Mimi e Joe Lemay relataram à NBC a história do filho, agora com cinco anos, dizendo ter a esperança de inspirar outros pais a aceitar a verdadeira identiddade das suas crianças e provar que, no que diz respeito à transsexualidade, não há um “cedo demais”. E o casal conta que Mia, assim chamaram à filha do meio, começou a rejeitar o seu género realmente desde muito cedo. No que agora interpretam como uma tentativa de encontrar algo com que se sentisse confortável, Mia chegava a trocar de roupa mais de dez vezes por dia, até que lhe compraram uma camiolsa azul, que insistiu em usar durante seis meses seguidos.
A criança escolhia sempre brinquedos associados aos rapazes e preferia interpretar personagens masculinas nas brincadeiras próprias da idade. Em casa, queria ser sempre tratada como um menino. Mas o casal achou apenas que tinha uma “maria-rapaz”. Até que, pouco antes de fazer três anos, a menina declarou-se um menino. Os pais foram fazendo concessões: cortaram-lhe o cabelo, passou a usar só roupas de rapaz e começaram a tratá-lo como tal dentro de casa.
O ponto de viragem aconteceu numa viagem à Disney Word: Jacob usou um fato de príncipe e Mimi e Joe recordam que nunca o viram tão feliz.
Em junho do ano passado, os pais mostraram-lhe um vídeo sobre outro menino transsexual e perguntaram-lhe se gostaria de ser assim e que todos o tratassem como um rapaz. “Não posso”, respondeu. “Tenho de ser Mia na escola”. Os pais explicaram-lhe, então, que se assim o desejasse, poderia entrar numa escola nova no ano seguinte, onde seria conhecido desde sempre como um rapaz, para grande alegria da criança.
Desde então, houve uma mudança significativa no comportamento e personalidade de Jacab, que passou a ser mais sociável, mais afetuoso, mais interessado. “É uma pessoa diferente. Está a tornar-se ele próprio”, conclui Joe.