nos últimos três anos. «A crise foi um catalisador do crescimento da PayPal em Portugal, porque levou as pessoas a procurar negócios e descontos on-line».