Santo Padre,
O meu nome é Mahoor Kaffashian, sou estudante de Medicina Dentária em Viseu desde setembro de 2022.
Refugiada, inicialmente deslocada do meu próprio país, o Irão, para a Ucrânia, onde uma guerra real me fez sentir sobrevivente. Acima de tudo, sou crente, e devo o meu olhar de esperança sobre o futuro à extraordinária equipa da Universidade Católica: cuidou e cuidará de mim, no contexto do Fundo de Apoio Social Papa Francisco.
Eu não era a mesma pessoa que sou agora. No ano passado, se me tivessem dito que eu era uma pessoa muito forte, provavelmente não teria acreditado. Mas agora acredito.
Depois de tudo o que passei, depois do sentimento constante de ausência de um lar, da família, dos amigos, depois de ter ficado sem teto, sem universidade, sem dinheiro, sei que o conceito de força não significa que não me sinta cansada, exausta e abatida pela dor e pela perda. Significa apenas que tenho a força, a fé e a coragem para seguir em frente. Sinto-me orgulhosa de estar aqui, num novo recomeço neste país tão belo e acolhedor, participando ativamente na vida da nossa casa comum, e estudando, enquanto tento distribuir à minha volta, eu também, o amor, a esperança e a fé que esta Universidade me ofereceu incondicionalmente numa verdadeira cultura do encontro.
Não há palavras para descrever os meus sentimentos neste momento, mas tenho a sorte de estar aqui, a falar a Vossa Santidade com orgulho do passado, acreditando que melhores dias virão.
Obrigada!