A Polícia Judiciária (PJ) deteve, ontem, no aeroporto de Lisboa, o antigo presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), por suspeitas de tráfico internacional de droga, avançou o jornal O Democrata, informação entretanto confirmada, pela VISÃO, junto de fonte policial.
Manuel Irênio Nascimento Lopes, 64 anos, conhecido como Manelinho, é atualmente deputado da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau, eleito pelo Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), partido que tem a segunda maior representação parlamentar naquele país, com 27 deputados eleitos – apenas atrás do PAIGC, que elegeu 47 (o Parlamento guineense tem 100 assentos).
Manelinho chegou a Lisboa, num voo da TAP, proveniente de Bissau. No controlo de bagagens, seriam detetados pacotes suspeitos nos pertences do cidadão guineense. Apesar dos protestos do passageiro, as suspeitas motivaram uma revista minuciosa das suas malas. No âmbito desta investigação, a PJ detetou 13 quilos de cocaína. O atual deputado guineense foi detido e fica a aguardar o desenrolar do inquérito em prisão preventiva.
O jornal O Democrata descreve Manelinho como “um empresário que investe no setor da pedreira”, que “é também é dirigente político”. Fez parte dos 15 deputados dissidentes do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que, em 2015, criaram o MADEM-G 15.
Manelinho presidiu a FFGB durante oito anos, mas, em 2020, seria destituído do cargo pela FIFA, quando concorria a um terceiro mandato. O deputado guineense foi considerado culpado por ter “falhado em proteger a integridade física e mental de um homem vítima de um ataque em massa”. Na sequência do caso, o organismo que regula o futebol mundial suspendeu Manelinho por um período de 10 anos (ficando impedido de manter qualquer atividade ligada à modalidade), aplicando-lhe ainda uma pena de multa no valor de 93 mil euros. Em 2016, tinha recebido o galardão de Dirigente do Ano, atribuído pela Confederação Africana de Futebol (CAF).
Recorde-se que esta é a segunda personalidade da Guiné-Bissau a ser detida, no espaço de apenas duas semanas, no aeroporto de Lisboa, por suspeitas de tráfico internacional de droga. No dia 24 de abril, o Ministério Público da Guiné-Bissau revelou que o procurador Eduardo Mancanha também tinha sido apanhado, no mesmo local, na posse de 200 gramas de haxixe, que transportava numa bagagem de mão.
Notícia atualizada na quinta-feira, dia 9 de maio, às 13h00, com a informação de que Manuel Irênio Nascimento Lopes, após primeiro interrogatório judicial, ficou a aguardar o desenrolar da investigação em prisão preventiva.