Interminável
O TTIP (sigla para o Tratado Transatlântico para o Comércio e Investimento) vai para a 14ª ronda negocial. Começa em Bruxelas, em julho, e promete ser dura, depois de alguns países, como França, terem ameaçado romper as negociações. Indicações geográficas
Os europeus impõem uma lista de produtos a proteger nos EUA que cobre as 10 maiores áreas de exportação dos seus mercados.
Polémica
Os EUA fazem testes em animais para produtos que, no seu território, são considerados farmacêuticos, enquanto na Europa, identificados como cosméticos, não podem incluir experimentação animal. Nada mudará.
20 dos 150 produtos que estão na lista europeia são de origem portuguesa. A ideia é, por exemplo, evitar que o tão mundialmente reconhecido Vinho do Porto não possa ser copiado e vendido como original quando é produzido na Califórnia em vez de no Douro. É um dos pontos de maior divergência com os EUA.
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Com o TTIP pretende-se acabar com as tarifas aduaneiras entre UE e EUA no que toca os produtos têxteis e de calçado.
Os intocáveis
Portugal tenta proteger 20 dos seus produtos mais emblemáticos:
Vinho do Porto • Vinho da Madeira • Ameixa d’Elvas • Ananás dos Açores • Azeite de Moura • Azeite do Alentejo Interior • Azeites da Beira Baixa • Azeites de Trás-os-Montes • Azeites do Ribatejo • Chouriça de Carne de Vinhais • Linguiça de Vinhais • Chouriço de Portalegre • Pera Rocha do Oeste • Presunto de Barrancos • Queijo de Nisa • Queijo de S. Jorge • Queijo de Serpa • Queijo da Serra da Estrela • Queijos da Beira Baixa (Castelo Branco • Amarelo e Picante) • Salpicão de Vinhais.
Poupanças
Com a redução das tarifas, as equipas negociais estimam que a UE obtenha ganhos na ordem dos 450 milhões de euros por ano no têxtil e 180 milhões de euros/ano no calçado.
Medicamentos para crianças
Hoje, os medicamentos para crianças têm que ser submetidos a ensaios nos EUA e na UE, para poderem ser comercializados nos dois lados do Atlântico. O que o TTIP pretende é que um só ensaio seja reconhecido nos dois mercados.
Etiquetas
Quando compramos uma camisola nos EUA, a etiqueta dá-nos informação distinta de uma camisola comprada na UE. O objetivo é harmonizar, poupando custos aos produtores.
“Estas são as negociações comerciais mais transparentes alguma vez realizadas”
Daniel Rosário, porta-voz da Comissão Europeia para assuntos de comércio, sobre a ideia de que a UE e EUA estão a negociar nas costas das populações.