“Muito magoado” com os bispos portugueses. É assim que se terá confessado D. Carlos Azevedo ao seu círculo mais próximo, segundo fontes citadas na edição desta sexta-feira do Correio da Manhã, depois de a VISÃO ter denunciado que o ex-bispo auxiliar de Lisboa e atual membro do Conselho Pontifício da Cultura do Vaticano Carlos Azevedo é suspeito de assédio sexual.
Primeiro, foi o comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa, que se limita a referir que Carlos Azevedo pode contar com a “solicitude” dos bispos e com a sua “oração fraterna”. Um “auto de condenação”, classifica “um amigo pessoal do bispo”, segundo o diário, que apurou contarem-se pelos dedos de uma mão os bispos que terão contactado D. Carlos Azevedo manifestando-se solidariedade.
Ao Correio da Manhã, D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas, confirmou ter ouvido “rumores” entre 2006 e 2007, mas sublinha que “na dúvida”, é a favor do “réu”. “Eu próprio posso ser vítima, sem essa gravidade, de um dito de opinião pública”, defende.
O padre Carreira das Neves vai mais longe e, confirmando também ter ouvido “rumores”, diz que se sabia que D. Carlos Azevedo “era homossexual” e que havia problemas complicados”. “Assédio sexual é pecado, ser homossexual não”, lança.
Reagindo também ao escândalo, o padre António Fontes, de Vilar de Perdizes, defendeu à Lusa que a a Igreja Católica deve ser menos conservadora e abolir o celibato para evitar comportamentos “desviantes” no clero.
Em entrevista à agência Lusa, o organizador do Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes considera que o celibato “não é recomendável, útil e praticável”.