Valerio Carruba liderou a equipa da Universidade de São Paulo que publicou um estudo no Astronomy & Astrophysics onde revelam a existência de uma ameaça invisível para o nosso planeta: asteroides co-orbitais de Vénus. Os investigadores suspeitam que existam mais de 20 asteroides do tipo PHA (de potentially hazardous asteroids) junto a Vénus. Os PHA são asteroides que medem mais de 140 metros e que estão a 0,05 unidades astronómicas (7,5 milhões de quilómetros) da órbita da Terra.
A equipa explica que é difícil estimar com precisão o número de asteroides nestas condições. “As observações baseadas no solo atuais estão condicionadas por janelas de observação periódicas e limitações de alongamento solar, apesar de o Observatório Rubin poder detetar alguns destes objetos em configurações favoráveis”, escrevem os investigadores, propondo depois uma solução: “missões espaciais baseadas nas órbitas de Vénus podem ser instrumentais para detetar os co-orbitais”.
As dificuldades de observação são exacerbadas pelo brilho do Sol que faz com que só sejam visíveis em determinadas condições. Parte da solução passa então pelo observatório Vera Rubin que deve arrancar as operações no mês de julho. Um observatório localizado no espaço é outra alternativa proposta pelos cientistas para detetar asteroides ainda não observados perto de Vénus.
Para determinar as ameaças, os cientistas recorreram a clones digitais dos asteroides e executaram simulações computadorizadas que cobrem mais de 36 mil anos, revelando que “há uma população considerável de co-orbitais a excentricidade baixa capazes de números encontros próximos – e talvez colisões – com a Terra”.
O estudo completo está disponível no Arxiv.