O LauncherOne chegou a órbita neste domingo, tornando a Virgin Orbit a terceira empresa privada dos EUA a conseguir lançar um foguetão com sucesso. A proeza inédita da Virgin foi ter conseguido efetuar este lançamento a 30 mil pés de altitude, a bordo do Cosmic Girl, um avião Boeing 747 que a empresa modificou para este efeito. O LauncherOne libertou dez satélites cubesat construídos pela NASA e por instituições de investigação dos EUA antes de voltar à Terra.
A empresa de Richard Branson tinha planeado este lançamento para a primavera do ano passado, mas nessa altura a iniciativa foi cancelada poucos segundos depois do início por se terem descoberto problemas na linha de propulsores. O reagendamento para dezembro teve de ser adiado devido ao aumento de surtos de Covid-19 na região de Los Angeles, de onde seria feito o lançamento.
Esta não é a primeira iniciativa de empresas de Branson a lançar objetos a partir de foguetões: além da Virgin Orbit agora, a Virgin Galactic entrou para a História ao lançar uma aeronave com dois humanos para o espaço precisamente a partir de um avião personalizado, lembra a Wired.
O desafio agora vai passar por tornar este tipo de iniciativas comercialmente atrativa. Na década de 1990, o Pegasus foi colocado no espaço a partir de uma aeronave, numa iniciativa da Orbital Sciences Corporation (agora conhecida por Northrop Grumman). Nos últimos 30 anos, o Pegasus fez apenas 44 missões. Will Pomerantz, vice-presidente de projetos especiais da Virgin Orbit, explica que “tecnologicamente, o Pegasus foi um grande sucesso. Mas de uma perspetiva de mercado, talvez não”. O especialista explica que na altura em que foi lançado, não havia clientes para o Pegasus, lembrando que a indústria dos pequenos satélites só nos últimos anos tem vindo a explodir, havendo agora centenas de empresas a procurar formas baratas de colocar satélites no espaço.
A solução de lançar a partir de aviões pode ajudar os interessados a obter custos mais baixos, com a Virgin Orbit a estimar o custo de cerca de 12 milhões de dólares por lançamento. O Pegasus, na década de 1990, custou 16 milhões de dólares e, atualmente, os lançamentos chegam a 60 milhões de dólares.
Outra vantagem desta solução é a mobilidade, permitindo-se levar toda a estrutura para mais perto dos potenciais clientes e não estando restringida à localização dos portos espaciais existentes. Pomerantz explica que a empresa está a tentar conseguir acordos com agências de aviação em todo o mundo para obter a aprovação para lançar o Cosmic Girl a partir dos aeroportos.