Com apenas 42 anos, em 2013, recebeu o Prémio Pessoa, pelas suas investigações sobre a malária e, sobretudo, pela crucial descoberta da fase hepática no ciclo de vida do parasita. Por ela, o mundo científico ficou a saber que o parasita começa por se alojar no fígado da pessoa infetada e que é a partir daí que se multiplica e se propaga pelo organismo. Agora, aos 53 anos, Maria Manuel Mota enfrenta o desafio profissional da sua vida: conduzir o novo Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular (GIMM, na sigla em inglês, a língua que se fala nos polos de Oeiras e de Lisboa da instituição), de que é diretora-executiva, aos píncaros da ciência planetária.
Nesta entrevista, explica as revoluções que o GIMM quer levar a cabo no tratamento do cancro, de doenças raras em crianças, de patologias infeciosas e neurodegenerativas, para lá da longevidade saudável e da criação de um megabiobanco. Mas, no seu discurso desempoeirado, não perde a noção do País em que vive: “À conta do subfinanciamento, a ciência em Portugal está com a corda no pescoço há demasiado tempo. É impossível continuar assim.”