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Num comunicado, o gestor do Silk Road 2 reiterou que os hackers não conseguiram obter informação dos utilizadores nem assumir o controlo dos servidores que sustentam a plataforma, mas informou também que o cibermercado que opera na denominada DarkNet foi alvo de um desfalque de 2,7 milhões de dólares: «As nossas investigações iniciais indiciam que um dos vendedores (do Silk Road 2) explorou uma vulnerabilidade recentemente descoberta no protocolo das bitcoins, que é conhecida como “maleabilidade de transação”, para fazer o levantamentos consecutivos de moedas até ao nosso sistema ficar completamente vazio», refere o comunicado citado pela BBC.
O alerta lançado pelo pouco recomendável gestor do Silk Road 2 não deixa de ser importante para quem investe em bitcoins: através da “maleabilidade de transação” os hackers conseguem alterar a proteção criptográfica de um utilizador antes de uma determinada transação dar entrada nos arquivos do sistema que suporta as bitcoins. O que significa que as bases de dados usadas pelas bitcoins não registam as transações e não as classificam como executadas, apesar de, na verdade, as moedas virtuais serem deslocadas de um ponto para o outro.
Nos tempos mais recentes, a MtGox e a Bitstamp também foram alvo de ataques que exploram esta vulnerabilidade.
Os especialistas aconselham os investidores a guardar as moedas virtuais em repositórios que não estão ligados à Net.
No comunicado, o responsável pelo cibermercado especializado na venda de drogas e outros produtos ilegais admite que podia ter evitado o roubo de que foi alvo: «Devia ter seguido os exemplos da MtGox e da Bitstamp, que desativaram os levantamentos logo que a falha da maleabilidade das transações foi detetada. Fui lento a desativar os levantamento e demasiado cético quanto aos riscos que essa falha poderia trazer».
O comunicado não serviu para tranquilizar os utilizadores deste cibermercado que opera com tecnologia Tor. Muitos deles (dealers e compradores de produtos ilegais) não hesitaram em considerar que o desfalque do Silk Road 2 mais não foi do que uma patranha para mascarar a verdadeira autoria do desfalque que, segundo estas teses, terá sido levado a cabo pelos próprios gestores do site.
Tendo em conta o inusitado do comunicado e o facto de o Silk Road 2 ser apenas um sucessor de outro marketplace do crime cujo mentor acabou preso, resta saber se as vítimas do alegado desfalque vão apresentar queixa nas autoridades.