Quando iniciou o seu trabalho de investigação, Luís Marques, Major da Força Aérea Portuguesa, não poderia prever que a atualidade – com a guerra na Ucrânia e o fantasma da ameaça nuclear a pairar no horizonte – lhe iria aumentar significativamente o impacto. Licenciado em Física e aluno de doutoramento do Instituto Superior Técnico, propôs-se a desenvolver um sensor de radiação que pudesse ser operado à distância, sendo acoplado, por exemplo, num veículo aéreo não tripulado.
O sistema foi pensado, e desenvolvido, para auxiliar autoridades e equipas no terreno, em cenários que tanto podem ser de tráfico ilícito de materiais nucleares e fontes radioativas, como de ameaças nucleares ou emergências. “É normal usarem-se materiais radioativos para atividades de investigação, por exemplo. Mas há situações em que pode tratar-se de utilização maliciosa”, nota Luís Marques, enquanto conversamos na Base Aérea Nº 1, em Sintra, onde decorreu boa parte do trabalho, como a prototipagem dos suportes dos detetores, feitos em impressão 3D, e os suportes para os detetores, em compósito do tipo sanduíche.