Recentemente, fiquei intrigado com a questão da escassez de água no mundo. Algo tão importante, mas que eu não soube dar valor. Isto decorre do convite que eu recebi para identificar tecnologias de ponta que combatam esta problemática na China, e foi assim que surgiu o interesse.
As notícias recentes, que chegam do México, Oeste dos EUA, Norte e Sul de África, Sul da Europa, Médio Oriente, Índia, China e Austrália, onde as famílias, as indústrias e os agricultores mais sofrem regularmente com a escassez de água, deixaram-me ainda mais intrigado com esta questão, que embora longe das minhas áreas de conhecimento e de pesquisa, levantou uma questão na minha cabeça: como é que uma melhor gestão e tecnologia colmatará o problema da água?
Por um lado, na Índia, entre 1951 e 2011, a disponibilidade de água per capita diminuiu cerca de 70%. Por outro lado, a cidade do Cape Town, a segunda maior cidade de África do Sul, está a passar pela pior seca do último século, com reservas de água de tal forma baixas que se prevê que as torneiras fiquem sem água. A região do Médio Oriente e África do Norte (região MENA) não fica atrás: é a região com maior escassez de água do mundo. Por fim, a China possui cerca de 20% da população mundial, mas apenas 7% dos recursos hídricos estão no território chinês.
E boa gestão e tecnologia? Para começar, por mais que sejam encontradas soluções para a escassez de água, esta nunca deixará de ser um problema. Contudo, as soluções que possam surgir apenas servirão para minimizar os impactos que a escassez de água tem no planeta Terra. Um exemplo de uma solução inovadora é o filtro de grafeno desenvolvido recentemente pelas Universidades de Kentucky (EUA) e de Monash (Austrália), que é capaz de purificar água de uma forma mais eficiente (até 9 vezes mais água) do que as soluções já existentes.
A Arábia Saudita, a Grécia, o Reino Unido e o Estado da Califórnia não são as únicas regiões que têm investido muito para combater o problema da escassez de água: os Emirados Árabes Unidos também têm feito grandes investimentos em centrais de dessalinização de água do mar. Por outro lado, desde sempre que Israel tem investido na conservação e reutilização de água, permitindo a recuperação e reutilização de 87% da água municipal consumida.
Relativamente às tecnologias de ponta desenvolvidas para combater esta problemática, o Grupo Veolia, sedeado em Aubervilliers (França) e líder na gestão eficiente dos recursos, é um exemplo de uma entidade que encontrou uma solução para combater o problema da escassez de água. Esta solução consiste no processo de dessalinização e tem o objetivo de promover o acesso a água potável para centenas de milhões de pessoas. Outro exemplo é a Sulzer, uma empresa suíça que encontrou uma solução para combater a escassez de água nas áreas urbanas, a qual consiste no processo de dessalinização. Por fim, a VICI-Labs, em parceria com a UC Berkeley e a National Peace Cors Association, ambas localizadas nos Estados Unidos da América, criou o WaterSeer, um dispositivo que pode contribuir para a minimização dos impactos da escassez de água no planeta Terra.
Foi um pequeno desvio dos meus pensamentos e pesquisas habituais sobre empreendedorismo, inovação e estratégia empresarial. No próximo mês regresso para falar dos meus temas habituais e será como cidades e regiões estão a ser transformadas pelo empreendedorismo. Mas agora tive que falar da água, não pude resistir, é demasiado importante!