Em meados da década de 1990, o governo dos Estados Unidos da América lançou um projeto que tinha como objetivo criar uma linha de comunicação segura, não intercetável, que permitisse aos militares norte-americanos em missão – colocados, muita vezes, em território hostil – estabelecerem contactos entre si, sem que esta atividade pudesse ser localizada ou identificada pelo “inimigo”. Em 2002, nascia a sua versão final: um protocolo a que se deu o nome de The Onion Routing (conhecido, simplesmente, pelo acrónimo TOR), e que passava a funcionar, não em paralelo à rede de internet “convencional”, mas numa camada submersa, cujo acesso é mais exigente e complexo.
Faltava, no entanto, resolver um último problema: se o TOR fosse exclusivo das forças armadas norte-americanas (como os fuzileiros navais) seria natural e fácil de constatar que todos os conteúdos a circularem pela rede teriam caráter militar e confidencial. A solução passou, então, por tornar a rede TOR acessível ao público – uma “aventura” que contém riscos, mas que, por si só, não se trata de uma ilegalidade.