Foi uma terça-feira quente a que se viveu ontem em Portugal. E não apenas em termos meteorológicos – sobre isso há muito que ler na edição da VISÃO que chega hoje às bancas! – mas sobretudo em termos políticos.Pedro Nuno Santos voltou aos corredores da Assembleia da República para ser ouvido na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação e, ao fim de tantos meses, regressou como se esperava: extremamente bem preparado, muitíssimo cheio de si próprio e com uma habilidade discursiva que, possivelmente, lhe voltará a abrir as portas da política muito mais depressa do que alguma vez imaginámos após a sua estrondosa queda.
Numa audição cheia de auto-elogios – “Não há mais nenhum Governo nem mais nenhum ministro nos últimos 50 anos, que se possa gabar de ter deixado a TAP e a CP a dar lucro” (bom, também não haverá nenhum Executivo ou governante a beneficiar da injeção de €3,2 mil milhões que a TAP garantiu, mas isso fica para outro dia) – Pedro Nuno Santos deixou acima de tudo um rol de críticas ao Governo de Passos Coelho e ao processo de privatização da companhia aérea nacional. Com o seu já costumeiro (e sobranceiro) sorriso, esquivou-se às questões mais delicadas, obrigando os deputado a dançar ao seu ritmo, enquanto os lembrava de que para a semana irá à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP, onde estará “para aí umas dez horas” e onde falará sobre Alexandra Reis ou Frederico Pinheiro.