Com uma diferença de apenas cinco dias, no início de maio, os responsáveis pelo Lar Dr. Colaço Fernandes, na Manta Rota, em Vila Real de Santo António, viram morrer ali dois idosos, após aguardarem mais de duas horas por uma ambulância do INEM. Um pouco mais ao lado, por Lagos, e uma semana depois, um ferido grave esperou quase um dia para ser transferido de urgência para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Entre estes episódios, conta-se mais um: na capital, por Chelas, um homem vítima de uma bala terá ficado uma hora a esvair-se em sangue na rua, segundo a família, até alguém da emergência médica chegar. Estes são apenas alguns dos casos – dos mais graves – entre muitos outros em que o socorro não terá sido prontamente feito.
Na maior parte das situações, os problemas começaram logo no atendimento pelo CODU (Centros de Orientação de Doentes Urgentes, que ativam e gerem os meios de socorro), a que se seguiram a falta de ambulâncias, veículos parados, a inexistência de equipas para determinados turnos e uma certa descoordenação dos meios enviados para o terreno.