Depois da Alemanha e da Suécia, é a vez do governo britânico anunciar que está a preparar alterações ao código da estrada local para dar início à introdução de carros de condução robotizada, que se deslocam sem qualquer intervenção humana. Claire Perry, ministra dos Transportes britânica fez saber que, na primavera, deverá ser anunciado um código de boas práticas para a realização de testes com carros autónomos nas estradas da Grã Bretanha.
No verão de 2017 deverá ser publicada a legislação que deverá enquadrar o uso quotidiano de carros sem condutores humanos nas terras de Sua Majestade.
Em paralelo com o anúncio da mudança de legislação, o governo britânico fez ainda saber que vai apoiar com 19 milhões de libras a realização de quatro testes localizados nas cidades de Bristol, Coventry, Milton Keynes e Greenwich, informa a BBC.
Nos consórcios participantes encontram-se algumas empresas que poderão protagonizar a nova vaga tecnológica que o governo britânico classifica como transformadora das regras que têm dominado o setor dos transportes. A par da conhecida General Motors e de institutos de investigação e associações relacionadas com o mundo automóvel, os quatro testes deverão ainda contar com a participação da seguradora Axa. A colaboração de uma empresa do setor dos seguros pode ser encarada como uma tentativa de encontrar uma solução para uma questão que o próprio governo britânico já identificou como problemática: quem assume a responsabilidade em caso de acidente com um carro autónomo?
A questão permanece em aberto – e dificilmente escapa a reparos e polémicas –, mas não impediu o governo britânico de reiterar que os testes que vão ter início nos próximos meses não estarão confinados a “pistas de laboratório”. Resumindo: os carros autónomos vão mesmo partilhar as estradas do dia-a-dia com os carros conduzidos por humanos.
O que é que a população diz sobre o assunto? – eis outra questão que terá de ser trabalhada por governo e indústria nos próximos tempos. Um inquérito realizado pela Virgin revela que 43% dos britânicos não se sentem seguros em partilhar estradas com condutores robóticos; e um quarto dos inquiridos diz mesmo que não aceitaria viajar em carros autónomos.