A Philip Morris International (PMI) está apostada em criar um futuro livre de cigarros já nos próximos 15 anos e quis saber se a sociedade está alinhada com esse seu objetivo. Foi isso que motivou a empresa a solicitar o inquérito internacional Encouraging a Balanced Approach cujos resultados foram recentemente divulgados. O nome do estudo diz muito sobre o teor das respostas obtidas e sobre aquilo que os cidadãos esperam dos seus governos e das suas empresas.
Portugal foi um dos países onde o desejo de equilíbrio foi mais evidente e onde os fumadores mostraram mais disponibilidade para trocar os cigarros por alternativas menos nocivas.
Conduzido pela empresa independente de estudos de mercado Povaddo, o inquérito contou com a participação de mais de 44.000 adultos em 22 países, ou seja, duas mil pessoas em cada país, das quais mil eram consumidoras de produtos de tabaco e mil eram não consumidoras. Do universo de respondentes portugueses, 92% concordam que, se os cidadãos e as empresas trabalharem juntos, terão um impacto significativo na resposta às maiores questões que a sociedade enfrenta atualmente; 92% acreditam que, para encontrar soluções para esses problemas, os líderes devem considerar todas as perspetivas, mesmo aquelas com as quais têm fortes divergências. Resultados que estão em linha com os obtidos a nível global.
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Durante a apresentação do estudo, William Stewart, presidente fundador da Povaddo, explicou que é bastante visível nos resultados que as pessoas estão conscientes do atual clima de polarização e que não estão satisfeitas com isso. “Compromisso, senso comum e encontrar posições de meio-termo resulta numa governação melhor e mais inclusiva. Quem está em posições opostas quer sempre fazer avançar as propostas mais extremas, mas para 82% dos respondentes a nível global,é no meio que está o progresso. E se as pessoas querem que as empresas liderem o progresso é porque vêem demasiada polarização nos setores governamentais.”
Isso, como já vimos, significa ouvir todos os lados de uma questão e, no entanto, 81% dos adultos consumidores de nicotina portugueses referem que as suas vozes foram excluídas durante demasiado tempo, valor que compara com 77% a nível global. Por outro lado, 80% dos adultos inquiridos entre a população portuguesa, acreditam que as expectativas sociais relativas à abstinência total de substâncias como a nicotina e o álcool não são viáveis e, como tal, o governo deve tomar medidas para reduzir a nocividade da sua utilização. No entanto, apenas 24% da população adulta acredita que basta a regulação e taxação de cigarros para tornar o país livre de fumo.
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Os resultados parecem, portanto, indicar que os cidadãos esperam dos seus governos outro tipo de medidas. Gregoire Verdeaux, Senior Vice President da PMI para os Assuntos Institucionais, dá um exemplo: “a Nova Zelândia está decidida a acabar com os cigarros no seu mercado, mas apresentou produtos alternativos aos seus fumadores.”
Esse parece ser o caminho que os portugueses desejam, já que 74% concordam que encorajar fumadores adultos, que de outra forma continuariam a fumar, a mudar completamente para produtos alternativos sem fumo, pode complementar outras medidas para reduzir os danos sociais provocados pelo consumo de cigarros convencionais. A questão do fumo é importante porque sabemos hoje, com base em evidências científicas, que é no fumo dos cigarros que se encontra a maioria das substâncias nocivas para a saúde. Razão pela qual a PMI investiu três mil milhões de dólares em produtos de tabaco aquecido, cuja tecnologia levou 10 anos a desenvolver e aperfeiçoar. E embora estes produtos não estejam livres de riscos e sejam viciantes, porque contêm nicotina, a ciência mostra que são opções muito menos nocivas do que os cigarros tradicionais.
Este estudo revela que 70% dos portugueses que fumam cigarros em exclusivo estariam disponíveis para considerar uma mudança para estes produtos alternativos se tivessem mais informação sobre como estes produtos diferem dos cigarros e da ciência que está por detrás deles. Esta percentagem compara com 62% a nível global, pondo os fumadores portugueses na vanguarda dos que querem deixar de fumar.
Para Gregoire Verdeaux, o desafio agora é tornar estas alterativas acessíveis a pessoas de baixos rendimentos que são, regra geral, quem consome mais cigarros, pelo que é importante que a taxação torne estes produtos aliciantes quando comparados com os cigarros. O Senior Vice President da PMI para os Assuntos Institucionais conclui: “Se houver bom senso e boa vontade, devemos ser capazes de ampliar o acesso, esse é, de resto, o objetivo da nossa empresa: cooperar com os governos para tornar possível o fim dos cigarros em 10 a 15 anos.”
Ainda há um longo caminho a percorrer, mas para a PMI o mapa já está traçado.
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