Os especialistas estão preocupados com o efeito que utilização do telemóvel como despertador tem no nosso descanso, pois a presença do aparelho eletrónico no quarto mantém-nos, alegam, mais “alerta”, podendo também contribuir para outras perturbações como a insónia, tonturas e dores de cabeça.
Uma das razões prende-se a luz do ecrã. Charles Czeisler, professor de Medicina do Sono da Universidade de Harvard, afirma que o uso “dos telemóveis durante a noite interfere com o ritmo natural do corpo, levando-nos a acreditar que é dia.”
A luz estimula as células da retina do olho, que transmitem mensagens para o cérebro. Por sua vez, a luz emitida pelos smartphones e tablets contém uma grande quantidade de cor azul, que provoca uma maior sensibilidade ocular.
E se, por esta altura, está a interrogar-se sobre a pertinência da questão, saiba que, de acordo com um estudo, quatro em cada dez utilizadores de smartphones, nos EUA, conferem o aparelho durante a noite, mesmo que não tenham sentido qualquer vibração ou toque.
Mas os problemas começam logo no adormecer: Um estudo da Universidade de Stanford nos EUA, já de 2011, conclui que as pessoas expostas à iluminação de telemóveis durante a noite demoram mais tempo a adormecer. O neurocientista Dr. Orfeu Buxton, de Harvard, descreveu então a atenção noturna aos aparelhos como uma “vigilância ameaçadora”, que aumenta também a probabilidade de acordar a meio da noite.
Fazer chamadas ou ler algo num destes dispositivos à noite são, portanto, atividades que devem ser evitadas nas duas a três horas anteriores à hora de dormir.