Num ambiente empresarial cada vez mais volátil e globalizado, a formação enfrenta o desafio de se reinventar para preparar líderes capazes de conduzir as organizações rumo ao sucesso num futuro muito incerto e com mudanças a ritmo exponencial.
Por um lado, é inevitável aprender, repensar, desaprender para melhor compreender a realidade e para o crescimento pessoal e organizacional. Adam Grant, em “Think again: The power of knowing what you don’t know”, incentiva líderes e executivos a desafiarem as noções preconcebidas e o status quo para promover inovação e progresso. São precisos líderes flexíveis, curiosos e de mente aberta.
Por outro lado, a capacidade de adaptação rápida e sagaz à envolvente é um fator determinante para o sucesso das organizações e (mais!) a sua sobrevivência (recordo a teoria da evolução das espécies de Darwin). E mais premente do que no passado, pois as mudanças ocorrem hoje a um ritmo altamente acelerado, volátil e incompreensível.
Neste contexto, as inovações pedagógicas e metodológicas ganham relevância central, em particular na formação executiva. Mas como estão estas abordagens a preparar os líderes com as competências críticas para enfrentar os desafios cada vez mais difíceis de antecipar e que ocorrem a uma velocidade nunca observada?
A personalização da aprendizagem surge como um princípio fundamental na formação de líderes. Reconhecendo que cada pessoa possui um conjunto único não só de competências, mas também de lacunas, os programas de MBA estão, cada vez mais, a proporcionar percursos personalizados de aprendizagem. A aprendizagem experimental destaca-se, também, como uma abordagem pedagógica vital. Através de simulações, case studies, jogos estratégicos e projetos reais, os conceitos teóricos são aplicados a desafios empresariais concretos e de impacto.
Ademais, num contexto caracterizado pela diversidade e complexidade, os decisores devem ser capazes de compreender as questões culturais, éticas, ambientais e emocionais com sensibilidade e integridade. Por isso, além das competências técnicas, a formação em inteligência emocional e ética, e com foco no ambiente, torna-se indispensável.
A tecnologia e inovação são também elementos cruciais na formação de líderes para o futuro. A integração de novas tecnologias, abordagens inovadoras e da inteligência artificial no ensino prepara os executivos para liderar num mundo mais digitalizado e em constante e acelerada mudança. Este aspeto é complementado pela ênfase na colaboração e no networking, que são fundamentais para a construção de comunidades de aprendizagem ricas e diversificadas.
Para uma liderança de impacto, revelam-se fundamentais a:
- Personalização: aprendizagem que se ajusta às necessidades individuais.
- Aprendizagem experimental: aplicação da teoria à prática, através de projetos reais, jogos estratégicos e simulações.
- Inteligência emocional e ética: liderar com empatia, sensibilidade cultural, social e ambiental e integridade.
- Tecnologia e inovação: um mundo digital onde a inteligência artificial tem um lugar central.
- Colaboração e networking: construção de redes e colaboração entre pares como elementos-chave para o sucesso.
A formação executiva está a adaptar-se às necessidades de um mercado em constante evolução para preparar líderes não apenas para enfrentar os desafios atuais, mas para moldar o futuro das organizações que promovam o progresso tecnológico e o bem-estar social.
À medida que a formação executiva continua a evoluir, esta torna-se uma ponte essencial entre o presente e um futuro empresarial caracterizado por incertezas, mas também repleto de oportunidades para aqueles que pretendem liderar com visão, adaptabilidade e integridade.