Uma das pinturas mais icónicas do belga René Magritte chama-se A Traição das Imagens. No quadro, vê-se um cachimbo e a frase “Isto não é um cachimbo” (“Ceci n’est pas une pipe”, no original). O pintor surrealista desperta-nos para o objeto em si e a sua representação, acrescentando, para que não haja dúvidas: “Isto não é um cachimbo.” Porque não é mesmo; trata-se do desenho de um cachimbo, não do objeto em si.
A imaginação permite-nos criar novas representações mentais, mesmo de coisas que não existem. Os 86 mil milhões de neurónios que temos nesse pedaço do corpo que pesa menos de dois quilogramas formam uma intrincada rede de conexões entre eles, que nos dá resposta quase instantâneas sem sabermos muito bem como.