De acordo com o Estudo sobre os Comportamentos de Consumo de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências 2024, o consumo de álcool, tabaco e droga por jovens diminuiu face a 2019. As conclusões da investigação, divulgada esta terça-feira pelo Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD), revelam ainda as raparigas são as que mais bebem, fumam e tomam mais sedativos e analgésicos, comparativamente aos rapazes, que lideram no consumo de substâncias ilícitas.
“Se na anterior edição se falava de um claro esbatimento das diferenças de género e numa tendência de aproximação do consumo de álcool entre os dois sexos, em 2024 verifica-se que esta é já uma prática mais feminina do que masculina e mesmo no que concerne aos comportamentos de risco acrescido é possível constatar uma aproximação ou mesmo uma maior prevalência entre as raparigas”, pode ler-se no estudo. Contrariamente, o consumo de analgésicos fortes, jogos eletrónicos e jogos a dinheiro tornaram-se mais prevalentes do que o verificado no estudo anterior.
O estudo resultou da aplicação do questionário online ESPAD (European school survey project on alcohol and other Drugs), realizado por amostra de mais de 11 mil alunos – com idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos – provenientes de 1 992 escolas do ensino público.
O álcool é a principal substância consumida entre os jovens, seguindo-se o tabaco e as substâncias ilícitas e medicamentos psicoativos. Entre as bebidas mais populares entre os jovens, no mês anterior ao inquérito, destacaram os ‘alcopops’ (24%), seguidos da cerveja (22%) e das bebidas destiladas (22%). Foi ainda possível verificar que a maioria dos inquiridos – cerca de 58% – disse ter ingerido pelo menos uma bebida alcoólica ao longo da vida e 48% afirmou ter bebido nos 12 meses anteriores ao inquérito.
Quanto ao consumo de tabaco e drogas, um quarto dos jovens admitiu ter fumado alguma vez na vida e 22% disse fumar diariamente cigarros tradicionais – 12%, no caso dos cigarros eletrónicos. Já cerca de 7% dos participantes no estudo disse ter consumido uma droga ilícita alguma vez na vida, sendo a canábis a substância ilícita mais popular.
Por fim, o estudo indica que 5% dos alunos já tomou sedativos sem indicação médica e 2% consumiu ‘nootrópicos’ – substâncias que melhoram o desempenho cognitivo.
Após a análise dos dados, os investigadores referem que “o cenário é hoje globalmente menos gravoso, sendo que os comportamentos de maior risco estão confinados a uma minoria, sendo mais esporádicos do que frequentes”, lê-se. O tabaco foi a substância que registou uma descida mais acentuada, sobretudo os cigarros tradicionais. “Face ao estudo anterior, são hoje menos os alunos que iniciam os consumos em idades precoces (13 anos ou menos), tendo a iniciação precoce ao álcool e ao tabaco de combustão descido de uma forma muito acentuada”, acrescenta.