Fumar é perigoso. Estar perto de quem fuma, ou seja, ser fumador passivo, é perigoso. Mas a perigosidade do tabaco não acaba aqui. Falta o fumo em terceira mão, que são os resíduos químicos deixados pelo fumo do tabaco em espaços fechados e têm vindo a tornar-se uma grande preocupação na última década.
Investigadores da Universidade de Drexel, em Filadélfia, descobriram que os químicos ficam na roupa, nos móveis e nos tapetes e que conseguem voltar a ir para o ar, circulando por vários espaços, mesmo aqueles que são para não fumadores.
Esta descoberta demonstra que “lá porque está num espaço para não-fumadores, não significa que não está exposto ao tabaco”, explica Peter DeCarlo, um dos autores do estudo. “Aquele Uber onde esteve, o quarto de hotel onde ficou, até mesmo uma sala de aula onde fumar não é permitido há décadas: são lugares onde está frequentemente exposto a muito mais coisas do que espera”, acrescenta.
Apesar de ter sido uma descoberta ao acaso, os investigadores também chegaram à conclusão que o ar condicionado não ajuda, pois permite aos produtos químicos nocivos serem transportados para o ar novamente e ainda que se infiltrem nos sistemas de ventilação dos edifícios.
As consequências que estes químicos têm para a saúde ainda não são claras, uma vez que os estudos ainda só envolvem ratos, mas é certo que ficam nas roupas, tapetes e até na pele, o que aumenta a probabilidade de, por exemplo, um bebé estar exposto enquanto gatinha na carpete da sala.
Esta e outras investigações estão a fazer com que se pense na criação de leis para proíbir o tabaco em creches, mesmo quando as crianças já foram todas para casa.