Alguns "sinais"
Uma das falhas de partida do primeiro-ministro cessante foi ter formado um executivo com vários erros de casting – e, depois, não os reparar
Manifestações e eleições
Os que protestam reclamam do Governo um imediato aumento, igual ao concedido aos agentes da PJ. Ora, é indiscutível que um governo de gestão não o pode fazer, mormente pelos encargos que ficariam para o futuro. E não podendo os ditos polícias ignorar tal impossibilidade, torna-se mais flagrante o objetivo político-eleitoral das suas manifestações
Uma campanha – alegre ou triste?
Torna-se indispensável distinguir programas eleitorais de promessas eleitorais. Porque um programa exige dizer como e com que meios podem atingir-se os objetivos definidos. Propor-se aumentar salários, pensões, reformas, dotações para a Saúde, a Educação, etc., ou seja, aumentar exponencialmente as despesas e ao mesmo tempo diminuir os impostos, isto é, as receitas – não constitui um programa, mas uma simples aldrabice. Como pura aldrabice é dizer que podem pagar-se os milhares de milhões de euros do custo de certas medidas, com as verbas resultantes de um hipotético mais eficaz combate à corrupção
Os jornalistas em Congresso
A progressiva depauperação das redações, com menos gente e recursos, será uma das causas. Mas a ela outras acrescem. Da desvalorização das “notícias”, núcleo central da informação, à profusão “comentarística” com elas se confundindo ou a elas se sobrepondo
Por quem os sinos dobram
Umas das múltiplas consequências dramáticas destas duas guerras é ter mostrado de novo a ineficácia da ONU, a sua impossibilidade de decisiva ação concreta
Ter “juízo” democrático
PS e PSD têm obrigação de dar o exemplo. Não o deu Montenegro ao desenterrar o “gonçalvismo” a propósito de Pedro Nuno Santos, com total desrespeito pela verdade
Devia António Costa ter-se demitido?
Já houve quem dissesse que o primeiro-ministro, por várias razões (incluindo erros que de facto cometeu) desgastado, aproveitou o pretexto para se ir embora. O que não é verdade
Uma “bomba” (política), sem relógio...
A atual situação e os seus desenvolvimentos previsíveis favorecem altamente as oposições, sobretudo à direita. E salvam, ou podem “salvar”, sobretudo o presidente do PSD, Luís Montenegro, que estava em situação interna difícil, mormente à luz de não ter nas eleições europeias uma vitória
25 há só um...
Não faltou quem quisesse fazer de Eanes o “candidato do 25 de novembro”. Inclusive na comissão política da sua candidatura. Eu pertenci a essa comissão – como pertenci à da sua recandidatura, em 1980 – e defendi, convicta e veementemente, que Eanes era, devia ser antes, e como tal se afirmar, o “candidato do 25 de Abril”. Isto é que dizia, englobava, significava, tudo. O 25 de Abril, já restaurado, regressado ao seu espírito e aos seus objetivos iniciais/essenciais a 25 de novembr
MP, poder e responsabilidade
Não se trata de dizer, “então é só o PSD, e os outros?”, nem de um crime deixar de ser crime porque os outros também o cometem e ficam impunes: trata-se de não haver crime e por isso esta investigação não fazer sentido nenhum
Fazer Justiça
Se hoje volto ao tema da Justiça é sobretudo para manifestar a minha enorme perplexidade, com laivos de indignação, perante o acórdão da Relação de Évora relativo à sentença condenatória, na comarca de Beja, de sete militares da GNR acusados de sequestrarem, humilharem, agredirem, torturarem (fazendo-os inalar gás pimenta) um grupo de imigrantes asiáticos
Três tristes tópicos
Ora se é uma evidência António Costa já imensas vezes ter sido objeto de insultos racistas, vítima de um racismo explorado por inimigos políticos sem escrúpulos, eles próprios racistas, embora sempre o negando – tal evidência, em meu juízo, não existe nos referidos cartazes
A degradação da democracia
A economia cresce o que cresceu, na dianteira europeia, diz-se que o mérito é do setor produtivo, não do Governo; se a economia estivesse em baixa ou queda, claro que seria do Governo a culpa
Marcelo e Costa, o "tango" necessário
Como para dançar o tango são precisos dois, neste momento difícil Portugal precisa igualmente dos dois, em harmonia e não em conflito. É um tango necessário…
Brasil e Portugal: regresso ao futuro?
Lula da Silva tem um percurso existencial e político único. A sua experiência de vida rara, da miséria nordestina à chefia da grande nação brasileira, três vezes eleito (único também na história do país), a sua intuição, a sua capacidade de ação e a sua força combativa, de par com o seu carisma, fizeram dele o líder que desde sempre é
Sabedoria, precisa-se
Os mais graves problemas que Portugal hoje tem acabam por em geral ser secundarizados face a outros muito menos importantes – mas muito mais ruidosos e/ou mediáticos, palco e pasto de um combate político-partidário entre o vulgar e o rasteiro
Liberdade e(m) segurança
No rol das nefastas, se não escandalosas, consequências de tudo isto avultará, segundo especialistas, a dita impossibilidade ou dificuldade de investigar com sucesso muitos casos de pedofilia/pornografia infantil. Mas não só. Caso recente, absolutamente inadmissível, é o de um juiz que recusou o acesso ao registo de localização do telemóvel de uma menor que se temia haver sido vítima de rapto!