Doug Falter perdeu a sua prancha de surf favorita no dia 3 de fevereiro de 2018. Depois de uma queda enquanto apanhava ondas gigantes na praia de Waimea, no Havai, o surfista de ondas gigantes sentiu a prancha e desprender-se do tornozelo e nunca mais a viu. Ainda nadou à procura dela, em vão, assim como se revelou inconsequente ter subido às rochas para ter uma vista melhor do mar. O mesmo resultado inglório tiveram os anúncios que publicou na internet, na esperança de que algum pescador a encontrasse e entrasse em contacto com ele. Ao fim de dois meses, o norte-americano deu o caso como perdido. A prancha que o acompanhou nas melhores ondas da sua vida, a primeira desenhada à sua medida, tinha desaparecido para sempre no Pacífico.
Foi esse o pensamento de Doug Falter no momento em que desistiu de a procurar, mas os oceanos dão muitas voltas e a prancha apareceu agora, dois anos e meio depois, a mais de 8 000 quilómetros de distância, em Sarangani, uma pequena ilha das Filipinas. Envelhecida e descolorada pela exposição ao mar e ao sol, está na posse de um professor primário, que a comprou a um vizinho por pouco mais de 30 euros. O vizinho, por sua vez, tinha-a adquirido a pescadores locais, que a encontraram perdida no mar, no verão de 2018, uns seis meses depois de se ter separado de Doug Falter no Havai.
A curiosidade de Giovanne Branzuela, o novo dono, levou-o até ao original. Na prancha, antes azul, agora amarelada, resistiu o nome do seu criador, o shaper Lyle Carlson, que Giovanne procurou no Facebook. Depois enviou-lhe a fotografia, que Lyle partilhou com o conhecimento de Doug Falter. “Quando vi a imagem nem queria acreditar. Pensei que era uma partida. Estava seguro de que nunca mais encontraria a prancha”, declarou o surfista à agência France-Presse.
Doug pretende viajar até às Filipinas, mas ainda não é certo que fique com a prancha para ele, apesar de Giovanne se mostrar agradado por poder devolvê-la. A intenção do surfista norte-americano é levar material escolar e de surf para os alunos de Giovanne, além de ensiná-lo a surfar. Afinal, o professor filipino comprou a prancha desaparecida de Doug para concretizar o sonho de aprender a deslizar nas ondas. “Por enquanto posso continuar a surfar na prancha dele”, afirmou Giovanne à AFP. “Disse-lhe que vou tomar bem conta dela.”